28 fevereiro 2020

Sai mais um para a mesa do canto

Sobre o mistério da
 criação de cogumelos,
perdão, de partidos
 


Este post vem atrasado anos e anos porque precisamente há muitos anos que ando a cismar com a extraordinária facilidade com que se criam e legalizam novos partidos em Portugal. E o «Público» noticia hoje que o Tribunal Constitucional está à beira de legalizar como partido uma coisa chamada «Volt Portugal» (não, não tem que ver com ciclismo) com base em 8987 assinaturas. Eu quase que jurava ser do tempo em que para cada assinatura era preciso obter nas Juntas de Freguesia uma certidão de eleitor, o que, como se pode calcular, representava uma senhora trabalheira. Mas, de facto, desde 2003, a lei apenas dispõe  que «O requerimento de inscrição de um partido político é feito por escrito, (...)  e inclui, em relação a todos os signatários, o nome completo, o número do bilhete de identidade e o número do cartão de eleitor.» Como agora não há cartão de eleitor, não sei se o TC se contenta apenas com o cartão de cidadão. O que parece sim é que tudo isto agora se aproxima muito de um vulgar abaixo-assinado num papelucho que é passível de vastas invenções e falcatruas. E se, como suspeito,a fiscalização do TC é feita pelo sistema de amostra, então creio que basta os promotores apresentarem à cautela um número de assinaturas bem superior  as exigidas 7500 para assim escaparem ao crivo. Salvo melhor opinião, algo não está bem nesta história.

27 fevereiro 2020

O tempo passa


Obrigado aos leitores, desculpem
 qualquer coisinha.

E para assinalar este aniversário talvez esta canção (Bridge over trouble water/ Ponte sobre águas agitadas) de Paul Simon e Art Garfunkel (que Nuno Pacheco lembra hoje no «Público»)

A lição que importa tirar


Não há leitor que não conheça de cor  esta história de salteadores e esta saga de assalto aos dinheiros públicos.  É claro que dói este roubo de recursos nacionais que tanta falta têm feito para responder a problemas reais e prementes dos portugueses. Mas, para além disso, a mim dói-me ainda mais que tantos portugueses com isto indignados não sejam capazes de perceber que esta tragédia financeira não caiu do céu aos trambolhões e é antes uma imagem de marca do capitalismo português e das políticas que dele foram e são cúmplices ou serventuárias.


26 fevereiro 2020

Ele também teve um sonho

Não se estraga
um sonho tão lindo !

«No Parlamento, e perante um chumbo pré-anunciado, Vitalino Canas defendeu-se das críticas ou dúvidas sobre a sua isenção: “Andei 40 anos a preparar-me para ser juiz do Tribunal Constitucional”» (Expresso online)

Pequeno pormenor: 40 anos remete-nos para 1980 mas o Tribunal Constitucional só foi criado em 1982. É uma lúcida antecipação que os sonhos lindos explicam.

Uma generosa eternidade

Quando (e se) acontecer,
é favor mandarem-me um
 postal para o céu

(Expresso online)

Parece-me justo uma vez que o governo também conccdeu aos contribuintes de IRS o prazo até 2040 para pagarem o que devem.

25 fevereiro 2020

Eurobarómetro 92

Não sei bem porquê
mas a confiança na União
Europeia já teve melhores dias
a vermelho = não confiança na UE
a azul = confiança na UE
(gráfico incompleto por razões de largura)
 - 59% dos inquiridos portugueses dizem ter confiança na UE e 33% dizem não ter;
-na média da UE a 28 (rectângulo verde) são 43% que têm confiança   e 47% que não têm;
- note-se que na Rep. Checa, Espanha, Itália, Grécia, França e Reino Unido a não confiança é superior à confiança.
 pergunta sobre se a sua voz conta na UE
(azul de acordo ;vermelho desacordo)

imagem da UE 
vermelho = negativa; amarela=neutro;
azul = positiva)

24 fevereiro 2020

Primárias nos EUA

Três razões porque os
latinos estão a escolher Sanders

Entre os votantes hispânicos, apoio à subida do
salário mínimo para 15 $/hora

 Apoio a leis mais restritivas sobre o porte de armas
7 em 10 votantes latinos dizem que o governo deve ser
responsável por assegurar uma cobertura de saúde

(clicar para ver melhor)

ler aqui

Dever de memória

Viagem  à barbárie
 franquista



aqui

23 fevereiro 2020

Vasco Pulido Valente

Um certo tipo de perda

Nas seis páginas que o «Público» ontem compreensivelmente dedicou ao falecimento (que se lamenta) de Vasco Pulido Valente, uma era composta por citações do seu «diário» naquele jornal. E das 13 citações, três eram piadas ácidas a Saramago, a Jerónimo de Sousa e ao PCP. Tudo certo : como o arquivo deste blogue demonstra, perdi um «adversário político de estimação»-

22 fevereiro 2020