Não há leitor que não conheça de cor esta história de salteadores e esta saga de assalto aos dinheiros públicos. É claro que dói este roubo de recursos nacionais que tanta falta têm feito para responder a problemas reais e prementes dos portugueses. Mas, para além disso, a mim dói-me ainda mais que tantos portugueses com isto indignados não sejam capazes de perceber que esta tragédia financeira não caiu do céu aos trambolhões e é antes uma imagem de marca do capitalismo português e das políticas que dele foram e são cúmplices ou serventuárias.
Como é que o Primeiro Ministro assumiu a paternidade desta vileza? Querendo, António Costa, logo em 2015 podia ter posto as coisas em pratos limpos, tinha força política para o fazer, e chamava todos os responsáveis à Justiça. Assim, ele que não teve interferência no assunto acaba por ser considerado responsável por esta calamidade sem que as pessoas percebam quem é que anda a roubar e sente-se cada vez mais enganado e roubado sem saber a quem pedir responsabilidades.
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