Eu dou-vos algo em que (não) acreditar: há 3 dias ganhei um inesperado aliado contra o capitalismo
"Quelque chose ne fonctionne plus dans ce capitalisme qui profite de plus en plus à quelques-uns. Je ne veux plus que nous considérions que le sujet d'ajustement économique et de la dette prévaut sur les droits sociaux", a lancé Emmanuel Macron. «Alguma coisa não funciona mais neste capitalismo que aproveita cada vez mais a alguns. Eu não quero mais que nos consideremos que o assunto do ajustamento económico e da dívida prevaleça sobre os direitos sociais», declarou Emmanuel Macron
Se não estou já totalmente parvo, este artigo-carta de Paula Teixeira da Cruz no «Público» de hoje é dirigido(a) a Rui Rio, Presidente do PSD. Acontece que o jornal ilustrou-o com uma fotografia (similar à que está aí à esquerda) do PR Marcelo Rebelo de Sousa no último 10 de Junho. Terá sido obviamente um daqueles lapsos que ocorrem na profissão de jornalista. Mas se não fosse, convenhamos que era uma boa piada, já que MRS se assumiu há pouco tempo como sofredor das dores do PSD e seu "substituto" para o que der e vier.
Embora infelizmente esperada mas nem por isso menos dolorosa e brutal, chega a notícia da morte de Ruben de Carvalho. E, neste momento, tenho diante de mim a maior das dificuldades em encontrar as palavras e ideias adequadas a respeito deste amigo e camarada que deixa as nossas vidas, a nossa luta e os nossos sonhos. Porque se trata de um grande amigo e de um marcante camarada desde há cerca de 50 anos, com quem tanto aprendi, com quem travei tantos e tantos momentos de reflexão e discussão, tantas batalhas contra o fascismo, na revolução de Abril e nos complexos e desafiantes tempos posteriores. Recordo de imediato, a propósito de Rúben de Carvalho a sua participação nas lutas estudantis do inicio dos anos 60, o tempo em que ele e eu éramos o aparelho clandestino de imprensa e propaganda da CDE de Lisboa (71-74), o seu qualificado percurso de jornalista ( «O Século»,« Vida Mundia» e «Avante!»), a sua vasta e irrequieta cultura, o seu papel no desenvolvimento do «Avante1» legal. Recordo também o seu papel na fisionomia musical (e não só) da Festa do Avante, o seu especial conhecimento da história dos EUA e do seu movimento operário, a sua qualidade de especialista no fado, a sua dimensão de organizador ou colaborador destacado de projectos especiais como as 25 Canções de Abril, a Lisboa 94, o Festival dos Portos, as Festas de Lisboa e a Telefonia de Lisboa, a sua dimensão de intelectual comunista que, sem os preconceitos que se sabe, teria obtido um ainda em vida um maior reconhecimento público. E, ponto importante lembrar também que Ruben não era um mero globetrotter da cultura pois em tudo havia a marca ou a inspiração dos seus compromissos, cívicos, políticos e ideológicos. Enfim, tudo isto e muito mais seria pouco para honrar com justiça a memória do Ruben que partiu e me (nos) vai fazer falta. Abraço apertado para a Madalena Santos.
E neste momento de tristeza, decido deixar aqui três marcas, entre tantas outras de natureza cultural e política, que o Rúben nos deixou :
- um é o cartaz da CDE de 1973 (que, sob descabeladas ameaças do Governo Civil, não chegou a ser afixado) que Ruben concebeu com Ary dos Santos e José Araújo: :
- outra é, num quadro de trabalho
colectivo, a sua destacada contribuição para a criação da «Carvalhesa»
- e, finalmente, outra, o Manifesto, que ele inspiradamente redigiu, do XIII Congresso (Extraordinário) do PCP e que, 29 anos depois, ainda
Três toques: 1.Os portugueses lutaram pela liberdade, não apenas em 1974 mas também nos 47 anos precedentes. 2. E sim, lutaram pela democracia em 1975 mas certamente não pela democracia ansiada por JMT. 3. Não de grande bom gosto nem proporcionado misturar a luta pela liberdade e a democracia com a integração europeia e a moeda única. e depois há as aspas para ver se disfarçam o populismo
"Há o “eles” – os políticos, as instituições, as várias autoridades, muitas das quais (receio bem) se encontram hoje aqui presentes. E há o “nós” – eu, a minha família, os meus colegas, os meus amigos. Entre o “nós” e o “eles” há uma distância atlântica, com raríssimas pontes pelo meio.“Eles” não têm nada a ver connosco. “Nós” não temos nada a ver com eles."
" Ministro da Justiça afirma que os procuradores foram vítimas de uma invasão criminosa e que não pode assegurar que os diálogos sejam verdadeiros." (O Globo)