28 janeiro 2017

Jerónimo de Sousa hoje




«(...) O projecto que apontamos e apresentamos ao nosso povo para concretizar em Portugal é produto do pensamento próprio do Partido e responde às especificidades nacionais, e leva também em conta as lições das experiências, positivas e negativas dos países socialistas.
Foi a partir da realidade portuguesa e da experiência revolucionária portuguesa, mas assimilando criticamente a experiência revolucionária mundial que definimos no nosso Programa de Partido uma concepção de socialismo e as características que deve assumir. Nele se expressam como objectivos fundamentais da revolução socialista, “a abolição da exploração do homem pelo homem, a criação de uma sociedade sem classes antagónicas, a democracia nas diversas vertentes, a intervenção permanente e criadora das massas populares, a elevação constante do bem-estar material e espiritual dos trabalhadores e do povo em geral, o desaparecimento das discriminações, desigualdades, injustiças e flagelos sociais, a concretização de uma vida de igualdade de direitos do homem e da mulher e a inserção da juventude na vida do País, como força social dinâmica e criativa”.
O poder dos trabalhadores, a garantia do exercício das liberdades democráticas, incluindo a liberdade de imprensa e de formação de partidos políticos, o respeito pelas opiniões políticas e crenças religiosas, a realização regular de eleições democráticas, contam-se entre as características do sistema político.
A propriedade social sobre os principais meios de produção, incluindo a banca, uma direcção planificada da economia no quadro de formações económicas diversificadas (organização estatal, cooperativas autogeridas, individuais e familiares, com empresas privadas de diversa dimensão) e da sua directa intervenção e iniciativa, e tendo em conta o papel do mercado; a realização completa da reforma agrária, com inteiro respeito pela vontade dos trabalhadores e agricultores, contam-se entre as características da organização económica.
A libertação dos trabalhadores de todas as formas de exploração e opressão, o pleno emprego, a retribuição a cada um segundo o seu trabalho, o respeito pela propriedade individual, resultante do trabalho próprio, a solução dos graves problemas da habitação, saúde, ensino e meio ambiente, contam-se entre as características no plano social da nova sociedade.
A transformação da cultura em património, instrumento e actividade de todo o povo, o pleno acesso ao ensino, o progresso da ciência, da técnica e da arte, o estímulo à iniciativa individual e colectiva, são as suas características no plano da cultura.
A formação de uma consciência social e individual conforme os ideais de liberdade, dos deveres cívicos, do respeito pela pessoa humana e pela natureza, da solidariedade, da amizade e da paz, contam-se entre as características no plano ético da sociedade socialista que queremos construir no futuro.
Este é na sua essência o projecto de construção do socialismo que o PCP apresenta ao nosso povo, sabedores que a vida, sempre dinâmica, tal como as condições da sua realização, nos confrontarão com novos problemas que exigirão novas e imprevistas respostas e soluções.(...)»

27 janeiro 2017

Libertação de Auschwitz

Augusto dos Santos Silva
ou não havia necessidade !



Um  artigo de opinião, intitulado «Recordar o Holocausto», hoje publicado por Augusto Santos Silva no DN começa praticamente assim :

«(...) Passam 72 anos sobre a libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Quando, em 27 de Janeiro de 1945, as tropas aliadas entraram nesse campo, trazendo plenamente à luz do dia o horror do extermínio nele praticado, cessaram todas as desculpas».

Lido isto, sobra a pergunta sobre o que terá impedido Augusto Santos Sil
va de referir a verdade que toda a gente conhece: ou seja, que a libertação de Auschwitz não foi feita pelas «tropas aliadas» mas sim pelo Exército Vermelho.

Ou será que, se algum dia escrever sobre esses assuntos, Augusto Santos Silva também vai dizer que as batalhas de Stalinegrado e Kursk e a tomada de Berlim foram ganhas pelas «tropas aliadas» ?


O preconceito a correr nas veias

David Dinis: uma contradição
em apenas 20 linhas !


Na sua página semanal de classificação de políticos, escreve hoje no Público o seu director David Dinis :

26 janeiro 2017

Conversa de gente com a carteira bem composta


Caros leitores, não há aqui nenhuma montagem ou contrafacção. Este personagem chega mesmo a estas contas juntando aos 557 euros do salário mínimo agora auferido por muitos trabalhadores os 23,75% pagos pelo patronato para a segurança social, depois acresce a sua multiplicação por 14 meses, o que, segundo ele, já daria 9650 euros anuais, o que, também segundo ele, teria de ser dividido por 11 «porque qualquer trabalhador português que tenha a sorte de estar no quadro recebe mais três meses [???] de salário por ano do que aquilo que trabalha».

Sinceramente, com este tempo chuvoso, nem vou discutir as contas e sofismas de João Miguel Tavares, apenas assinalando que o matemático JMT já quanto ao salário mínimo de 557 euros se esqueceu de abater os 11,5% pagos pelos trabalhadores à segurança social.

Nem pensar, vou apenas sugerir que os trabalhadores com salário mínimo, confrontados com uma conta de supermercado, de farmácia, de prestação da casa ou de qualquer outra coisas essencial, respondam firmemente: « lamento muito, mas isso já já cai fora dos 557 euros que ganho, essa conta tem de ser mandado ao sr. João Miguel Tavares, Rua tal, nº tal, Código Postal tal, Cidade tal.»

 ***
Quanto à maior mentira, toma lá
J. M. Tavares 

 

Os truques do PSD

Tantas horas de debate
mas isto nunca esclareceram




25 janeiro 2017

Os jornais americanois e a Marcha das Mulheres

Também não
brincam em serviço


Christina Cauterucci
Christina Cauterucci em Slate.com




According to an admittedly conservative estimate from FiveThirtyEight, more than 3.2 million people attended women’s marches in hundreds of towns and cities around the world on Saturday. It may well have been the largest demonstration in U.S. history.



.And yet a full half the hundreds of newspapers archived by the Newseum didn’t make the marches the lead story in Sunday’s issue. A Quartz tally of around 450 papers’ front pages found that, while publications in all major U.S. cities and many papers in other countries led with coverage of the marches, 27 percent mentioned the protests in a smaller spot on the front page. More than a fifth—22 percent—didn’t mention the march at all.
The Women’s March on Washington was the main event on Saturday, but there were marches in communities all over the country. Many local papers likely steer clear of national stories, which could explain why some of them ran pieces on relatively small local matters on the front page if there wasn’t a nearby march to cover or a cabal of local folks heading to D.C. for the big one. That may be why the Enterprise Ledger of Alabama ran an A1 story on an awards banquet for the local football team, and why the Delaware State News printed “A Vision for Dover Mall” on the front page, with no mention of the 1,000-person march that happened elsewhere in the state.
But many U.S. local papers dedicated their entire Sunday front pages to Trump, ignoring the massive marches against him—and against the systemic forces that got him to the presidency—completely. On the day after the marches, the front page of Alabama’s Sunday Dothan Eagle featured a story on Trump’s CIA press conference, a piece on Trump’s executive order affecting the Affordable Care Act, and a Q and A with local political party leaders about “the future of jobs, military, and guns.” Florida’s Villages Daily Sun populated the near entirety of its front page with pretty capsule biographies of Trump’s proposed cabinet. The News-Star of Monroe, Louisiana, ran a big color photo of women pledging allegiance at a local Donald Trump party on Friday night, a day and a half before the paper came out. “Trump Ready!” read the headline. Nearly 200 people marched in Green Bay, Wisconsin on Saturday, in solidarity with millions of others around the world; but you wouldn’t know it from the Sunday issue of the Green Bay Press-Gazette, whose front page featured an NFL preview and giant illustration about a teen’s mental health.
In other words, it’s possible that a not-insignificant swath of America has no idea that one of the largest single organized protests the world has ever seen took place on Saturday. There has been much talk since the election about how social media networks and ideologically skewed online media outlets have erected so-called “bubbles” around segments of the country, but for those people who still get their news from the local paper, the bubbles may be particularly impermeable.
As Quartz’s Christopher Groskopf points out, the people who are most likely to make the local papers their primary news source are disproportionately old, white, and rural-dwelling—demographics that usually lean conservative and went for Trump in November’s presidential election. These people aren’t necessarily getting their “news” from Breitbart and Fox. They’re absorbing a less extreme but similarly limited worldview from their local papers. Taking a peek at these communities’ news sources can make for a fascinating thought experiment on alternate universes—or “alternative facts.” The progressive bubble hears about hateful Trump rallies and underestimates their power. In some right-wing bubbles, the resistance doesn’t even exist.

24 janeiro 2017

Não me digam

Será que a treta do «líder
da oposição»
já chegou ao
estimado Sampaio da Nóvoa ?


As minhas «obras completas» sobre o «líder da oposição» são velhas e estão aqui.