Seis dias passados,
os 130 mil votos de vantagem
de H. Clinton já vão em 668 mil !
Embora discorde da relativa displicência com que o autor remata o assunto («Não nos devemos queixar de um sistema eleitoral que era conhecido e é legítimo»), a crónica de Rui Tavares hoje no Público incorpora algumas informações úteis ainda na ressaca das presidenciais norte-americanas. Aí se pode ler que «Na vozearia dos últimos dias, os trumpistas e os seus acólitos pretendem disfarçar a sua maior fraqueza: não são maioritários na sociedade americana. Hillary Clinton tem neste momento quase dois milhões de votos a mais do que Donald Trump [não creio, ver imagem], que tem menos votos que o candidato republicano derrotado em 2012, Mitt Romney [ver aqui]. Uma boa estratégia geográfica e a carambola do colégio eleitoral -com uma diferença de cem mil votos em três Estados- deu a Trump a Casa Branca».
Começando por referir que deve dar muita saúde à democracia e confiança no «sistema» esta coisa de serem contados mais meio milhão de votos sem que isso altere seja análiseso que for, saliento que, por cá, passados estes sete dias, o silêncio inicial sobre os votos populares, evoluiu para o «en passant» e a nota de rodapé, continuando todas as classificações e análises como se esta diferença (a única que expressa a vontade maioritária dos eleitores) não significasse nada.
E, em boa verdade, que eu visse, não encontrei nenhum comentador que fosse capaz de, antes de começar a falar, perguntar a si próprio: «mas o que eu diria se, com mais cem mil votos dos seus seiscentos mil de vantagem, H. Clinton tivesse ganho os tais três Estados e a maioria do colégio eleitoral ?»