artigo de Manuel Loff
Opinião
O que há de novo?
Margaret Thatcher nunca militou no PS; o PS é que parece que, em
segredo, acredita mesmo no slogan dela de que "não há alternativa". Mas
há alternância.
"Há alguma mudança de fundo no sistema partidário português? As
primárias do PS, a micro-movimentação que surgiu entre o BE e o PS,
Marinho Pinto, chegam para falar em mudanças significativas no quadro
global? No meio da exasperação provocada pela mais regressiva das crises
socioeconómicas por que Portugal passou desde que há democracia no
nosso país, é por estas pequenas mudanças que, ao fim de seis anos, nos
vamos ficar?
Comecemos pelas primárias do PS. Para quem
sustentou que elas foram um caso excecional de mobilização cívica numa
eleição partidária desta natureza, lembremos que nelas votaram 178 mil
pessoas, 1,8% dos eleitores inscritos. 2,8 milhões de italianos votaram
nas primárias do Partido Democrático, congénere do PS, 6% dos eleitores;
2,66 milhões de franceses votaram em 2011 nos candidatos a candidato
presidencial do PS, 6,2% dos eleitores. Costa e Seguro arrastaram
proporcionalmente 3,5 vezes menos pessoas. Dá para descobrir aqui uma
mudança substancial do sistema partidário português? Além da natural
atenção dos media e do interesse dos que foram votar, só os fãs da coisa puderam ver aqui uma daquelas famosas vagas de fundo que tanto se usa no espesso politiquês
nacional. Ainda por cima, o procedimento só veio agravar a velha
tendência do sistema político português: a de fulanizar a discussão, presidencializar as escolhas todas, substituindo ideias por homens, carismas, capacidade de liderança e outras tretas da linguagem do management. Mais do mesmo."
Muito mais, com grande interesse, aqui