25 março 2014

Lacaio, lacaio, lacaio

Isto bem merecia uma
semana de luto nacional



Passos Coelho, nas Jornadas
do PSD em Viseu, em 24.3.2013

Ainda as municipais francesas

Por detrás dos resultados






sondagem integral aqui

e, já agora, o silêncio do costume:

a ler aqui

Teodora rima com «hora» e «embora»

Original pode ser,
boa é que não é

Já muitas e sensatas vozes comentaram este vistoso desarrincanç0 da drª Teodora Cardoso, actual  Presidente de uma coisa chamada Conselho de Finanças Públicas e de quem bem me lembro como membro de um Conselho de "sábios" em economia que assessorou salvo erro Guterres antes de uma campanha eleitoral passada.

Assim sendo, só quero deixar duas notas, uma de superfície e outra mais de fundo: 

- a primeira é a mesma para qual acordei quando uma lei de financiamento dos partidos pretendeu impôr o pagamento de quotas através de meios bancários e que consiste em perguntar qual é a lei que obriga um cidadão a ter conta bancária e, mesmo que houvesse, tenho para mim que seria claramente inconstitucional;

-a segunda, mais inquietante, é que esta «inovadora» proposta de Teodora Cardoso parece amargamente confirmar que os tempos de crise, além estimularem manifestamente uma grande criatividade na política de roubo aos portugueses, também favorecem um crescimento exponencial da patetice e desatino, incluindo em pessoas qie, divergências à parte, até pareciam merecer-nos algum respeito.


24 março 2014

Cansadíssimo de generalizações abusivas

Resistindo a uma
lamentável rasura da história



Na sua crónica de hoje no Público, Rui Tavares escreve a dado passo (sublinhado meu) que «desde 2001 temos tido a infelicidade que temos tido a infelicida de ver todos os partidos  estabelecidos da V República francesa, da esquerda à direita, estenderem a passadeira à Frente Nacional».

Face a isto, não sei nem me interessa muito saber porque é que o autor escolheu a fronteira de 2001 ( a Frente Nacional ganhou peso político a partir de 1982;  mesmo que nas presidenciaisem 2002 Le Pen não tivesse ido à segunda volta  isso não alterava nada o seu inquietante peso eleitoral ( 16,86%) e até já tinha tido 15% nas presidenciais de 1995), o que sei sim e me interessa muito é que é intelectualmente deplorável misturar o PCF com, por exemplo, um Mitterand Presidente da República que telefonava ao director da então ORTF (televisão pública) para que entrevistasse Jean-Marie Le Pen, numa manobra tacticista para enfraquecer a direita clássica.

Na impossibilidade de exibir aqui os milhares de discursos, de folhetos, de artigos, de dossiers e de iniciativas políticas movidas pelo PCF contra a Frente Nacional, deixo aqui apenas, para ilustração de Rui Tavares, uma declaração política do PCF de há 20 anos e umcartaz do PCF e um folheto da CGT. 

Necessario um sobressalto de voto...

... que evite
o que está na calha !


Primeira página do Público de hoje

Imprensa e manifestações em Espanha

Eles não brincam em serviço

(copiado de Du Mar no Facebook)

a ler aqui

23 março 2014

Municipais francesas

 
Le Front national est arrivé en tête dans une dizaine de villes et a remporté Hénin-Beaumont dès le premier tour. UMP et centristres pourraient emporter plusieurs villes moyennes détenues par la gauche.
Le Monde 



mapa interactivo aqui

a "salganhada" de candidaturas,
segundo "Le Parisien"



Lista de candidatos da CDU ao PE




João Ferreira, hoje no Acto Público :«(...) Já percebemos que para alguns, nestas eleições, seria cómodo que não se falasse nos problemas nacionais. Seria cómodo que, durante os próximos meses, se arredasse do debate público o inferno em que se transformou o dia-a-dia de milhões de portugueses, para discutir unicamente o que dizem ser as “questões europeias” – um autêntico biombo em que se escondem os que querem fugir ao debate sobre as causas e os responsáveis pela situação do país.
Seria cómodo que calássemos a denúncia que, desde há muitas semanas, temos vindo a fazer de que o governo quer manter escondidos dos portugueses os novos e brutais cortes de milhares de milhões de euros no Orçamento de Estado para 2015, para acentuar o rumo de empobrecimento, exploração e liquidação de direitos. Desenganem-se! Não calamos, nem calaremos, mais roubos aos trabalhadores e ao povo.
Eles são hoje os mesmos que, no devido tempo, fugiram ao debate sobre as questões europeias – no que elas têm de mais decisivo para os portugueses, ou seja, o seu impacto na vida do país e do povo. São os mesmos que fugiram ao debate sobre o Tratado Orçamental (e antes deste, o Tratado de Lisboa), quando o PCP propôs um amplo debate nacional que pudesse culminar na realização de um referendo. Uma proposta que foi rejeitada por PS, PSD e CDS.
Quiseram então fugir ao debate das questões europeias como hoje querem fugir ao debate da situação nacional. Porque o que querem é simplesmente fugir, fugir ao que quer que seja que os confronte, perante os portugueses, com as suas responsabilidades. (...)

lista completa aqui

Para o seu domingo, os americanos da






22 março 2014

Uma mistificação que dura, dura e dura

O Expresso e a sua 
estranha leitura dos números



È a terceira ou quarta vez que escrevo sobre isto, até com algumas incompreensões de pessoas de esquerda,   mas não tenho outro remédio se não voltar o assunto porque continua muito activa uma manobra para impôr um critério de avaliação de resultados de sondagens que visa «enfeitar» e «melhorar» os prováveis resultados da soma PSD+CDS em próximas eleições, debaixo de truque de fazer de conta que o saldo das eleições se decide apenas a três - PS, PSD e CDS.

Antes do resto, volto a avisar que não estou a discutir se a  coligação PSD-CDS e também o PS não estão com votos a mais em relação ao que merecem e em relação ao que um projecto de futura e real mudança política reclamaria. Estou sim a contestar a tentativa de fugir à evidência de que os números que aparecem representam uma enorme e profunda derrota da direita.

É que ainda hoje o Expresso publica os resultados da sua primeira sondagem para as europeias que estão aí em cima e, sendo eles o que são, sentencia no entanto que « os partidos da maioria estão muito longe de uma derrota esmagadora que podia ser expectável depois de três anos a governar com o memorando da troika como guião (e sabendo-se, para mais, que as eleições europeias servem para penalizar os partidos que estão no poder).(...) Ou seja, uns verão nestes resultados uma vitória clara dos socialistas, liderados na eleição por Francisco Assis. Outros verão um sinal claro de que a maioria, liderada por Paulo Rangel, acaba por conseguir resistir bem e fica apenas a um parlamentar dos socialistas.»

 Ora o que os números hoje divulgados pelo Exopressam revelam é que:

- a coligação PSD-CDS teria 32,1% o que representa o pior e mais baixo resultado de sempre da soma PSD+CDS em eleições europeias;

- esses 32,1% representariam uma quebra de 8 pontos em relação à soma PSD+CDS nas europeias de 2009 e de 18 pontos em relação às legislativas de 2011;

-  a coligação PSD-CDS que (des)governa o país e tem uma maioria absoluta de deputados na AR teria menos 23,3 pontos percentuais que a soma numérica dos partidos de oposição - PCP, BE e PS (que somariam 55,4%).

E, se isto não é uma derrota esmagadora, espero que, na sua próxima edição, o Expresso me explique caridosamente o que seria uma esmagadora derrota.

ADENDA EM 23/: ontem, esta sondagem foi objecto de debate curto no «Eixo do Mal» e nenhum dos participantes foi capaz de pôr o pontos nos is.. E hoje, na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa também a comentou como se estas eleições fossem apenas uma competição entre o PS e a coligação PSD-CDS. Decididamente, é uma pena que as farmácias não vendam drageias de espírito crítico.