27 janeiro 2014

Mais uma surpresa : «o PS pode aceitar»

Há qualquer coisa que
me escapa ou estou a ficar senil


Espremendo dolorosamente as meninges e mesmo sabendo que o trabalho na função pública não depende propriamente de encomendas, eu até posso admitir que neste sector haja picos de trabalho, embora não certamente de forma idêntica ou generalizada em todos os serviços. Mas, para além de críticas de fundo à proposta do governo de pagar com tempo as horas extraordinárias, não creio que isso baste para desfazer uma minha perplexidade : é que, se há trabalho atrasado que justifica as horas extraordinárias, então depois o rendimento dos serviços não é afectado pelas ausências dos trabalhadores que lhes foram permitidas em troca do pagamento em dinheiro que lhes era devido ? E, por muito que se diga que «tempo é dinheiro», já é possível pagar as prestações da casa e as compras no supermercado com tempo ?

Ainda a Frente Nacional em França

Para saber mais
e perceber melhor




Os interessados em perceber melhor esse terrível fenómeno e enorme bico de obra que é a Frente Nacional em França têm aqui à sua disposição um interessante dossier (de 2011). Pelo seu particular interesse, publico aqui em «os papéis de alexandria» passagens do artigo de Alain Hayot em que contesta frontalmente a tese largamente estabelecida e dominante de que a principal contribuição para o ascenso eleitoral da FN tenha vindo de ex-eleitores comunistas.

O primeiro a denunciar o trabalho infantil

Lewis Hine ou
a memória do trabalho


Aqui no último Babelia de El País um belo artigo de Antonio Muñoz Molina sobre o grande fotógrafo norte-americano Lewis Hine (1874-1940), a quem a primeira série de «o tempo das cerejas» prestou em tempos a devida homenagem,.

«Lewis Hine tenía el raro talento
de advertir la dignidad,
y retratarla y honrarla.
con un disparo de camara»

 

26 janeiro 2014

Para o seu domingo, a «cantaora» espanhola

Esperanza Fernández
canta poemas de Saramago








Ler aqui em El País

Guardanapo para os «convergentes» a todo o custo

O PS qual esponja
de velhas ideias da direita




Para além de sublinhar que se trata do miserável e oportunista encosto do PS a um dos temas fortes do mais rasteiro populismo e de lembrar que a redução do número de deputados se reflecte sempre desproporcionalmente nos partidos com menor representação parlamentar, o que quero agora dizer é que só por ser domingo é que não trago aqui a longa  antologia das antigas declarações de responsáveis do PS em que se opunham a esta velha obsessão da direita. Embora sabendo que foi para momentos e casos destes que costuma servir a fórmula «lava mais branco» de que «só os burros não mudam de opinião».

25 janeiro 2014

Sinais dos tempos

As ondas de choque de
uma sondagem em França




Uma sondagem IPSOS realizada em França sobre as «novas fracturas francesas» está provocar acesa polémica e diferentes interpretações. Não é possível resumi-la aqui e também não tenho condições para fazer a minha própria apreciação em termos breves dos seus vastos dados, a não ser que, pelas ambivalências e até aspectos contraditórios que revela, me parece dar uma útil aproximação aos tempos de angústia, descontentamento mas também acentuada desorientação que hoje se vivem em muitos países. Melhor mesmo é lê-la com tempo e atenção. Entretanto, vale também a pena ler a contestação de Marianne a uma análise do Le Monde que, esquematicamente, veio postular que os resultados desta sondagem eram um sinal da extensa penetração das ideias (das antigas e das que, por oportunismo eleitoral passou a adoptar, acrescentaria eu) da Frente Nacional.

Resumo da IPSOS:
(clicar para aumentar)


e um dos muitos gráficos


Porque hoje é sábado (359)

Mariana Baltar


A sugestão musical dos sábados traz-vos
hoje a voz da cantora brasileira
Mariana Baltar, com Mauro Aguiar
e Luis Flávio Alcofra






Com total independência aqui o digo

A culpa é do PCP
que não lhes deu uma
chucha antes de terem a birra



24 janeiro 2014

Gramsci e Togliatti já nem se revolvem nas tumbas !

Apresento-vos a peculiar
democracia do novo líder
do Partido Democrático italiano


No Público de ontem era possível ler esta notícia:

Estas citações fazem-se aqui mas sem qualquer admiração. Com efeito, a nova «vedeta» do «centro-esquerda» italiano, recentemente eleita em primárias para líder do Partido Democrático (ex-DS, ex-PDS, ex-PCI), partido que para nele se integrar até obrigou o Grupo Socialista do Parlamento Europeu a modificar ligeiramente o nome, em entrevista ao El País de 23.4.2013 já havia explicado ao que vinha:
Feitas as citações, só falta dizer que é uma pena que quem nos traz estas notícias e os Matteo Renzi que lhes dão origem nunca se dêem ao trabalho de explicar, e assim a moscambilha passa despercebida a 90% dos leitores, que se a um partido que teve 35% dos votos se lhe dá os deputados correspondentes a 53% dos votos, então há 18% de eleitores que são roubados nos deputados que queriam e deviam ter eleito. «Um homem, um voto», bonito princípio claro, o que já não é tão bonito é que os votos de uns possam valer tudo e os de outros não valerem nada. «Democracia representativa», dizem eles !

Olha, olha, assim também eu !

Governo deita foguetes mas
não há festa nos nossos bolsos