04 janeiro 2014

Responda quem souber

A pergunta que me persegue


Em artigo ontem perpetrado no Público com a patente missão de insuflar optimismo na comunidade nacional,  como se vê pelo respectivo título «O mundo não está assim tão mal, e Portugal também não», José Manuel Fernandes, para chegar onde pretende pratica uma série de truques argumentativos que vão desde o citar  algumas afirmações pessimistas mais excessivas ou menos ponderadas para depois poder concluir que afinal ainda não estamos no Terceiro Mundo até à gritante desonestidade de jurar, por exemplo, que «os "cortes" [é ele que aqui usa aspas!] salariais e nas pensões afectaram sobretudo em Portugal os rendimentos médios ou mais elevados, o que fez diminuir o rendimento disponível mas não afectou de forma dramática os rendimentos mais baixos. De resto, basta lembramo-nos que os cortes salariais e os cortes nas pensões foram progressivos e que, no caso dos reformados, mais de quatro em cada cinco, os mais pobres, não  viram sequer o seu rendimento afectado (...)».Ao vender-nos estas ideias, como é óbvio, José Manuel Fernandes esquece-se deliberadamente de várias coisas, desde o facto de aquilo  a que em Portugal muitos colunistas chamam rendimentos médios»  serem de facto baixos rendimentos até ao facto de o rendimento dos mais pobres ter sido realmente afectado pelo aumento de impostos e eplos aumentos de preços de bens e serviços essenciais  (com destaque dramático em muitos reformados para o aumento dasrtendasde casa !). E isto para já não falar em todos aqueles milhares que perderam o remdimento social de inserção ou nos 400 mil desempregados que não recebem qualquer subsídio.

E, pronto, devo confessar que sempre me recuso a julgar automaticamente as opiniões que alguém    emite pelo seu estatuto social, padrão de vida ou de rendimentos. Mas também confesso que, cada vez que leio artigos como este de J. M. Fernandes, me vem sempre à cabeça uma pergunta : porque é que nos jornais, nas rádios e nas televisões nunca encontro nenhum cidadão ou cidadã que ganhe menos de mil euros a dizer que as coisas não estão assim tão más ?                               

Porque hoje é sábado ( 356 )

Javier  Limon


A sugestão de hoje vai para o
guitarrista espanhol Javier Limon
e o seu projecto Promesas de  Tierra

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Promesas de Tierra es un proyecto de vanguardia musical compuesto por Javier Limón e interpretado principalmente por jóvenes músicos de Oriente Próximo, donde se reencuentran las culturas sefardita, cristiana y andalusí, fundamento principal del flamenco y de la música andaluza.

Tras múltiples viajes y aventuras en esa tierra tantas veces prometida y comprometida, el disco se compone de melodías inspiradas en el repertorio clásico de dichas culturas pero desestructuradas tanto armónica como rítmicamente.

Muy expresivas en su interpretación y sofisticadas en los arreglos, las grabaciones crean un clima de belleza sonora y de emoción constante que provoca un desarraigo inmediato del presente, un alto en el camino del tiempo que da un paso atrás para permitir evadirnos de la prisa, para darnos un momento de reflexión abstracta donde el equilibrio entre los valores del arte oriental y del orden contemporáneo se combinan y nos invitan a volar libremente en soledad.

Los jóvenes artistas que interpretan de manera increíble esta obra provienen de muy diferentes países como Israel, Palestina, Jordania o España y son en su mayoría estudiantes y compañeros en la prestigiosa universidad de Berklee College of Music, allí conviven de manera natural para cultivar buena música.

Con este disco tanto Casa Limón como el Mediterranean Music Institute abren una ventana hacia una nueva propuesta sonora, totalmente alejada de los arquetipos tradicionales de la world music o del jazz, y que actualmente lidera una tendencia clara de la música contemporánea de raíz hacia la diversidad cultural.

Estos chicos son las promesas de una tierra prometida.»



02 janeiro 2014

12 anos escravo

O filme de que se fala...

... já tinha sido evocado aqui, com o respectivo trailer e  c0m este vídeo do espiritual negro  Oh Freedom.

 

Depois da última cavacada

Tempo de lembrar a usura
e descrédito de certas palavras




Ora, depois deste grito de alma de Gaspar (que já antes tinha sido solto por Santos Pereira), o que convém saber é que :

- para termos uma ideia do baixíssimo nível de investimento que o nosso país tem hoje, basta referirmos que em termos reais no final de 2012 ele era inferior ao de 1989 e como em 2013 o investimento deverá ter caído 8,5%, podemos afirmar que o nível de investimento é hoje inferior ao de há 25 anos atrás. Com um tão baixo nível de investimento - o que é espantoso é como é que mesmo assim ainda vai caíndo de ano para ano - inevitavelmente, mais ano menos ano, o investimento terá que começar a crescer. Como se costuma dizer depois de bater no fundo, só resta crescer. O problema, o grande probber-se quantos anos levaremos a atingir um nível de investimento idêntico ao que já tivemos nos idos anos 80.

-  de acordo com as previsões e estimativas do Orçamento de Estado para 2014, o investimento (FBCF) em 2013 deverá ter caído 8,5% e de acordo com as previsões do Governo, ele deverá crescer em 2014 1,2%, ou seja, menos de um sétimo  do que caiu em 2013; (ver fontes aquiaqui).

- é lamentável que numa situação destas e sem que sejam tomadas medidas efectivas que conduzam à retoma da actividade económica - aposta no aparelho produtivo nacional, aumentos dos salários e das pensões e mais emprego - este Governo e o PR venham apregoar o fim da recessão, criando falsas expectativas nos trabalhadores e no povo, sabendo eles que aquilo a que se assiste é a um mero abrandamento do ritmo da recessão e que é bem possível que esta situação de recessão e estagnação possa perdurar por muito mais tempo.

Fartos destes truques

Um pequeno e inocente 
esquecimento de Sexa.



Peço desculpa aos leitores mas...

... avaria no PhotoShop
impede-me de lhe colocar
Passos Coelho e Portas no colo



... e como se não bastasse tudo o resto, só hoje com este discurso é que acordei para o pesadelo que vai ser gramar este marmelo a  «celebrar» os 40 anos do 25 de Abril.

01 janeiro 2014