04 agosto 2013

Grandes parvoíces

É exactamente ao contrário
do que diz Henrique Monteiro


Em mais uma das suas prosas no Expresso que atestam uma acelerada degenerescência política e intelectual, veio agora Henrique Monteiro  evocar denúncias à Inquisição, à PIDE e ao KGB a propósito das ondas de críticas a declarações de Isabel Jonet ou à Senhora da Comporta dos Pobrezinhos, tudo no quadro de uma suposta «polícia de pensamento» e tudo consistindo em, na falta desses istrumentos repressivos,  se recorrer às redes sociais e à comunicação social para fazer «assassínios de carácter»(achando eu que, em alguns casos  não se pode matar o que não há).
Não é preciso ser-se dotado de um invulgar  Q.I. para se perceber que Henrique Monteiro trocou tudo e tudo baralhou.
Com efeito, por razões de caridade democcrática, limito-mo  observar que se não fosse possível arrasar, discutir, enxovalhar ou ridicularizar as declarações da Jonet e da Senhora da Comporta então sim é que estariamos num tempo similar àquele em que a PIDE reinava sobre as consciências nacionais e nos impedia de publicamente gozar com a Cilinha Supico Pinto ou publicamente nos escandalizarmos com as festas de senhor Patiño em Cascais.



(imagem roubada de aqui)


Adenda em 6/8: Na mesma edição do Expresso mas na  sua Revista, em texto sobre Álvaro Cunhal, Henrique Monteiro junta-se às dezenas que teimosa e burramente têm efabulado sobre a chegada do Secretário-geral do PCP ao Aeroporto da Portela e escreve que «Quando chega o 25 de Abril não perde a oportunidade de uma magnífica encenação. Sem nunca esclarecer de onde viera (Cunhal jamais revelava esses dados ao certo), aterrou no aeroporto da Portela, proveniente de Paris a 30 de Maio [de Abril, seu incompetente!]. Logo ali saltou para cima de uma chaimite (carro de combate) assim recriando a chegada de Lenine, fundador da URSS, a São Petersburgo». Ora, para já não falar das vezes em que o fiz na primeira e desaparecida série deste blogue, informo que sobre essa alegadamente deliberada «encenação, pelo menos por duas vezes na actual série deste blogue  já pus os pontos nos is. Como se pode ler aqui e aqui.

Nobel do Cinismo

Lembre-se disto quando a
Lagarde soltar uns espirros
sobre a austeridade


Manchete do El País de ontem

Para o seu domingo, a espanhola

Carmen Paris






 e aqui pode ouvir as 12 canções
 do seu novo álbum «Ejazz con Jota»


03 agosto 2013

02 agosto 2013

Sondagem da U. Católica realizada em 26,27 e 28 de Julho

Primeiras reacções ao «novo ciclo»



... e coisa nunca vista...


Esclareço que, de repente, não me tornei um «crente» acrítico das sondagens. A prova disso é que não reproduzo aqui a parte da sondagem sobre intenções de voto porque verifiquei que as estimativas de resultados foram calculadas apenas com base nas respostas expressas pelo diminuto número de 38% dos inquiridos, o que evidentemente nunca figurará em nenhum título.

Os infindáveis recursos de Relvas

Ditosa pátria que tais filhos tem...


Um «post» de choque

 Lamento discordar


Lê-se no Público online que «O PCP e o BE vieram nesta quinta-feira exigir a saída do actual secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge, na sequência de uma notícia da Visão em que a revista dá conta de que, em 2005, enquanto responsável do Citigroup, o actual governante tentou vender ao Governo de José Sócrates contratos swaps que permitiriam fazer descer o rácio da dívida pública sobre o PIB, colocando os valores “fora do balanço”, sem que fossem contabilizados pelo Eurostat, o gabinete europeu de estatísticas.
"Se a ministra das Finanças não tem condições para continuar, naturalmente um seu secretário de Estado também não tem", assume o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares. "Alguém com este currículo não tem condições para ficar [no Governo]", conclui também a deputada do Bloco de Esquerda, Ana Drago.»

Por razões de idade e de formação, eu só posso apreciar e homenagear esta fidelidade do PCP e do BE à ideia nuclear de que o exercício de funções públicas e designadamente governativas se deve reger por exigentes critérios de dedicação ao interesse público. Mas, ao mesmo tempo, tenho de discordar destas atitudes a propósito de Pais Jorge porque me parecem revelar uma grande incompreensão para o facto de, depois de décadas de belos e grandes negócios privados feitos à sombra do Estado, estar naturalmente muito reduzido o campo de recrutamento político dos partidos do mal chamado «arco da governação». Se Clausewitz declarou que «a guerra é a continuação da política por outros meios», há muito tempo que eu não vejo outra coisa se não as funções governativas serem a continuação dos negócios por outros meios.

01 agosto 2013

Quando sobra sempre para os subalternos

Como Rajoy me desiludiu


No seu discurso perante o Congresso, Mariano Rajoy  sacudou toda a água do capote para cima do ex-tesoureiro do PP, Luis Barcenas, mas, ainda assim, segundo o El País «Rajoy ha asegurado que nunca ha cobrado dinero de manera fraudulenta y, que en efecto, sí ha recibido sobresueldos, pero que todo lo ha declarado a Hacienda y eso, ha añadido,  tiene más valor que "un renglón escrito al vuelo en un papel arrugado escrito a mano", en referencia a los manuscritos de Bárcenas.
Confesso a minha profunda e dilacerante desilusão. Mentiras por mentiras, estava antes à espera que Rajoy declarasse perante o Congresso que o malandro do Barcenas andou perto de uma década a tomar minuciosamente apontamentos de falsas entradas ilegais de dinheiro no PP e de falsos pagamentos de «sobresueldos» a dirigentes do PP só para perversamente os tramar se um dia as comadres se zangassem.

Ainda «a reforma do IRC»


É oportuno recordar quem, há quatro ou cinco campanhas eleitorais, Paulo Portas declarava que o IVA era «o imposto mais injusto do mundo» porque «era o mais cego». Lembro-me perfeitamente disto porque num folheto eleitoral da CDU nessa campanha essa afirmação era objecto de um curto «insert».

Contratos a prazo

Agora já percebi aquela da "passadeira vermelha" estendida pela UGT


Sabendo-se que sem um crescimento económico de pelo menos de 2% não haverá qualquer diminuição significativa do desemprego, o uso da chantagem do desemprego como alternativa a este prolongamento de mais um ano do período máximo de tempo para os contratos a prazo devia então, em estrita coerência, levar o governo e a UGT a defenderem a eternização, ou seja sem quaisquer limites temporais, dos contratos a prazo.