Uma homenagem surpreendente
« Em curto comunicado emitido esta madrugada, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho surpreendeu toda a a gente ao anunciar que, no dia 25 de Abril, apresentará ao Presidente da República o seu pedido de demissão com o fundamento da «crescente degradação da situação económica e social» e das «tensões políticas existentes no seio da coligação». O comunicado refere ainda que o primeiro-ministro só fará uma comunicação ao país sobre este assunto depois de se realizar a audiência urgente que já solicitou ao Presidente da República.
Entretanto, as reacções dos principais responsáveis partidários não se fizeram esperar. António José Seguro declarou ser essencial «que os portugueses retenham que «é o primeiro-ministro e não o PS que provoca com toda a probabilidade eleições» e que vai escrever uma carta à troika e aos mercados (aqui parece haver um problema de falta de moradas) apelando-lhes «a que confiem na solidez das instituições democráticas portuguesas e na sua capacidade honrar plenamente os compromissos internacionais de Portugal». Por sua vez, Paulo Portas declarou reprovar «mais esta atitude unilateral do PSD, anunciada sem consulta ao CDS» e salientou que, havendo eleições, confia que «o CDS não deixará de aparecer aos olhos dos portugueses como um referencial de estabilidade indispensável à formação de uma nova maioria». Em nome do Bloco de Esquerda, João Semedo sublinhou que se trata do «triunfo do bom senso e da vitória da realidade sobre a cegueira governamental». Por fim, Jerónimo de Sousa observou secamente que se trata do «primeiro e único serviço que Passos Coelho prestou a Portugal».
À hora do fecho desta edição, Cavaco Silva ainda não tinha comentado esta decisão de Passos Coelho mas fonte de Belém confidenciou à LUSA que o Presidente já requisitou com urgência ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil um meticulómetro para poder ponderar «meticulosamente» a nova situação agora criada. » (in Público)