uma questão de tempo
Em 5 Outubro de 2012, critiquei aqui Rui Tavares por, segundo uma notícia na imprensa, ter defendido no Congresso Democrático das Alternativas, a candidatura de listas de independentes à AR.
No dia 6 de Outubro, o próprio respondia o seguinte na respectiva caixa de comentários: «Caro Vítor Dias, nunca me viu defender a eleição de listas independentes para a AR — e escrevi algumas dezenas de crónicas sobre temas de democracia, incluindo uma série de seis artigos especificamente sobre estes assuntos, que o Vítor leu atentamente porque comentou aqui. Se eu fosse um defensor dessa ideia, por que raio não a teria defendido nessa altura? Talvez isso o tivesse feito desconfiar de que há aqui um erro do jornalista — escreverei para o Público a corrigir, é claro.»
No dia 6 de Outubro, o próprio respondia o seguinte na respectiva caixa de comentários: «Caro Vítor Dias, nunca me viu defender a eleição de listas independentes para a AR — e escrevi algumas dezenas de crónicas sobre temas de democracia, incluindo uma série de seis artigos especificamente sobre estes assuntos, que o Vítor leu atentamente porque comentou aqui. Se eu fosse um defensor dessa ideia, por que raio não a teria defendido nessa altura? Talvez isso o tivesse feito desconfiar de que há aqui um erro do jornalista — escreverei para o Público a corrigir, é claro.»
Ontem, em plena confirmação de notícias já vindas na imprensa, Rui Tavares em crónica no Público referia que era um dos subscritores de um Manifesto ( de cerca de 6o personalidades) defendendo «a possibilidade de apresentação de listas nominais de cidadãos, em eleições para a Assembleia da República, tornando obrigatório o voto nominal nas listas partidárias».
Tudo visto, quanto à apresentação de listas de cidadãos (volto a insistir que a forma rigorosa de referir a coisa é «candidaturas apresentadas por grupos de cidadãos eleitores») há que concluir que afinal era só uma questão de tempo e foi exactamente para casos destes que se inventou a desculpa de «só os burros não mudam de opinião».
Quanto à parte da «votação nominal obrigatória» nas listas partidárias, é matéria sobre a qual farei logo que puder um extenso post com todas as dúvidas e incertezas sobre o modus faciendi que isso me suscita. Para já, só digo que uma noite destas tive um pesadelo que consistiu em imaginar, possivelmente sem fundamento, que os eleitores tinham de levar para a cabine de voto as listas de todos os partidos com os nomes (então e as biografias?) dos seus candidatos e depois, mesmo os muito idosos ou atingidos por considerável iliteracia, teriam de usar a lista dos candidatos do seu partido preferido e demorar uns minutos a estabeleceram as suas preferências entre eles.
O problema é este: creio não ser presunção eu pensar que sei mais do que 95% dos portugueses sobre sistema eleitorais e formas organizativas do processo eleitoral. Mas, dadas as dúvidas e perplexidades que esta proposta me suscita, cabe-me admitir sem qualquer dificuldade que sei muitíssimo menos que as 60 personalidades que vieram defender esta «votação nominal obrigatória».
É o que veremos quando eu perguntar e quando alguma delas responder.
Adenda: ver na caixa de comentários texto de Rui Tavares e curta réplica minha.
Adenda: ver na caixa de comentários texto de Rui Tavares e curta réplica minha.