31 janeiro 2013

Última hora

Tornei-me colaborador
de Fernando Ulrich




O senhor Fernando Ulrich voltou à carga e, como é timbre de quase todos todos os que caem na semântica selvagem , queixa-se da descontextualizxação das suas palavras mas lá vai insistindo no mesmo. Por mim, limito-me a fazer minhas as palavras de um blogger do Porto que há tempos lhe respondeu assim : «Pois é, senhor banqueiro Fernando Ulrich: tirando os que se suicidam, os gregos estão vivos e também na Idade Média ou nos campos de concentração nazi os que não estavam mortos estavam vivos

Tirando isso, só acho que a publicidade do BPI está a precisar de uma volta e aqui deixo graciosamente algumas inocentes e generosas contribuições:




Notícia certamente falsa e caluniosa

O «dia seguinte» ao
«regresso aos mercados»
não pode ser assim




No "Libération"


Diaporama: Les affiches qui recouvrent les murs de la ville ne sont pas seulement des pubs envahissantes. Elles sont aussi, parfois, un outil de lutte politique. Une expo retrace leur histoire, de 1789 à nos jours. Jusqu'au 24 février à l'hôtel des Invalides, à Paris.



«Une image sert à réfléchir, sinon elle ne sert à rien», aime penser l'artiste Vincent Perrottet. En regardant cette affiche, un premier message saute aux yeux. Il y en a un deuxième... 


Lancée sur les ondes de la BBC, la campagne des V (comme signe de ralliement à tous ceux qui refusent l'ordre nazi) gagne toute l'Europe. Les murs, les troncs d'arbre, les panneaux d'affichages... On trouve des V partout. Ici, sur des affiches de Pétain. ( foto BDIC, Nanterre, 1941)  


«Saboter tout ce qui aide Hitler dans sa guerre contre l'URSS, c'est lutter pour l'indépendance de la France.» Tract trouvé le 6 octobre 1941 dans des WC. L'écrit devient un outil de résistance.  

mais 9 cartazes aqui

30 janeiro 2013

Uma abordagem minimalista

- "Vais ou não unir o partido ?"
- "Claro que sim, desde que os
que não gostam de mim queiram
ser unidos. Mas, 
se ganhasses,
daqui a nada lá estaria eu a
fazer-te a mesma pergunta"

Muitos anos com responsabilidades de dirigente do PCP vestiram-me um hábito que hoje, já sem tais responsabilidades, fazem de mim um monge que continua a não querer pronunciar-se sobre questões internas do PS e, para além disso, estou demasiado gasto para empreender a dificílima tarefa de escrutinar substantivas diferenças entre eventuais ou reais candidatos à liderança daquele partido. É isso que explica que me fique pelo diálogo inventado que  faz o insólito título deste post e que, como salta à vista desarmada, ilustra, ai tanto, na presente situação nacional, uma crucial questão de orientação política. 

Um tema sempre actual

Vale a pena ler



Seja para concordar, discordar ou assim-assim, este artigo do Prof. Manuel Cruz no El País de hoje. Um extracto:



Há mais para além de Bersani, Monti e Berlusconi

Uma força de esperança à esquerda

Sem regressar agora à acidentada e dramática situação a que foi conduzida a esquerda mais consequente em Itália nos últimos anos (maximamente espelhada no facto de no Parlamento italiano não haver hoje nenhum deputado comunista). deve em Portugal ficar a saber-se que nas próximas eleições italianas não estão apenas em liça PIer-Luigi Bersani, do PD (ex-Ds, ex-PCI), Berlusconi e Monti, afinal três protagonistas destacados da política de austeridade e ataque aos direitos dos trabalhadores mas também, à esquerda, a formação Rivoluzione Civile, encabeçada pelo juiz anti-máfia Antonio Ingroia e que conta com o apoio e envolvimento do Partido da Refundação Comunista. do Partido dos Comunistas Italianos e da Itália dos Valores de Antonio Pietro e que, actualmente, figura nas sondagens com uma votação que lhe permitiria vencer a cláusula barreira dos 4%. Entretanto, podem tirar-se as devidas conclusões do facto de a central sindical CGIL ter convidado para intervir na sua Conferência programática os líderes das três forças que integram a coligação dirigida por Bersani e ainda G. Amato em representação da lista de Monti mas não ter convidado Ingroia. Ou seja, a CGIL convidou os que aprovaram a «reforma laboral» que ela veementemente combateu mas não convidou a área que a ela frontalmente se opôs. Nessa circunstância, vale a pena ler o texto que Ingroia divulgou sobre o que lá teria dito caso tivesse sido convidado.

Jornal online espanhol

O eldiario.es em visita
à Fundação José Saramago



a ler aqui

29 janeiro 2013

Fim de dia com a britânica

Laura Mvula



À atenção de Mário Crespo ou...

... os esplendores do Relvas (*)



António-Pedro Vasconcelos hoje no Público:«(...) Pretendendo sempre agir em nome do interesse público, Relvas não hesita em continuar a manipular os números: a RTP diz ele, custou, no ano passado 540 milhões aos contribuintes. É preciso dizer com clareza que estes números são falsos. E das duas uma: ou Relvas sabe - e é grave, porque mente; ou não sabe e é igualmente grave , porque revela que o ministro é ignorante. Com os seus 15 canais, de rádio e TV (nacionais e internacionais, generalistas e temátic os), a RTP custou aos portugueses em 2012, 145,78   milhões de E. de contribuição  audiovisual audiovisual (CAV),mais 73,171 milhões de E. de indemnização compensatória e 339 nil euros de subsídio à exploração. Nem mais um cêntimo. O resto (45,315 milhões) foram receitas comerciais . Incluir nesses custos o pagamento voluntário de uma parte substancial da dívida (344,5 milhões), que estava a ser paga através da publicidade a um sindicato bancário internacional, desde o tempo de Morais Sarmento, e que o actual ministro decidiu antecipar (perguntem-lhe porquê), é um exercício de demagogia que cai mal a um responsável político. Por duas razões: primeiro, porque o défice de mais de mil milhões de euroas  que a RTP tinha em 2005 era o efeito de uma dívida contraída pelo Estado que, durante anos, não pagou à empresa as «indemnizações compensatórias» a que se havia obtigado, primeiro pela perda da taxa, depois pela perda substancial de publicidade [ aqui acrescento eu, também por estúpidas limitações à publicidade impostas por um governo do PS]. Segundo, porque a RTP, como todas as TV públicas recebe fundos públicos (da taxa ou/e do Orçamento para pagamento das obrigações  e limitaç~ies a que está obrigada   pela prestação do serviço público. Acresce que, se a publicidade  tivesse constituido, como devia, uma receita da empresa e não um encargo para pagar a dívida, a RTP (a segunda mais barata da Europa) teria tido lucro desde 2005. (...)»     

Depois disto, só me  resta dizer que quem não for capaz de rebater estes números e entretanto continuar a fantasiar sobre as contas da RTP, além de mentiroso relapso, é sobretudo cobarde.

(*) Os direitos de autor desta expressão são, como tenho dito, de Clara Ferreira Alves.


28 janeiro 2013

Podem passar todas menos esta

Uma senhora nódoa
na primeira página do
Público


Como, em regra, não sou dado a «ajustes de contas» na hora da morte de ninguém, só mesmo uma chamada de 1ª página como esta do Público de hoje me faria escrever sobre o Coronel Jaime Neves (que o Público me lembra ter sido o único participante do 25 de Abril a ser, já na reforma, promovido por distinção a general). Com efeito, a este respeito só quero dizer que, mesmo dando de barato a ideia do «manter Abril no 25 de de Novembro», então isso se podia aplicar a muitos militares (com destaque para Melo Antunes, Ramalho Eanes [este, muito pelo apreço e respeito que tinha pelo primeiro, como pude testemunhar pessoalmente durante as negociações do 2º Pacto MFA-Partidos] Vasco Lourenço e outros) mas nunca por nunca ser a Jaime Neves.

Na verdade, nem é necessário mais do que procurar nos arquivos da RTP ou quem sabe mesmo no Youtube e encontrar as imagens e o som da visita aos Regimento Comandos do Presidente da República Costa Gomes e de Eanes na noite de 25.11.75, onde figura um Jaime Neves a manifestar quase insubordinadamente o seu descontentamento com o rumo dos acontecimentos e a reclamar, por estas ou palavras parecidas,  que se fosse «mais além».

P.S. lateral: Certamente para enxovalhar mais o meu ego e deixar bem claro aquilo que eu próprio sei, ou seja que vou morrer clamorosamente derrotado no meu combate de quase 30 anos contra esse abuso e essa palermice não inocente, o editorial do Público de hoje, volta a chamar «líder da oposição» a António José Seguro (tomara ele ser líder incontestado do PS quanto mais da oposição !). E isto no mesmo jornal onde em  17.11.2006 eu enunciei toda a série dos meus argumentos (falhados e não escutados) para se evitar esta patente falsificação que leva centenas de pessoas alfabetizadas a, na comunicação social, confundir «líder do PS» ou «líder do PSD» (conforme as épocas) ou «líder do maior partido da oposição» com «líder da oposição». Ainda assim, só para sinalizar que perco mas não me rendo, volto à sugestão que dei numa crónica escrita e publicada em 2003: um post-it afixado em cada computador das redacções dos meios de comunicação social e que podia rezar assim: