26 novembro 2012

Sondagem do «i» hoje

Breve história de uma ingratidão


Passos Coelho acabou declarar que confiava na inteligência dos portugueses. Fez bem, agora só lhe falta tirar as conclusões da inteligência destes 62,1,%.

Finalmente escrevo sobre ...

... os malefícios do (aumento
de impostos sobre o) tabaco


Sim, este post, de todo em todo politicamente incorrecto, representa a conversão em texto escrito de algo que há muitas décadas sempre formulei em termos de desabafo ou conversa de café.
Ou seja, eu sei que o tabaco é um vício terrivelmente perigoso para a saúde e sou obviamente favorável a que o maior número possível de cidadãos abandone ou não se inicie nesse vício.
Mas sempre me revoltou a impunidade com que todos os governos sempre aumentaram o tabaco protegidos pela não pequena censura social sobre esse vício e pela correspondente intimidação psicológica das vítimas desses aumentos.
E, por isso, digo agora finalmente por escrito o que nunca tinha dito antes por esta forma: os aumentos do tabaco ou dos impostos sobre ele  nunca foram decididos por carinho ou preocupação com a saúde pública ou com a  dos fumadores mas precisamente porque quem os decide sabe melhor do que ninguém que, tratando-se de um vício, a procura do tabaco é relativamente rígida.
Enfim, desculpem lá, mas os fumadores têm tanto direito de protestar contra estes aumentos como todos temos de protestar contra outros.

"Vamos supor" ?!!!

A coelheira não tem janelas,
está sem luz e insonorizada

«(...) Vamos supor que eles têm razão.
Vamos supor que estamos a atingir
 o limite das nossas possibilidades,
que as pessoas não aguentam
estas medidas.(...)»

«Claro que hoje sabemos que
quem mais acesso tem à televisão
e quem mais vocalmente contesta
 o que estamos a fazer
são aqueles que têm mais».

Passos Coelho no Funchal

25 novembro 2012

Para o seu domingo

Willie Dixon e 
The  Mississippi Blues Project                                                                                                                                        




mais aqui

Se for só parvoíce..

...ou diz-me como ilustras,
dir-te-ei o que tens na cabeça


hoje, no DN online

24 novembro 2012

Pergunto franca e indignadamente

Estão doidos ou quê ?


É um perfeito mas significativo absurdo que o ministro da Administração Interna tenha decidido pedir  à Procuradoria-Geral da República  um parecer  sobre se a PSP pode exigir o acesso a imagens não editadas das televisões. É   óbvio e mete-se pelos olhos adentro que não pode. Primeiro, mesmo que a RTP seja uma empresa pública isso não pode fazer dela uma dependência do MAI ou da Polícia, continuando sempre  ser um órgão de comunicação social protegido por legislação e garantias específicas. E, segundo,  aceder a imagens   não editadas de televisões seria exactamente a mesma e abominável coisa que exigir a um jornalista que forneça os seus cadernos de notas ou as fracções de texto que resolveu não incluir nas peças que escreveu e assinou. Há perguntas ou pedidos de parecer que nem se fazem.

Era o que faltava ! Tomem chá de tília ! 

Porque hoje é sábado (300)

Carla Marciano


 A sugestão musical de hoje distingue
 a saxofonista italiana Carla Marciano

(e o seu Quarteto),
 cujo último álbum se intitula
 
Stream Of Consciousness.

Preceding/Inner blast


23 novembro 2012

O PCP e o trabalho precário

As contagens que o Público não fez



Numa pergunta da entrevista a Jerónimo de Sousa hoje publicada, o Público afirma que «nas teses [para o seu XIX Congresso], o PCP só tem um parágrafo sobre trabalho precário», querendo com isso obviamente insinuar que o PCP não presta a devida atenção ao problema.

Ora, devem os leitores ficar a saber que nesse parágrafo se afirma o essencial, ou seja que «A  precariedade dos vínculos laborais é especialmente grave: gera instabilidade no trabalho e na vida, fomenta o desemprego, agrava a exploração. A luta contra a precariedade expressa-se por objectivos reivindicativos concretos nos locais de trabalho, apoiados por acções mais gerais de denúncia e sensibilização pública. A sindicalização e organização dos trabalhadores em situação de vínculo precário é vital para a sua inserção na luta e para favorecer a unidade de classe entre os trabalhadores.»

Em matéria de pesquisas e contagens, já agora devem os leitores ficar a saber que há uma que o Público não fez: é que a palavra ou termo «precariedade» aparece no texto 21 vezes.

Mas muito mais importante que estatísticas sobre palavras ou parágrafos, teria sido se os jornalistas entrevistadores tivessem feito previamente uma viagem informativa e uma contagem às múltiplas iniciativas legislativas que, desde há imensos anos, o PCP vem apresentando para combater esse perverso fenómeno que agride profundamente a vida de mais de um milhão de portugueses e representa, nas suas consequências práticas, uma grave lesão ao exercício dos seus direitos democráticos enquanto trabalhadores.

Contra um crime infame

Um grande
combate do nosso tempo






Aqui têm números mas na verdade têm nome, rosto, história de vida, filhos. E olhos que nos olham e interpelam agora.