Confesso que desisti de perceber
Chamem-lhe preguiça, falta de conhecimentos ou de estudo mas confesso que desisti de perceber seja o que for sobre o caso das contrapartidas dos submarinos que está agora, ao fim de anos e anos, em julgamento.
Desde logo, acho uma graça imensa aos advogados dos réus que vêm agora dizer que a celebração de um novo contrato anularia todas as acusações relativas ao processo do contrato antigo. Percebo que é para isso que são pagos mas não percebo como é que, juridicamente, um novo contrato pode anular acusações de «burla qualificada» e «falsificação de documentos».
Depois vejo que o novo contrato abrange a recuperação de um hotel no Algarve e fico a perguntar de quem é o hotel e se vai haver uma espécie de bodo aos pobres hoteleiros.
A imprensa relembra-me também que houve 19 projectos de contrapartidas que «nunca saíram do papel» mas na lista dos réus não me parece que figure alguém dos muitos que, representando os interesses do Estado, terão andado a dormir na forma.
Tudo visto, despeço-me do assunto sentenciando que os submarinos estarão à tona de água mas a defesa do interesse público há muito que submergiu.