Seguro pega em velha
bandeira da direita !
No tradicional jantar do PS em Alenquer comemorativo da implantação da República, depois de inflamadas críticas ao governo e de pujantes gritos de amor aos ideais republicanos, António José Seguro anunciou, em termos ainda não quantificados, o que se pode ler acima, ou seja chamou a si e ao PS uma velha bandeira da direita (indiciando que lhe pretende juntar os nefandos círculos uninominais).
O menos que se pode dizer é que, ao fazer um tal anúncio nesta conjuntura, António José Seguro, não tendo nenhuma esperança de reforçar a cotação eleitoral na base tíbia da sua «oposição», perdão abstenção, à política de austeridade, resolveu apostar na demagogia populista cedendo a toda a corrente de opinião (sempre amplamente estimulada) anti-Parlamento, anti-partidos e anti-políticos.
Diga Seguro o que disser, o essencial pode constar das seguintes três observações:
- a primeira é que, como a experiência mostrou, no actual sistema eleitoral, a redução global do número de deputados nunca se repercute proporcionalmente em todos os partidos, sendo sempre agravadamente mais afectados os partidos com menor representação parlamentar;
- a segunda é que, abaixo de um certo patamar, é muito difícil aos partidos mais pequenos assegurarem plena e eficazmente o seu conjunto de responsabilidades a nível parlamentar, o que corresponde a reforçar a dominação da vida parlamentar pelo PSD e pelo PS;
- a terceira é que a A.R. não tem deputados a mais, acontecendo sim que há partidos que têm deputados a mais para o fraco trabalho que fazem e outros que têm deputados a menos para o imenso labor que desenvolvem, injustiça que só os eleitores podem resolver.
Que me desculpem os que não querem ver ou não querem dizer, mas, decididamente, este PS de Seguro é um grande seguro para a direita.
Adenda em 8/10: Há dias, no Público,Vasco Pulido Valente interrogava-se «porquê em Alenquer ?». Pois então, do alto da minha idade e proximidade geográfica, eu esclareço que este jantar do PS vem na continuidade de uma tradição criada antes do 25 de Abril pelo republicano e mais tarde socialista de Alenquer, Teófilo Carvalho dos Santos, que viria a ser Presidente da AR. E julgo que, por razões de unidade antifascista, cheguei a ir a um nos anos 60.
Adenda em 8/10: Há dias, no Público,Vasco Pulido Valente interrogava-se «porquê em Alenquer ?». Pois então, do alto da minha idade e proximidade geográfica, eu esclareço que este jantar do PS vem na continuidade de uma tradição criada antes do 25 de Abril pelo republicano e mais tarde socialista de Alenquer, Teófilo Carvalho dos Santos, que viria a ser Presidente da AR. E julgo que, por razões de unidade antifascista, cheguei a ir a um nos anos 60.