23 setembro 2012

A família do jazz português ou...

... com um abraço
para o Manuel Jorge Veloso





Na revista 2 do «Público» de hoje, o resultado de uma bela ideia do pianista Filipe Melo: fotografar no Auditório ao ar livre da Gulbenkian «a família do jazz» português. E, entre eles, lá está o meu amigo e camarada Manuel Jorge Veloso, tal como Bernardo Moreira integrante do fundador Quarteto do Hot Club nos anos 60, um grande valor da cultura musical portuguesa que, por razões mesquinhas e preconceituosas, nunca teve o reconhecimento mediático e público que, a todos os títulos, merecia. Abraço, Manel Jorge.

Propostas da CGTP

Agora, vá lá, continuem 
a dizer que ninguém propõe nada !






«A luta dos trabalhadores e da população obrigou o Governo a recuar nas intenções de alterar a Taxa Social Única. Contudo o Governo já está a preparar com novas roupagens medidas de austeridade  que têm como destinatários os mesmos do costume: os trabalhadores, os reformados e os pensionistas. 
A CGTP-IN não aceita qualquer medida que vise  a redução dos salários, das pensões e das reformas, num cêntimo que seja! 
A CGTP-IN não pactua com a tentativa de colocar a Comissão Permanente da Concertação Social a legitimar estas medidas, e em geral a política do Governo do PSD/CDS e do memorando” da Troica, que visa o retrocesso das relações de trabalho com a alteração da legislação laboral para os 
sectores público e privado, a redução dos salários e dos rendimentos  do trabalho, deixando incólumes os rendimentos do capital, as privatizações, o ataque aos serviços públicos e às funções sociais do Estado (saúde, educação, Segurança Social).(...)

ver comunicado e propostas
 detalhadas da CGTP aqui

Durante a próxima semana...

... que mil blogues
venham a este bom caminho !






aqui e  aqui

Get Up, Stand UP, por Bob Marley



22 setembro 2012

Porque hoje é sábado (291)

Geoff Francis e Peter Hicks


Peter Hicks
A sugestão musical de hoje revela-vos os
 cantores australianos de intervenção

Geoff Francis Peter Hicks



(Defendam esta linha)
Hold that line!
Hold that line!
Sisters, brothers, never weaken,
Stand and hold that picket line!
Oh, we're standing here together,
One for all and all for one;
And we'll keep right on here standing
Till our victory we have won,
We're united in our struggle,
No, there's none us can divide
We'll yield nothing to the enemy
'Cos we've justice on our side.
Hold that line against the bosses
When they try to drive us back,
Hold that line against the coppers
And their armed baton attacks,
Hold that line against the government,
'Gainst all enemies of our class,
And hold that line against the scabs too,
No, we'll never let them pass.
Hold that line against the World Bank
And against the IMF,
Hold that line and keep on holding it
As long as we have breath.
Hold that line against their dogma
Hold that line against their creed
Hold that line to save the future
From their plunder and their greed.
Oh, we're standing with the millions
Reaching out across this world,
And with those who fought before us,
Our banners here unfurled..
But there's more room yet beside us,
If you'll come and join our cause,
For the chains that now enslave you,
They are all you have to lose.

e, já agora, aproveitem para
 ficar a conhecer este sítio australiano



aqui

Ainda o Conselho de Estado ou...

Uma cândida pergunta

Sabendo perfeitamente que estava a escrever para o boneco, oportunamente escrevi aqui : «Entretanto, deixo aqui um apelo aos membros do Conselho de Estado hoje reunido: por favor, lembrem-se que são apenas (o que não é pouco) um «órgão político de consulta» do PR e não se ponham a emitir ou assinar, como há tempos aconteceu, um comunicado final com vastas considerações políticas, designadamente com apelos ao «consenso político e social», coisa que aliás só podem fazer porque, como é sabido, há certas «lacunas» na actual composição do Conselho de Estado.».

Conhecido o teor do comunicado do Conselho de Estado, que confirma as minhas previsões sobre o seu conteúdo, apetece-me apenas fazer uma inocente pergunta:  o que teria acontecido se, por milagre, tivesse havido um conselheiro de Estado que tivesse feito uma declaração assim: «Senhores membros do Conselho, temo que esteja criado um problema de certo melindre: é que, como este projecto de comunicado apela a um «consenso político e social» que toda a gente, aqui e lá fora, entende ser uma convergência entre PSD, CDS e PS e uma convergência entre a UGT com o governo e patronato e como, ponto importante, revela uma errónea insistência numa inventada harmonia entre austeridade e crescimento económico e combate ao desemprego, em boa e recta consciência não o posso subscrever» ?

Três notícias na 1ª do «Expresso»


Ai, ai !: pergunta o Público hoje
a João Proença: "
A UGT  aceita um
imposto generalizado

Responde Proença:
«É a medida que o TC exigiu.
Uma medida de maior equidade
fiscal  e social. Há várias
medidas possíveis.(...)»








21 setembro 2012

Conselho de Estado

Reunião "histórica" 
mas por causa do "intruso"


Eu sei que  até o Vasco Pulido Valente e porventura outros já manifestaram a sua estranheza mas neste ponto não me importo nada de os imitar.
Na verdade, reúne hoje o Conselho de Estado e, pela primeira vez na sua história, com a audição ou participação em parte da reunião, de um ministro - neste caso, o das Finanças - que não é membro deste  órgão político de consulta do Presidente da República.
Não sei se a original  ideia foi de Cavaco Silva ou de Passos Coelho mas o que resulta desta presença insólita do ministro das Finanças é, para mim, uma notória desqualificação e menorização do prmeiro-ministro que é membro do Conselho por inerência constitucional.
Face a isto, tenho o direito de pensar  que ou Vítor Gaspar não foi capaz de escrever um argumentário que servisse para a intervenção e respostas a perguntas por parte de Passos Coelho ou este entendeu que não era capaz de o assimilar.
De qualquer  modo, perdoem o desabafo que alguns acharão excessivo, mas vejo esta ida de Vítor Gaspar ao Conselho de Estado como uma espécie de símbolo do que se costuma chamar «a ditadura das Finanças» (termo que não está necessariamente ligado a regimes ditatoriais).
Entretanto, deixo aqui um apelo aos membros do Conselho de Estado hoje reunido: por favor, lembrem-se que são apenas (o que não é pouco) um «órgão político de consulta» do PR e não se ponham a emitir ou assinar, como há tempos aconteceu, um comunicado final com vastas considerações políticas, designadamente com apelos ao «consenso político e social», coisa que aliás só podem fazer porque, como é sabido, há certas «lacunas» na actual composição do Conselho de Estado.
E, por fim, ainda quanto à ida de Vítor Gaspar ao Conselho de Estado, eu não desejo nenhuma revisão constitucional mas futuramente, se e quando ela acontecer, talvez seja de ponderar estas alterações (a castanho):
Entretanto, 
hoje à tarde em Belém foi assim


O ponto 6. do final da encenação

Uma grande fragilidade do CDS



(fotomontagem  errada: não deviam ser facas 
mas sim colheres para a gamela comum)

Não é por acaso que o comunicado conjunto que fechou a encenação PSD-CDS inclui este ponto. É que se o PSD em alguns casos precisa de coligações com o CDS em eleições autárquicas, o CDS-PP precisa muitíssimo mais para se manter à tona de água no poder local. Recorde-se que, nas últimas eleições autárquicas (2009), a votação nacional do CDS  concorrendo isoladamente foi de  3,18 % (para as Câmaras Municipais).

A não esquecer por nada deste mundo

A questão da TSU é gravíssima mas
antes e depois dela há muitíssimo mais !





Manchetes do CM e do JN de hoje ilustrando
 que isto não vai lá com trocos, retoques,
 remodelações e encenações.

20 setembro 2012

"Os números e as pessoas"

Comunicado da Comissão
Nacional de Justiça e Paz





Lisboa, 19 set 2012 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), organismo da Igreja Católica, criticou hoje a subserviência do Governo português perante os “ditames da troika” e o discurso “determinista e fatalista” do que chama ‘caminho único’.
“Tudo quanto vimos foi um gesto de submissão aos governantes de países mais poderosos, que bem depressa esqueceram a sua própria história no contexto europeu da segunda metade do século XX”, refere a nota, hoje apresentada à imprensa e enviada à Agência ECCLESIA.
O documento reage ao anúncio de novas medidas de austeridade por parte do executivo nacional, após a 5ª avaliação da ‘troika’ (FMI, Banco Central Europeu - BCE e União Europeia), e alerta para as “suas repercussões sobre a economia e as condições de vida dos portugueses”.
“A tónica de crítica generalizada dos comentários transmitidos pelos media é inédita, expressiva e preocupante”, prossegue o texto.
Para a CNJP, tem-se vindo a verificar um enfraquecimento do “Estado de Direito” e um agravamento da “situação de desproteção” da população, sem que o Governo fosse capaz de de “demonstrar que os sacrifícios exigidos aos portugueses estavam distribuídos com equidade”.
“A política pública não tem combatido eficazmente as disparidades na distribuição do rendimento e outras formas de desigualdade na sociedade portuguesa, havendo mesmo indícios de agravamento destas desigualdades nos últimos anos”, indica a instituição.
A CNJP, presidida por Alfredo Bruto da Costa, admite que há “efeitos positivos que podem advir da revisão dos défices públicos a respeitar em 2012, 2013 e 2014”, bem como a decisão do BCE respeitante ao financiamento das dívidas soberanas.
Este organismo católico observa, no entanto, que “os credores não são um grupo qualquer de agiotas, mas instituições internacionais de que Portugal é membro, com deveres e direitos”.
“Seria exigível um comportamento civilizado, justo e solidário entre todas as partes”, prosseguem os responsáveis da CNJP.
O texto critica também a insistência num pensamento económico que “o falhanço do défice orçamental do corrente ano deveria, no mínimo, levar a considerar como discutível”, analisando “seriamente outros rumos possíveis”.
Neste sentido, alude-se às “reações de espanto dos responsáveis governamentais e dos membros da troika” face ao agravamento do desemprego, que segundo a comissão “denotam uma preocupante desadequação do seu pensamento económico à realidade económica do país”.
A CNJP fala em “desonestidade intelectual” por parte dos governantes, no que diz respeito ao controlo da despesa e às derrapagens nas receitas públicas, frisando que estas não podem ser deixadas “ao simples acaso”.
A organização recorda que a política anunciada para 2013 carece ainda de discussão e aprovação, mas deixa votos de que “ao longo do processo se possam modificar os aspetos mais gravosos do quadro apresentado”.
A CNJP, organismo laical da Conferência Episcopal Portuguesa, foi criada com a finalidade genérica de “promover e defender a Justiça e a Paz, à luz do Evangelho e da doutrina social da Igreja”.

documento da CNJP na integra aqui