Um programa de verdade,
justiça social e dignidade nacional
Jerónimo de Sousa na apresentação
do Programa Eleitoral do PCP:
«(...) Um Programa para uma política patriótica e de esquerda que parte da
real situação do País e da identificação das reais causas que estão na
origem da grave crise económica e social que o atingiu.
Um Programa que, perante a dramática situação social para o que o
País foi arrastado, dá resposta a uma emigração massiva de meio milhão
de portugueses que compromete o nosso futuro, um desemprego
insustentável de mais de um milhão e duzentos mil desempregados com os
colossais custos económicos e sociais, dos quase três milhões de
portugueses lançados na pobreza pela actual política.
Um Programa decidido a combater uma crise que, sendo anterior, se
manifesta com particular agudeza com a entrada em circulação da moeda
única, se ampliou com o agravamento da crise do sistema capitalista e se
tornou ainda mais devastadora nos últimos cinco anos com a
concretização dos PEC e do Pacto de Agressão.
Um Programa para superar as vulnerabilidades do País resultantes do
processo de restauração monopolista e do seu inseparável programa de
privatizações, de destruição dos sectores estratégicos e liquidação dos
sectores produtivos, de crescente financeirização da economia, da
drástica redução dos rendimentos do trabalho e dos direitos dos
trabalhadores.
Um Programa de afirmação da dignidade e soberania nacionais perante
os constrangimentos do processo de integração capitalista da União
Europeia e os seus instrumentos de dominação que, do euro ao Tratado
Orçamental, têm amarrado Portugal à dependência. Programa que assume o
caminho da resistência e da luta que se exige para enfrentar os ditames e
imposições da União Europeia e do FMI, pois é no caminho da resistência
e da afirmação de soberania, e não no da vassalagem aos centros do
capital transnacional, que se defendem os interesses e direitos do povo
português e do País.
Se há lição a tirar de todo o processo da Grécia (com as suas
contradições a ambiguidades) é que ele sublinha a justeza da posição do
PCP. O estudo e a preparação do País para a libertação da submissão ao
euro e a colocação dessa questão evidenciam-se como uma necessidade
real. É uma irresponsabilidade não a considerar. Assumimos essa
necessidade e importância de Portugal dispor de soberania orçamental,
cambial e monetária. Não podemos ter um País acorrentado às atitudes
discricionárias de Bruxelas e Berlim, um povo refém das chantagens do
BCE ou do Eurogrupo.
Um Programa que, com coragem e verdade, identifica as causas e avança
soluções. Um Programa que recusa procurar refúgio nas omissões, em
falsos cenários que transformarão promessas em mais dramáticas
desilusões, em ilusórias saídas na base das mesmas políticas que
conduziram o País à situação actual. Um Programa que, com clareza,
afirma o que os portugueses já perceberam: não é com quem meteu Portugal
no fundo nem com as suas orientações que o País sairá do abismo para
onde foi atirado... (...)».
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PROGRAMA ELEITORAL
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