21 fevereiro 2024

Tal e qual como os fascistas dos anos 30 do século passado

 Chega quer
«limpar» universidades

Manuel Loff no «Público?

“Liberdade intelectual”

«Mas não há aqui nada de novo. O que o Chega está a fazer é copiar a campanha bolsonarista lançada há 20 anos no Brasil através do Movimento Escola Sem Partido (MESP). Também naquele caso se denunciava a “doutrinação política e ideológica” na escola para procurar intimidar os professores, com teses como a do Professor não é educador, um dos títulos da "Biblioteca Politicamente Incorreta" que o MESP promoveu, retórica habitual de todos os ultraconservadores, islamistas e cristãos integristas incluídos, horrorizados com a gradual eliminação na lei de barreiras discriminatórias de classe, de género, étnicas, religiosas, fundadas em preconceitos que a ciência demonstrou há muito não terem qualquer validade racional. Este é um dos mais velhos debates entre democratas e antidemocratas: o do papel da educação e da escola pública na formação dos jovens, no exercício dos seus direitos de cidadania, na democratização da sociedade. O mais perigoso do contexto atual é que frequentemente o Chega não está sozinho nestas suas obsessões. Quando, em 2019, Miguel Morgado, um dos dirigentes do PSD que têm feito sistematicamente a ponte com a ultradireita, denunciou ao Tribunal Constitucional legislação que, segundo ele, estava eivada de “ideologia de género” (exatamente a expressão usada pela ultradireita), ele foi acompanhado pela grande maioria das bancadas do PSD e do CDS (e até por um veterano do PS, Miranda Calha). O Chega nem deputados tinha então.»

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