Au revoir, Jeanne
31 julho 2019
Acesso à Universidade
A proposta fala por si e dispensaria mais comentários. Na verdade, o que ela desvenda é toda uma concepção de vida, de sociedade e de país em que o dinheiro - sempre ele - é a grande força motora.E, tudo vistio, a mim só me apetece acrescentar que, tendo passado décadas a ouvir a direita proclamar o seu apego ao mérito individual, agora apanho com esta e tenho de concluir que afinal essa velha milonga era pura demagogia.
29 julho 2019
Pedimos desculpa por qualquer coisinha
Uma má notícia para
todos os que acham que
«eles são todos iguais»,
que «os deputados» são
todos uns calões e que os
«políticos» são todos
uns falsos
todos os que acham que
«eles são todos iguais»,
que «os deputados» são
todos uns calões e que os
«políticos» são todos
uns falsos
306
projectos de lei apresentados
67
apreciações parlamentares
458
projectos de resolução
3479
perguntas e requerimentos
1400
audições públicas
1350
visitas e reuniões em todo o país
Este é o balanço
quantitativo do trabalho
de 15-deputados-15 do PCP
na última legislatura
quantitativo do trabalho
de 15-deputados-15 do PCP
na última legislatura
28 julho 2019
27 julho 2019
Porque hoje é sábado ( )
Nubya Garcia
A sugestão musical deste sábado vai para
a saxofonista britânica Nubya Garcia
26 julho 2019
Já percebi que há eleições
ou seja, de certeza que não fará sozinho
o que não quis fazer acompanhado
Quem sabe, sabe
O exemplar ponto final
na zuluogia de J. M. Tavares
na zuluogia de J. M. Tavares
E, de repente, a imaginária literatura dos zulus
— coisa tão inexistente como as narrativas
míticas na cultura erudita da Europa
iluminista — reaparece como um zombie,
subtraído por João Miguel Tavares ao eterno
descanso a que tinha direito, para servir de
prova de que há culturas superiores e inferiores. “Não
é por acaso que não foi um zulu a escrever Romeu e
Julieta”, disse ele, na sua primeira invocação do povo
zulu, à qual se seguiu uma réplica: “De facto, a
literatura zulu é inferior à literatura britânica”.
Esta invocação da literatura zulu tem um autor e
uma história antiga que João Miguel Tavares omitiu,
reduzindo um longo e sério debate a um apêndice
anedótico com traços de caricatura grosseira. A
história é esta: em 1988, numa entrevista ao New York
Times, o escritor americano Saul Bellow disse ou terá
dito (há algumas incertezas quanto à fidelidade da
citação): “Who is the Tolstoy of the Zulus? The Proust of
the Papuans? I’d be glad to read them”. A frase gerou
uma enorme controvérsia, foi discutida ao mais alto
nível do pensamento sobre o multiculturalismo e
tornou-se, para o seu autor, uma vexata quaestio a que
ele quis pôr termo, em Março de 1994, num artigo
publicado no New York Times. Aí, evocava a sua
formação universitária em Antropologia, para depois
tentar esclarecer o “mal-entendido que ocorreu
durante a entrevista”. Segundo ele, as suas palavras,
“sem dúvida pedantes”, na citação publicada, foram
proferidas num contexto em que estava a fazer uma
distinção entre sociedades pré-literárias (isto é, não
baseadas numa cultura escrita) e sociedades literárias.
E acrescentava: “As sociedades pré-literárias têm, sem
dúvida, o seu próprio tipo de sabedoria, e os papuas
têm provavelmente uma melhor compreensão dos
seus mitos do que muitos americanos têm da sua
própria cultura”.
A refutação mais importante da afirmação de Saul
Bellow foi feita em 1994, pelo filósofo canadiano
Charles Taylor, num livro sobre o multiculturalismo.
Taylor mostrou como essa frase advém da lógica do
“não reconhecimento” que inflige uma ofensa e causa
uma forma de opressão. Segundo Taylor , o exemplo
— coisa tão inexistente como as narrativas
míticas na cultura erudita da Europa
iluminista — reaparece como um zombie,
subtraído por João Miguel Tavares ao eterno
descanso a que tinha direito, para servir de
prova de que há culturas superiores e inferiores. “Não
é por acaso que não foi um zulu a escrever Romeu e
Julieta”, disse ele, na sua primeira invocação do povo
zulu, à qual se seguiu uma réplica: “De facto, a
literatura zulu é inferior à literatura britânica”.
Esta invocação da literatura zulu tem um autor e
uma história antiga que João Miguel Tavares omitiu,
reduzindo um longo e sério debate a um apêndice
anedótico com traços de caricatura grosseira. A
história é esta: em 1988, numa entrevista ao New York
Times, o escritor americano Saul Bellow disse ou terá
dito (há algumas incertezas quanto à fidelidade da
citação): “Who is the Tolstoy of the Zulus? The Proust of
the Papuans? I’d be glad to read them”. A frase gerou
uma enorme controvérsia, foi discutida ao mais alto
nível do pensamento sobre o multiculturalismo e
tornou-se, para o seu autor, uma vexata quaestio a que
ele quis pôr termo, em Março de 1994, num artigo
publicado no New York Times. Aí, evocava a sua
formação universitária em Antropologia, para depois
tentar esclarecer o “mal-entendido que ocorreu
durante a entrevista”. Segundo ele, as suas palavras,
“sem dúvida pedantes”, na citação publicada, foram
proferidas num contexto em que estava a fazer uma
distinção entre sociedades pré-literárias (isto é, não
baseadas numa cultura escrita) e sociedades literárias.
E acrescentava: “As sociedades pré-literárias têm, sem
dúvida, o seu próprio tipo de sabedoria, e os papuas
têm provavelmente uma melhor compreensão dos
seus mitos do que muitos americanos têm da sua
própria cultura”.
A refutação mais importante da afirmação de Saul
Bellow foi feita em 1994, pelo filósofo canadiano
Charles Taylor, num livro sobre o multiculturalismo.
Taylor mostrou como essa frase advém da lógica do
“não reconhecimento” que inflige uma ofensa e causa
uma forma de opressão. Segundo Taylor , o exemplo
do “Tostoi dos zulus” é arrogante e inadequado
porque avalia o mérito de uma outra cultura pelos
nossos padrões de excelência e, por conseguinte, é
incapaz daquilo a que Taylor chama “processo
dialógico” e “respeito genuíno”. O pressuposto da
famosa afirmação de Saul Bellow é o de que os zulus
não mostraram ainda nenhuma contribuição cultural
digna de ser reconhecida (não se vislumbra que deles
tenha saído até ao momento um Tolstoi) e que só
sairão desta situação de menoridade quando
produzirem monumentos culturais comparáveis ao
nosso cânone. Então — fica dito com solenidade — nós
cá estaremos para os reconhecer e ler com satisfação o
Tolstoi deles (na versão de Saul Bellow, mas corrigida
pelo próprio) ou o Shakespeare deles (na versão
incorrigida de João Miguel Tavares). Trata-se, como
sublinhou Charles Taylor, de uma manifestação de
“arrogância racial” e de imposição de um sistema de
avaliação que pretende que todas as culturas são
comensuráveis, como se todas falassem a mesma
linguagem. João Miguel Tavares segue exactamente
este raciocínio, mas para parecer indulgente com os
zulus e afastar a ideia de que substituiu o pensamento
pelo preconceito acrescenta que também a literatura
portuguesa é inferior à inglesa. Esta operação é
falaciosa porque a literatura portuguesa e a literatura
inglesa podem ser incluídas no mesmo Atlas literário,
podem até ser objecto de uma “literatura comparada”,
mas a “literatura zulu” não é comparável, até porque
não existe enquanto “literatura” (muito embora
possam existir escritores zulus).
Omitindo a longa história do “Tolstoi dos zulus”,
reeditando a anedota fazendo de conta que se pode
ignorar o sério debate a que ela deu lugar em várias
frentes, João Miguel Tavares não se limitou a
apropriar-se ilegitimamente (e sem cumprir os
protocolos da citação) de uma frase, ressuscitando o
registo anedótico a que ela se prestou e do qual o
próprio autor, Saul Bellow, a quis resgatar alguns anos
depois. Muito pior do que isso: a sua omissão tem
como pressuposto a ignorância dos leitores e a
ambição de que tudo seja discutido numa esfera de
ignorância.
porque avalia o mérito de uma outra cultura pelos
nossos padrões de excelência e, por conseguinte, é
incapaz daquilo a que Taylor chama “processo
dialógico” e “respeito genuíno”. O pressuposto da
famosa afirmação de Saul Bellow é o de que os zulus
não mostraram ainda nenhuma contribuição cultural
digna de ser reconhecida (não se vislumbra que deles
tenha saído até ao momento um Tolstoi) e que só
sairão desta situação de menoridade quando
produzirem monumentos culturais comparáveis ao
nosso cânone. Então — fica dito com solenidade — nós
cá estaremos para os reconhecer e ler com satisfação o
Tolstoi deles (na versão de Saul Bellow, mas corrigida
pelo próprio) ou o Shakespeare deles (na versão
incorrigida de João Miguel Tavares). Trata-se, como
sublinhou Charles Taylor, de uma manifestação de
“arrogância racial” e de imposição de um sistema de
avaliação que pretende que todas as culturas são
comensuráveis, como se todas falassem a mesma
linguagem. João Miguel Tavares segue exactamente
este raciocínio, mas para parecer indulgente com os
zulus e afastar a ideia de que substituiu o pensamento
pelo preconceito acrescenta que também a literatura
portuguesa é inferior à inglesa. Esta operação é
falaciosa porque a literatura portuguesa e a literatura
inglesa podem ser incluídas no mesmo Atlas literário,
podem até ser objecto de uma “literatura comparada”,
mas a “literatura zulu” não é comparável, até porque
não existe enquanto “literatura” (muito embora
possam existir escritores zulus).
Omitindo a longa história do “Tolstoi dos zulus”,
reeditando a anedota fazendo de conta que se pode
ignorar o sério debate a que ela deu lugar em várias
frentes, João Miguel Tavares não se limitou a
apropriar-se ilegitimamente (e sem cumprir os
protocolos da citação) de uma frase, ressuscitando o
registo anedótico a que ela se prestou e do qual o
próprio autor, Saul Bellow, a quis resgatar alguns anos
depois. Muito pior do que isso: a sua omissão tem
como pressuposto a ignorância dos leitores e a
ambição de que tudo seja discutido numa esfera de
ignorância.
Lembrar isto em toda a parte
Sobre a deliberação da ERC -
PCP tinha e tem razão:
TVI mentiu e caluniou
25 Julho 2019
«A Deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC)
hoje conhecida sobre a operação que visou a honorabilidade do
Secretário-geral do PCP, confirma o óbvio – a campanha persecutória que a
TVI desenvolveu ao longo de dois meses baseou-se, como o PCP sempre
denunciou, em mentiras, calúnia e difamação.
O que a ERC agora confirma é o que desde o início esteve patente. Nos
termos usados pela ERC: verificou-se o «incumprimento cabal» por parte
da TVI «dos deveres de precisão, clareza, completude, neutralidade e
distanciamento no tratamento desta matéria, o que originou a construção
de uma reportagem marcadamente sensacionalista, sendo factores que
fragilizam o rigor informativo por contribuírem para uma apreensão
desajustada dos acontecimentos por parte dos telespectadores».
São os próprios serviços da ERC que registaram ser «notório o
enviesamento e a falta de isenção da TVI», o «desequilíbrio» e a
«descontextualização», bem como a «emissão de conclusões sem
identificação de fontes de informação».» (...)
Regista-se também que a ERC tenha dado conhecimento dos factos à
Comissão da Carteira Profissional de Jornalista ainda que, como sempre
se sublinhou, o que releva desta operação da TVI não são os actos
ditados por óbvios desvios comportamentais reveladores em si da
desqualificação profissional de quem deu rosto às peças, mas sim a opção
editorial de quem, no comando da TVI, permitiu que a operação de
difamação tenha beneficiado de mais de três horas de emissão e a “honra”
de abertura de quatro edições do “Jornal das 8". (...)
25 julho 2019
Uma longa e triste história
A tradição de
campos de... nos EUA
campos de... nos EUA
« (...)C’est maintenant le tour des migrants ; et malgré les protestations
féroces de ceux qui commettent ou justifient le crime d’arracher des
bébés et des enfants des bras de leurs parents et de les emprisonner
dans des cases gelées, ce que les responsables de l’administration Trump
ont décrit avec euphémisme comme des « camps de vacances », il ne fait
aucun doute que des camps de concentration sont encore une fois
opérationnels sur le sol étasunien. La tentative de l’administration
Trump de dépeindre l’emprisonnement des enfants comme quelque chose de
beaucoup plus heureux rappelle immédiatement les films de propagande de
la Seconde Guerre mondiale montrant les prisonniers d’origine japonaise
heureux de vivre... derrière des barbelés.
L’acteur George Takei,
qui a été interné avec sa famille pendant la guerre, était tout sauf
content. « Je sais ce que sont les camps de concentration », a-t-il
tweeté au milieu de la controverse actuelle. « J’étais interné dans deux
d’entre eux. Aux États-Unis. Et oui, nous opérons à nouveau de tels
camps ». Takei a noté une grande différence entre hier et aujourd’hui :
« Au moins pendant l’internement des Étasuniens d’origine japonaise,
nous et les autres enfants n’avons pas été privés de nos parents »,
a-t-il écrit, ajoutant que « ‘tout au moins pendant l’internement’, sont
des mots que je pensais ne jamais plus avoir à prononcer ».
Brett Wilkins
23 julho 2019
A questão dos opióides nos EUA
Quando a indústria
farmacêutica mata
The Post’s analysis found:
farmacêutica mata
The Post’s analysis found:
• America’s largest drug companies distributed 76 billion oxycodone and hydrocodone pain pills
across the country between 2006 and 2012 as the nation’s deadliest drug
epidemic spun out of control. Just six companies distributed 75 percent
of the pills during this period.
• The volume of the pills handled by the companies climbed as the epidemic surged, increasing
51 percent from 8.4 billion in 2006 to 12.6 billion in 2012. The states
that received the highest concentrations of pills per person per year
were: West Virginia, Kentucky and South Carolina.
• Opioid death rates soared in the communities that were flooded with pain pills.
The national death rate from opioids was 4.6 deaths per 100,000
residents. But the counties that had the most pills distributed per
person experienced more than three times that rate on average.
22 julho 2019
Em entrevista de Clara Ferreira Alves
Oh, que grande confusão !
Escreveu Clara Ferreira Alves : «a sua biografia atravessa e confunde-se com a democracia».
Aplaudo com ambas as mãos pois foi isso mesmo que demonstrei neste post há cerca de 5 anos.
21 julho 2019
20 julho 2019
19 julho 2019
EUA
Negro =vermelho :
um truque antigo
«On Monday, Sen. Lindsey Graham went on Fox & Friends and called the “Squad”—the four freshmen representatives and women of color currently being targeted by President Donald Trump—“a bunch of communists.” The language sounded familiar to some. “Since at least the 1950s,” activist Bree Newsome Bass said on Twitter, “ ‘communist’ has become a popular coded word for n—-r. Let’s be real.” On Wednesday, “Squad” member Alexandria Ocasio-Cortez added her own explanation: The term communist
“was one of the preferred smears against integrating schools, & one
of the main attacks segregationists used against MLK Jr.” But this
red-baiting sideshow to the escalating racist rhetoric from the White
House has even deeper roots than that. “Black activists are Reds” is, in
fact, one of American racism’s greatest hits.»
18 julho 2019
17 julho 2019
Faria 80 este ano
Memória de Manuel
Vázques Montalbán
Manolo Vázquez,
Vázques Montalbán
Manolo Vázquez,
la imparable factoría
Fue el escritor más rápido del mundo, autor prolífico de poemas e historias, columnista que solo falló porque lo mandó la muerte. Su obra sigue sigue por las librerías, corriendo
Juan Cruz
«Hubo un tiempo de estupor. Se paró en Bangkok, el 18 de octubre de 2003, el corazón de Manuel Vázquez Montalbán, el escritor más rápido del mundo, autor prolífico de poemas e historias, columnista que solo falló porque lo mandó la muerte. Una factoría que parecía imparable. Un motor humano. Era de la tribu del Diguem no
de Raimón, pero él nunca dijo no a un encargo. Conoció la penuria y el
hambre, y los combatió como si temiera que esos fantasmas fueran a ser
las herencias que dejara sobre la tierra.
En
este periódico (contó Rosa Mora) escribió 2014 artículos y quiso
escribir, cada día, todas las semanas, en cualquier estación, muchísimos
más. Eduardo Mendoza, que lo sucedió a la semana siguiente en ese espacio de la última página,
escribió que, a partir de entonces, ya tendría que responder a las
numerosas personas que le preguntaban a diario qué pensaba de esto o de
aquello “el señor Montalbán” que “Manolo se fue de viaje y todavía no ha
vuelto”.
Escribía corriendo, y corriendo por el último aeropuerto de
su vida conoció la asfixia y el dolor y se acabó. La noticia llegó a
España a ráfagas, envuelta en incredulidad. Ese estupor tuvo su centro
en Barcelona; su mujer Anna, su hijo Daniel, la innumerable muchachada
de veteranos o jóvenes se concentró en despedidas. Joan de Sagarra dijo
que él no se sumaba a los funerales, prefirió quedarse solo riendo con
Manolo… Pero Joan Manuel Serrat, sentado al lado de Juan Marsé, lloró la
ausencia sentado en el banco laico de la primera despedida. Carmen
Balcells, su confidente, su agente, su amiga, colocó ante su comedor una
fotografía de su amigo. De vez en cuando, mientras el cadáver venía del
lejano oriente, ella saludaba el retrato, la conversación se mantenía.
Acababa una historia increíble de fertilidad narrativa. El poeta
había nacido pobre, oliendo la prisión de la posguerra del padre, y
conoció también la cárcel y otras amenazas. Cuando alguien muere,
cualquier persona, deja en los que le despiden la sensación de que el
hueco es propio, no del muerto, que uno es el que se va. La orfandad que
dejó MVM es la que describieron en seguida esos amigos estupefactos;
entonces no se dijo demasiado, pero la muerte de un hombre de su edad
(64 años) es una grave anomalía, tanto espacio de vida tenía por
delante. En el caso de Manuel Vázquez Montalbán, vida era escritura.
Pero se murió, ya está. En el momento en que eso se hace más grave aún,
en el caso de los escritores, es cuando empiezan a faltar de las
librerías sus libros. Es el limbo al que está destinada la literatura de
los muertos.
Pero resurgieron sucesivamente algunos de sus libros (Galíndez, Barcelonas, sus carvalhos,
incluido el que en su homenaje escribió Carlos Zanón…), y ahora aparece
en las librerías un libro insólito, por la rapidez y el sosiego con el
que MVM glosó la figura de su archienemigo, Francisco Franco. Es el Diccionario del franquismo.
Salió dos años después de la muerte del dictador y ahora (con dibujos
sustanciosos de Miguel Brieva) lo reedita Anagrama. En el prólogo Josep
Ramoneda recuerda el origen de los padecimientos familiares de Manolo a
causa del dictador. Nació en casa de perdedores, en un barrio de
perdedores y sufrió él mismo muy pronto la sombra del ganador. Pero en
el libro (se puede volver a ver ahora) aplica el poeta, el novelista y
el periodista un bisturí como de rapsoda triste: tanta lata que dio y
qué poco fue Francisco Franco. Ahora los que lo resucitan tendrían que
leer este libro: fue dañino como un mal alimento, pero era el menos
admirable de los hombres, el más estrafalario de los regímenes. A
decirlo así contribuye ahora Brieva.
En esta resurrección de MVM, que superó pronto el purgatorio común al
que se condena a los escritores, tiene mucho que ver el aliento que
dejó la Balcells en su casa y gente como Francesc Salgado, que lleva ya
cinco congresos dedicados a su autor más presente. A él le pregunté por
qué pervive su ídolo. “Por la polarización de la política, que ha dejado
de ser racional y se ha vuelto tan enfática. Porque vuelve el
neofranquismo desacomplejado que brega por la unidad de España. Porque
los textos de MVM que vuelven prosiguen aquella disección del
franquismo. Porque todo eso lo hace inesperadamente actual”.
A Mendoza le preguntó hace años un hombre en Nueva York qué estaría
haciendo a esa hora Manuel Vázquez Montalbán. Comiendo, quizá, respondió
Eduardo. “No, no”, replicó el señor, “yo me refería a lo que está
escribiendo”. Esa pregunta se paró el 18 de octubre de 2003. Pero la
escritura de aquel empecinado ha vencido la sombra del purgatorio y
sigue por las librerías, corriendo.»
reedição da Anagrama, 15,10 E.
16 julho 2019
João Miguel Tavares ou ...
Um bonifáciozito
"Sim, há culturas superiores a outras(...).
Não é por acaso que que não foi um
zulu a escrever Romeu e Julieta (...)"
Não é por acaso que que não foi um
zulu a escrever Romeu e Julieta (...)"
-J.M. Tavares no «Público» de hoje
Pois, pois. E não é por acaso
que não foram os europeus
a inventar o papel e a pólvora.
que não foram os europeus
a inventar o papel e a pólvora.
14 julho 2019
Um sopro de nevoeiro
O que Manuel Carvalho
se esqueceu de explicar
se esqueceu de explicar
No seu editorial de hoje, o director do «Público» escreve isto :
Sobre isto apenas três cordatas notas:
1. Se pensarmos em convenções, ADSE e escolhas legítimas dos cidadãos (por eles pagas), é óbvio que se pode concordar que «a saúde dos portugueses não dispensa o envolvimento dos privados».
2. Mas Manuel Carvalho esqueceu-se de dizer que nada disso estava em causa na discussão da Lei de Bases mas sim algo que, quanto a muitos, os portugueses podem perfeitamente dispensar, a saber, a gestão privada de unidades do SNS (mormente hospitais).
3. Quanto ao que o PR tolera ou não tolera, venho só lembrar que um veto do PR nesta matéria pode muito bem ser ultrapassado por uma confirmação em sede parlamentar pela maioria que agora vai aprovar esta Lei de Bases.
1. Se pensarmos em convenções, ADSE e escolhas legítimas dos cidadãos (por eles pagas), é óbvio que se pode concordar que «a saúde dos portugueses não dispensa o envolvimento dos privados».
2. Mas Manuel Carvalho esqueceu-se de dizer que nada disso estava em causa na discussão da Lei de Bases mas sim algo que, quanto a muitos, os portugueses podem perfeitamente dispensar, a saber, a gestão privada de unidades do SNS (mormente hospitais).
3. Quanto ao que o PR tolera ou não tolera, venho só lembrar que um veto do PR nesta matéria pode muito bem ser ultrapassado por uma confirmação em sede parlamentar pela maioria que agora vai aprovar esta Lei de Bases.
13 julho 2019
12 julho 2019
Dispensamos
Mal-vindo Mr. Trump !
Agosto não dá muito jeito para
mobilizações. Mas, ao menos,
não haverá para aí quem organize
uma exposição na Praça do Rossio de cartoons contra Trump ?
11 julho 2019
10 julho 2019
Lá está ele a pisar o risco
Não havia necessidade
Temo bem que esta afirmação, só aparentemente inócua,nas circunstâncias actuais seja lido como um apelo a uma coisa que não desejo mas não quero dizer qual é.
Temo bem que esta afirmação, só aparentemente inócua,nas circunstâncias actuais seja lido como um apelo a uma coisa que não desejo mas não quero dizer qual é.
À parte isso, só quero dizer três coisas que o Presidente parece não saber:
1. Já houve governos «estáveis» que criaram a maior instabilidade social, económica e política, tendo mesmo havido um há quatro anos que transformou a vida dos portugueses num inferno.
2. No quadro constitucional vigente, não vejo como um PR pode fugir à solução dos «acordos pontuais» se for esse o resultado, desejável ou não, das votações eleitorais e das negociações entre partidos.
3. O Presidente da República não é e não deve ser uma espécie de pai da pátria.
2. No quadro constitucional vigente, não vejo como um PR pode fugir à solução dos «acordos pontuais» se for esse o resultado, desejável ou não, das votações eleitorais e das negociações entre partidos.
3. O Presidente da República não é e não deve ser uma espécie de pai da pátria.
08 julho 2019
Eleições na Grécia
E o partido que mais
afundou a Grécia promete
que «amanhã o céu será
mais claro e e o sol
mais brilhante»
afundou a Grécia promete
que «amanhã o céu será
mais claro e e o sol
mais brilhante»
Sem prejuízo de que o resto
seja uma triste história.
seja uma triste história.
06 julho 2019
Rui Rio virou o druida de Asterix
A «silly season» vai ter
de esperar : chegou a «season»
do bacalhau a pataco
No outro dia ouvi na televisão o dr. Rui Rio a prometer simultaneamente a descida dos impostos em 3,7 mil milhões de euros, o aumento do investimento público e a redução da dívida do país.
de esperar : chegou a «season»
do bacalhau a pataco
No outro dia ouvi na televisão o dr. Rui Rio a prometer simultaneamente a descida dos impostos em 3,7 mil milhões de euros, o aumento do investimento público e a redução da dívida do país.
É certo que não sou economista mas a coisa fez-me espécie e a primeira pergunta que fiz foi : «se ele reduz tanto os impostos (EM BOA VERDADE, ELES ESTÃO A PENSAR É NO IRC DAS EMPRESAS !) onde é que ele vai buscar tanto dinheiro para aumentar o investimento e reduzir a dívida ?.
Depois percebi que havia a explicação de isto ser com um grande aumento do crescimento ECONÓMICOe portanto da receita fiscal daí adveniente. Mas então perguntei : « mas com isso, ele não vai elevar a «carga fiscal» nos termos em que erradamente o PSD tem andado a clamar ?.
Depois também ouvi a desculpa de que vão cortar na despesa corrente primária do Estado e aí poupam para o resto das suas promessas milagrosas. Mas acontece que a despesa corrente primária é constituida sobretudo por salários da administração pública,poelo que isto parece o anúncio de outra troika.
Tudo visto, com tanto bacalhau a pataco, o mais certo para quem acreditasse nas promessas do druida Rui Rio era ter de comer só batatas com batatas, sem lasca sequer de bacalhau.
03 julho 2019
Nomeação para cargos na U.E.
Quem promoveu a aldrabice
agora não se pode queixar
agora não se pode queixar
Há cinco anos e três meses, escrevi neste blog o seguinte:
A subsequente argumentação pode ser lida aqui. Hoje, no «Público», Rui Tavares chora copiosa e indignadamente contra o resultado do conchavo ocorrido agora sobre as altas nomeações para a U. E. Lamentamos mas não temos culpa que ele não só tenha acreditado como tenha sido sempre um promotor acérrimo da ideia de que nas eleições europeias também se escolhia o presidente da Comissão Europeia.
Adenda
Alguém viu a famosa «frente progressista» de Costa e Macron ?
02 julho 2019
Eles são assim
Desabafo de um ingrato
Dos fascistas dizíamos no século passado que tinham "a pátria na barriga" porque se lhes tocavam na barriga, logo diziam que era na pátria. Mas a este nem sequer lhe tocaram na barriga porque parece que a Jerónimo Martins continua a pagar impostos na Holanda. Pura ingratidão !
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