29 junho 2018

Notícia triste e dorida

Um adeus a
José Tengarrinha

em plena batalha da farsa eleitoral
de Outubro de 1973

Embora tristemente esperada, chega a notícia da morte, aos 86 anos, de José Manuel Tengarrinha. Nesta ocasião, não me apetece inovar e por isso aqui reproduzo o que escrevi na altura do almoço de homenagem pelos seus 80 anos. Disse então que «Muitos e diversos serão os laços, os afectos e os pontos de referência que cada um dos participantes nesta homenagem sentirá em relação ao homenageado. Entretanto, arrisco que, a par dessa legítima e compreensível diversidade, entre todos haverá como traço comum o reconhecimento de que José Tengarrinha é um figura destacada da resistência antifascista e da construção da democracia, um historiador e intelectual de grande mérito e seriedade e um homem de carácter, de convicções e de serena firmeza.» E acrescentei: «Não me sinto capaz de, em forma justa, dar um testemunho pessoal sobre os  anos (sobretudo de 1969 a 1976) em que, de forma regular e intensa, trabalhei politicamente e convivi com José Tengarrinha e de descrever quanto com ele aprendi e cresci politicamente, sendo que já uma vez, a respeito de outro amigo  recentemente falecido, aqui evoquei quanto os democratas da chamada «geração de 60» devem a democratas e homens e mulheres de esquerda que, mais velhos, no campo legal ou semi-legal, mantiveram acesa a chama da luta pela liberdade nos tempos especialmente sombrios e duros que precederam a chegada de cidadãos como eu e outros à vida política activa.»

Assim sendo, resta-me enviar um sentido abraço de solidariedade à Barbara Schilling, sua companheira, à sua irmã, Margarida Tengarrinha, aos seus filhos João e Rosa  e também, justificadamente, à Helena Pato.

[câmara ardente a partir da 18 hs. de domingo, na Basílica da Estrela.


3 comentários:

  1. A hipocrisia de quem ajudou por conta do PCP a destruir o MDP/CDE ! Liiindo!!!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. DElicadamente, informo que :
      1. Saí do MDP/CDE em Março de 1976;
      2. Até essa data não me lembro de ter tido qualquer divergência significativa com J. Tengarrinha;
      3. O MDP/CDE, depois da minha saída, ainfda particpou na APU - portanto, com o PCP, vários anos;
      4. Não honra a memória de J. Tengarrinha atribuir-le em determinada época posições que só viria a ter mais tarde.

      Passar bem.

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