27 outubro 2017

Eles bem nos avisam

Assis ou Belém
não diria melhor




Em artigo no Público de hoje, Francisco Assis  festeja as recentes atitudes de Marcelo Rebelo de Sousa e vislumbra exaltantes amanhãs que cantam para as suas ideias.
Conhecido o percurso e ideias do autor ,não preciso de gastar grandes argumentos, basta dar-lhe a palavra:

«(...)»Uma coisa é certa: Marcelo está para ficar e é preciso saber conviver com ele. As condições dessa convivência vão-se naturalmente alterando em função da evolução da própria realidade política, económica e social. Ora, essas condições modificaram-se substancialmente nas últimas semanas, quer pelos efeitos induzidos pelos resultados das eleições autárquicas, quer pelas consequências institucionais e políticas decorrentes da última tragédia dos fogos florestais. Essas transformações são de tal grandeza que nos levam a perspectivar o início de uma nova fase da vida política portuguesa. (...)»

«(...) Por estranho que neste momento possa parecer, poderemos estar prestes a assistir ao surgimento de uma nova e ainda mais original e sofisticada “geringonça” na vida política nacional. Marcelo Rebelo de Sousa ocupará, no contexto dessa novíssima “geringonça”, um lugar absolutamente central na nossa vida política. Beneficiando enormemente do amplo apoio popular de que dispõe, estará em condições de impor ao Governo e aos partidos da oposição uma agenda pública resultante de uma consensualização prévia de preocupações comuns aos principais agentes políticos portugueses. Foi já o que aconteceu agora, na gestão do período pós-incêndios. Essa autoridade presidencial, exercida nos limites das competências constitucionais, contrariará a tendência para uma excessiva polarização do confronto político, abrirá espaço para entendimentos parlamentares de geometria variável e terá, desde logo, dois efeitos benignos, um no Partido Socialista e no Governo que dele emana e outro no principal partido da oposição, o PSD — libertará o PS de uma excessiva dependência da extrema-esquerda parlamentar e desacorrentará o PSD de uma parte significativa do seu passado mais recente.(...)»

«(...) Se tudo correr bem, a novíssima “geringonça” absorverá a velha sem a eliminar, recuperará o chamado arco da governação em torno dos assuntos de maior incidência europeia e económica, contribuirá para uma real valorização da vida parlamentar e permitirá a superação parcial do ambiente algo atávico e anti-reformista que tem prevalecido no decorrer da presente legislatura.(...)»


Embora com um conteúdo diferente, há uma coisa em que estou de acordo com Francisco Assis. É quando ele diz que « Para que tudo suceda desta forma há naturalmente alguns requisitos que precisam de ser preenchidos». Na verdade, eu até sei que é possível modificar um regime por palavras e actos sem necessidade de mexer na Constituição. Mas, para isso, são precisos de facto dois requisitos : um que alguém queira e outro que alguém deixe. Eu estou de acordo com os que não deixarem.

P.S 1: Passados 10 dias, na página oficial da Presidência da República, continua lá o vídeo mas continua a não haver o texto da declaração lida pelo PR em Oliveira do Hospital em 17.10.2017. Marcelo perdeu o papel ?

PS 2 : Para mais tarde recordar, registe-se que, no seu «Tabu» na SIC Notícias, Francisco Louçã classificou o conflito velado entre o PR e o goerno como «guerras de alecrim e mangerona». Prefiro acreditar que são as limitações de um Conselheiro de Estado.

2 comentários:

  1. Nunca vi ninguém tão pronto a dar a sua retaguarda à direita, como Francisco Assis. É caso para dizer que o faz com ternura e devoção.

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  2. Cisco Assis, o "filósofo" que se baralha com palavras altissonantes e fogo de vista cujo significado ele e o zé pagode e a maria paciência desconhecem, há muito sentado levantou o dedinho e faz prova de vida. Como tem conseguido viver fora da ribalta este longo silêncio de tantos caracteres com espaços que presumivelmente o Público "renumera" e os órgão de comunicação social lhe concedem!? Haja paciência com infinda misericórdia mas com cautela, peso e medida.

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