16 março 2016

Ainda o caso «Rosineide»

Um lado esquecido da questão


No Público de hoje, uma peça de Kathleen Gomes traz alguns elementos interessantes sobre as manifestações anti-Dilma no Brasil, a começar pela referência a que «segundo uma sondagem feita pelo Instituto Datafolha na manifestação de São Paulo, 77% dos participantes têm um curso superior e metade ganham entre 5 e 20 salários mínimos.»

Mas, sobretudo, em relação à famosa fotografia acima, dá-nos conta de que «Claudio Pracownik, o patriarca da família fotografada, usou o seu Facebook para se defender. “A babá da foto só trabalha aos finais de semana e recebe a mais por isto. Na manifestação ela está usando a sua roupa de trabalho e com dignidade ganhando o seu dinheiro”, escreveu o banqueiro, que é director financeiro do clube de futebol do Flamengo.

Ora, para além de tudo o mais  que reportagem do Público refere, é aqui que bate um ponto muito importante, a saber:

- faz parte do trabalho de uma «bábá» acompanhar os seus patrões a uma manifestação política ?

- porque não deixaram o banqueiro e a sua mulher as suas crianças em casa com a «bábá» ?

- em suma, ponto crucial, onde fica a liberdade política da «bábá» ?


7 comentários:

  1. O Debret já os topava em 1834
    https://gilsonsantosdotcom.files.wordpress.com/2012/09/funcionario_passeio_familia_thumb.jpg

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  2. lamentavelmente a babá já veio dizer que também teria ido à manifestação por iniciativa própria.

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    1. Até pode ser que esteja a ser sincera mas, na verdade, se dissesse outra coisa,o mais certo era perder o trabalho.

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  3. Já se percebeu que decorre uma campanha internacional contra o PT no Brasil, atacando Dilma e Lula. Tentam, a todo o custo, que o governo de Dilma caia. O mesmo tentam, em relação a Nicolas Maduro, na Venezuela; a Rafael Correa, no Equador; e a Evo Morales, na Bolívia. É para este tipo de campanhas sujas que se batem as redes sociais, do estilo «facebook» ou «Twitter». São muitos aqueles que, sem perceberem de política, embarcam nestas campanhas e acham óptimo tudo o que lhes é escrito. Em vez de se informarem, são desinformados. Ao invés de ficarem esclarecidos, ficam enganados e explorados.

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  4. Mas há mais. A "senhora" leva o caniche pela trela, o papá vai de mãos a abanar e a bábá leva o "filho branco do siô", tal como na Mãe Negra, de Piratini e Caco Velho. Uns vão mascarados de "patriotas" e outros "servilmente" acompanham o cortejo. Porque tivesse a bábá ido de livre vontade poderia ir "patrioticamente" vestida ou não, mas nunca de uniforme que marca e distingue a posição social do papá e da mamã.

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    1. EM TEMPO - Esta sequência de fotos dava um "Rimance". Reparando bem os patrões vão de calções esfiapados, às 3 pancadas, "descontraídos", ao contrário da bábá, bem engomada e de roupa imaculadamente branca, bem "arrumada" e "certinha". Ao fundo, ajoujada, uma mulher carrega, sem ajuda, um saco branco.

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