E viva o cante alentejano !
«Como cantava José Afonso em Grândola Vila Morena, tema que, não partindo do reportório popular, acabou por integrar o cancioneiro destes grupos corais – mercê de respeitar as regras líricas e melódicas do cante e exibir até o som dos passos sobre a gravilha do estúdio francês de Hérouville –, no cante é o povo quem mais ordena. E o povo tem muitas caras, tem muitas vozes.» Gonçalo Frota, hoje no Público
... e o sempre notável Luís Afonso
Nunca vi um alentejano a cantar sozinho com egoismo de fonte.
Quando sente voos na garganta,
desce ao caminho
da solidão do seu monte,
e canta
em coro com a familia do vizinho.
Não me parece pois necessária outra razão
-ou desejo
de arracar o sol do chão-
para explicar
a reforma agrária
do Alentejo.
É apenas uma certa maneira de cantar.
Circunstâncias, IV
José Gomes Ferreira
Visto é assim, mas sentido por quem tem alqueives e searas nos olhos, guizeiras e chocalhos nos ouvidos, isso então é outra coisa.
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