Esta chamada de primeira página do Público e a peça nas interiores que a desenvolve, com as suas insistentes referências aos «protestos não-partidários» parece comprovar que, sendo as novidades uma exigência maior da imprensa, onde elas não existirem, não há problema, a imprensa inventa-as. É tão simples como isto: desde o 25 de Abril de 1974 não se passou um único ano em que o que mais houve foi aquilo a que agora o Público chama de «protestos não-partidários» e em que, em termos de lutas sociais, o mais raro sempre foram aquilo a que o Público, a contrario sensu, poderia chamar de «protestos partidários». E nem me dou ao trabalho de explicar que está na própria natureza das coisas que assim seja. Só deixo a nota que basta alguém fazer uma viagem ao «tradicional» Cap. III das Resoluções Políticas do Congressos do PCP e aí sempre encontrará uma relativamente detalhada menção a variadas lutas sociais, incluindo «as lutas das populações». E, por fim, se esta escolha semântica dos «protestos não-partidários» se destina a criar a ideia de que os partidos com eles estão a ser ultrapassados, não sou eu que vou aqui e agora desvendar um segredo de Polichinelo sobre quantas delas resultam ou beneficiam de contribuições da militância partidária.
In Resolução Política do
XVIII Congresso do PCP,
Lisboa, Dezembro de 2008
XVIII Congresso do PCP,
Lisboa, Dezembro de 2008
Esses protestos antipartidários têm como objetivo desvalorizar as lutas das populações que o PCP sempre apoiou. Ou estarão eles nas fábricas, nos hospitais,nas escolas, nos transportes...em todas essas lutas sectoriais que tanta importância têm e que sempre se têm realizado ao longo de todo este tempo de decadência?
ResponderEliminarUm beijo.
"Protestos inorgânicos"!
ResponderEliminarO que mais os assusta é a organização, é a moção de censura na rua.