mas que dura, dura, dura
Estou certo que muitos leitores, consoante a sua idade, já alguma vez se defrontaram com a atribuição a Estaline, em plena II Guerra Mundial, de uma pergunta que rezava assim : «Quantas divisões tem o Papa ?». E esta pergunta há décadas que é apresentada de uma forma negativa ou como sinal de arrogância de poder, de privilégio absoluto das relações de força e de consequente desprezo por outros valores ou príncipios.
Hoje mesmo, em editorial do Público, esse episódio regressa sob a seguinte forma (sublinhado meu):«Após um aviso dos seus conselheiros sobre eventuais reacções do Papa a uma opção estratégica no decorrer da II Guerra Mundial, Estaline deixou no ar uma pergunta que ficou nos anais da geopolítica :«Quantas divisões tem o Papa ? ».
Ora acontece apenas que, se não estou enganado, Estaline fez essa pergunta face à pretensão do Papa (por sinal, esse extraordinário democrata de seu nome Pio XII) de que a Santa Sé passasse a participar nas Conferências interaliadas que já reuniam os países que desenvolviam um devastador e sacrificado esforço de guerra contra a Alemanha e Japão, ou seja a URSS, os EUA e a Grã-Bretanha.
E, assim sendo, não devia causar nenhuma estranheza que a União Soviética, que já tinha de lidar com divergências e complexas negociações com os EUA e a Grã-Bretanha, não estivesse nada interessada em acrescentar às Conferências uma entidade que não só não desenvolvia nenhum esforço de guerra como, com toda a probabilidade, nelas interviria ao lado das posições dos EUA e da Grã-Bretanha.
Chamam-me o que quiserem mas, se as coisas foram como eu penso que foram, eu - lembrado das centenas de milhares de homens e mulheres que, do meu lado, estavam a morrer nos campos de batalha -, teria feito a mesma pergunta que Estaline: «Quantas divisões tem o Papa ?».
Nem mais!
ResponderEliminarAbraço.
nada como por os pontos "ii".
ResponderEliminarchamem-me o que quiserem, gostei do texto.
... que agradeço!
Se não estou em erro, pois já o livro há muitos anos, a pergunta foi feita pelo Stáline durante a Conferência de Yalta, quando o Churchill lhe queria impingir o Papa como aliado. O livro em causa, "Yalta", muito rigoroso, escrito num tom conservador mas bastante objectivo, é do Arthur Conte e foi publicado nos anos 60 pela Bertrand.
ResponderEliminarem português "José Estaline" e não Staline (Joseph) que é uma tradução em dialecto saxónico. Que estejamos do lado dos "nossos" está certo, mas não é preciso exagerar...
ResponderEliminarO Estaline tem as costas largas!!!!!
ResponderEliminarMas quanto se foi conquistando à sua custa e da gloriosa Revolução de Outubro!!!!!
Um beijo.