27 julho 2015

Crónicas de Verão

Almudena Grandes, o Verão
e os livros de aventuras



«(...) Luego aprendí que me había tocado vivir en una época en la que los lectores adultos, presuntamente maduros, desdeñan la novela en general y la novela de aventuras en particular. Desde ese instante me declaré insumisa, rabiosa partidaria de la felicidad que me habían regalado todos aquellos libros con tapa dura del color del agua. Todos los veranos los recuerdo. Todos los veranos vuelvo a sentir la llamada de la selva, el eco de los tambores que suenan al pie de los volcanes, el estruendo de las trompetas que preceden a las cargas de caballería. Todos los veranos vuelvo a leer, al menos, uno de aquellos libros. Algunos me parecen ahora más bien torpes, atrapados en una inverosimilitud barroca e ingenua al mismo tiempo, pero aun así, casi siempre logran tenerme en vilo hasta la última página. Otros eran, son y serán por siempre obras maestras de la gran literatura, esa que desprecia los géneros, las clasificaciones, los apellidos.

La novela de aventuras es el termómetro de la emoción, el territorio de los miedos razonables.
La novela de aventuras, que tenía lectores de todas las edades antes de que alguien se inventara la etiqueta de la literatura juvenil, es el termómetro de la emoción, el territorio de los miedos razonables, la casa natal de los hombres y las mujeres valientes que se enfrentan a la naturaleza, a lo desconocido, a lo monstruoso, a brazo partido, sin más armas que su coraje, su astucia y, acaso, un rifle o un simple machete. Por eso, ofrecen un aprendizaje tan bueno como cualquier otro de las virtudes y las flaquezas humanas. (...)»

crónica completa no El País semanal aqui.

Varoufakis sem papas na língua

É bom que alguém
ponha a boca no trombone !


«Yanis Varoufakis, l’ancien ministre des Finances grec, remercié par Alexis Tsipras au lendemain de la victoire du non au référendum, vient de lever voile sur les coulisses des négociations au sein de l’Eurogroupe. Dans un entretien accordé à un magazine britannique, il revient sur son parcours au sein du gouvernement Syriza et dénonce, sans faux semblant, le manque de démocratie flagrant au sein de nos institutions européennes. Un entretien, à l’image de Varoufakis, cash et sans concession.» 

(...)
Revenant sur l’épisode du 27 juin dernier, durant lequel le président de l’Eurogroupe, Jeroen Dijsselbloem, avait signifié à Varoufakis son expulsion de l’Eurogroupe en raison de son refus de signer un communiqué, l’ancien ministre des Finances grec a fait une surprenante découverte. « J’ai demandé un avis juridique, relate-t-il au sujet de sa mise à l’écart, Ce qui a créé un peu de cafouillage. (…) Un expert juridique s’est adressé à moi et m’a alors dis "Eh bien, l’Eurogroupe n’existe pas dans la loi, il n’y a aucun traité qui le prévoit " ». L’économiste hétérodoxe en conclut donc : « Ce que nous avons est un groupe inexistant qui a pourtant cet immense pouvoir de déterminer qu'elle sera la vie des Européens. Il n’a de comptes à rendre à personne, étant donné qu’il n’existe pas dans la loi ; aucuns procès-verbaux ne sont conservés et tout est confidentiel. Donc, aucun citoyen ne saura jamais ce qu’il se dit en son sein ». Rassurant…
na integra aqui

O saber não ocupa lugar

Os credores e os escravos



para ler aqui

25 julho 2015

Porque hoje é sábado ( )

Alessia Cara

A sugestão musical deste sábado vai para a jovem
cantora e compositora canadiana Alessia Cara.








«BIPOLARIZAÇÃO» a merecer um implacável combate

O que já está aí 
e o que está para vir



Para quem não soubesse...

... a prova de que
eleições estão à porta


O assunto em si mesmo não me merece nenhum comentário desenvolvido pela simples razão de que, infelizmente, ainda sou do tempo em que todas as medidas de natureza fiscal tinham de constar do Orçamento de Estado aprovado pela A.R. para o ano seguinte e em que um governo em fim de mandato, e fora de qualquer OE, anunciasse medidas ou decisões fiscais para supostamente vigorarem depois de terminado o seu mandato.
Isso não me impede porém de oferecer graciosamente à coligação PSD-CDS  o que bem poderia ser um mobilizador slogan de campanha:

Outra vez

 Dois excelentes artigos


«(...) Com a proibição de qualquer veleidade keynesiana pelo Tratado, os socialistas perderam autonomia e sofreram derrotas sobre derrotas, mesmo quando “ganharam” como Hollande, porque entre uma imitação e a “real thing” os eleitores preferem a “realidade”. O preço desta quebra da “alternativa” foi a crise preocupante de representação nas democracias europeias, o crescimento da abstenção, o afastamento dos partidos no poder da população, e o crescimento à esquerda e à direita de partidos e movimentos anti-europeus e anti-sistema. Na “realidade” paga-se sempre o preço da realidade.
Em segundo lugar, existe uma enorme confusão entre a “realidade” do “fim da história” e o poder. Aquilo que os gregos encontraram à sua frente não foi o muro da “realidade”, foi o muro do poder. O poder no sentido weberiano, a possibilidade de alguém obrigar outrem a proceder contra a sua vontade. Uma das grandes aquisições da crise grega para a consciência europeia, foi a revelação às claras, sem ambiguidade, sem disfarces, da brutalidade do exercício de um poder. Nos nossos dias isto não é desejado pelos poderosos, que gostam de disfarçar o seu poder na discrição e no segredo, onde ele é sempre maior. Ao revelar o poder, enfraqueceu-o. Dos alemães aos parceiros menores como Passos Coelho, saber-se o que fizeram, saber-se o que impediram e vetaram, saber-se o que disseram, nas portas fechadas do Eurogrupo, e perceber-se que o resultado foi uma imposição punitiva de uma política em que ninguém acredita a um governo e a um povo, cria uma situação sem retorno. (...)»



«(...) Podemos regressar a outra Europa? Um grande número daqueles que se mantêm fiéis à ideia (eu diria ilusão) de que a construção europeia foi, desde os anos 50, outra coisa muito diferente deste autoritarismo tecnocrático dos nossos dias, cujo preço é pago essencialmente pelos países do Sul, estão cada vez mais incómodos com esta nova ordem imposta por Berlim e Bruxelas, por Merkel/Schäuble, Djisselbloem e Juncker. Falo essencialmente de setores da socialdemocracia que já não sabem o que pensar da forma como os Hollande, os Gabriel, os Renzi (ou os Sócrates e os Papandreou) adotaram sem reservas as várias componentes (económicas, mas também políticas e culturais) do There Is No Alternative thatcheriano, sabendo bem que as partilham com toda a direita de que se dizem alternativa... Numa parte considerável da sociedade (sobretudo nessa classe média que se imagina cidadã de uma Europa laica, democrática e respeitadora dos Direitos Humanos), defende-se o regresso a um projeto europeu perdido, como se Schäuble fosse (e não é) a antítese de tecnocratas como Schuman (o partidário de Pétain em 1940) e Monnet (horrorizado com o controlo parlamentar da política económica). Há que fazer uma reavaliação muito crítica dessa génese profundamente elitista da construção europeia, feita de despotismo esclarecido, e desta conceção e gestão das políticas europeias sempre cheia de preconceito tecnocrático que entende como populista toda a crítica ao europeísmo rançoso e dogmático, que reivindica a soberania democrática onde ela, mal ou bem, ainda se se tem a sensação de se exercer: à escala nacional... (...)»

De vez em quando, lá vem o ego

Chama-se a isto uma
descarada auto-promoção

A reportagem de Gonçalo Frota hoje no Público sobre o Festival Músicas do Mundo em Sines faz um rasgado elogio à actuação da chilena Ana Tijoux. E eu venho lembrar que ela já tinha aparecido nesta chafarica em 2 de Março deste ano, como se pode ler e ouvir  aqui.



23 julho 2015

MISSÃO IMPOSSÍVEL

Escusam de formular votos de 
que acabe o mandato com dignidade

Um Presidente que, ao marcar a data das eleições, formula logo perante a Nação o resultado que deseja,  não é um Presidente, é sim um maestro da«bipolarização». Já nada nos pode espantar neste espantalho político. Coitado, a sua autoridade política é tanta que as sondagens do Expresso até o tiraram da lista de personalidades políticas sujeitas a avaliação dos inquiridos e, assim, está quase tudo dito.