27 maio 2012

Para o seu domingo, a banda mexicana


Maná

Sergio Vallín, Alex González,
Juan Calleros e Fher Olvera
 


Ainda um aspecto do caso Público-Relvas

Li e ponderei mas
mantenho o que escrevi


Na edição de hoje do Público, no final de um longo texto sobre este caso, José Queiroz, Provedor dos Leitores daquele jornal, para minha surpresa, escreve o seguinte (sublinhados meus):«Duas notas finais, A primeira para dizer que considero censurável o facto de no «Esclarecimento» publicado . a direcção do PÚBLICO ter escrito  que Relvas dissera, nos seus polémicos telefonemas para o jornal, que "iria divulgar na Internet que a autora da notícia  vive com um homem de um partido da oposição". Trata-se aliás, segundo garante a jornalista em causa, de "uma informação falsa", com a qual o ministro pretende «descredibilizar» o seu trabalho, colando-o "a uma agenda ideológica". Tendo decidido tornar pública [ J.Q. refere à frente que, entre a directora e a jornalista, há divergências sobre terem ou não acordado na divulgação desta parte] esta inqualificável ameaça do governante, a direcção do jornal tinha a estrita obrigação de explicar que se tratava de uma falsidade, o que não fez. Felizmente, o erro terá sido corrigido num novo «Esclarecimento» ontem publicado» [ e que foi objecto do meu post anterior].


Face a esta opinião de José Queiroz, a mim apetece-me perguntar se, caso a informação sobre a relação afectiva da jornalista com «um homem de um partido de esquerda» fosse verdadeira, o Provedor dos Leitores do jornal também entenderia que a direcção do «Público» tinha a «estrita obrigação» de a confirmar. E cabe-me estranhar que José Queiroz não perceba que esta preocupação com o esclarecimento de que era «uma informação falsa» representa no fundo uma aceitação da razoabilidade da tese da colagem a «uma agenda ideológica», deixando em consequência no ar uma certa ideia indirecta de diminuição sobre todos e todas os e as  jornalistas do Público que porventura vivam com homens ou mulheres de «um partido da oposição».


José Queiroz é um jornalista prestigiado e respeitado e certamente por  boas razões é o actual Provedor dos Leitores do jornal. Mas eu mantenho inteiramente o que escrevi no post anterior  e, autoflagelando-me, insisto que a explicação deve estar no seu último parágrafo. Ou pensando melhor, talvez não: na verdade, talvez se trate de uma miudeza de um não jornalista uma vez que, com tantos jornalistas a intervir na blogosfera, que eu visse, o ponto que eu levantei não lhes mereceu qualquer atenção.

Elegante mas muito cínica

O que eu nunca ouvi
a senhora Lagarde dizer





26 maio 2012

Hoje em Lisboa, sempre e sempre...

... uma incontornável
força de convicções




Jerónimo de Sousa, hoje nos Restauradores:(...) «Um novo rumo de uma política que rompa com a estratégia dos que, aqui em Portugal e na União Europeia, face à profunda crise que criaram e aprofundam com as suas políticas, se lançam agora em hipócritas manobras de propaganda que falando de mudanças, visam no fundo mudar o necessário para que tudo fique na mesma.
Manobras que falando-nos de emprego e crescimento, de conceitos hipócritas como “austeridade inteligente”, como o PS aqui nos tenta vender, visam essencialmente dar uma aparência diferente a uma mesma coisa, a uma mesma política de exploração dos trabalhadores e favorecimento do grande capital.
É isso que significa o tão falado protocolo adicional ao tratado orçamental que, seja aqui em Portugal ou na França, a social-democracia tenta agora apresentar como a salvação, a grande mudança e o elemento distintivo.
Mas é tempo de alertar: colar um autocolante com as palavras emprego e crescimento em cima de um pacto orçamental que impede esse mesmo crescimento e emprego é o mesmo que atar de mãos e pés uma pessoa e depois dizer: anda!
Falar de crescimento e emprego sem tocar no pacto orçamental, sem beliscar as medidas draconianas da governação económica, sem questionar o rumo seguido até agora, e avançando até com propostas que visam aprofundar o rumo neoliberal e federalista da União Europeia, de domínio dos mais fortes sobre os mais fracos, é apenas uma e mesma coisa: insistir nas políticas que comandam a União Europeia e que são a origem e a causa da crise que estamos a viver.
(...)
Daqui saímos convictos e confiantes de que com a acção e a luta de todos é possível derrotar a política de direita de ruína nacional que tem acrescentado crise à crise, acumulando destruição e desgraça.
Daqui saímos convictos e confiantes que é possível vencer, trazendo mais e mais portugueses para a luta patriótica de exigência da rejeição do Pacto de Agressão, alargando a corrente da esperança na possibilidade da mudança e de concretização de uma nova política alternativa. (...)»


Texto integral aqui


Está tudo de cabeça perdida ?

Um estranho e chocante
esclarecimento do Público



A edição de hoje do Público de hoje incorpora na página 3 o seguinte (sublinhados meus) :

«Esclarecimento
No telefonema  que o ministro Miguel Relvas fez ao PÚBLICO tentando condicionar uma notícia , uma das ameaças era divulgar que a jornalista Maria José Oliveira «vivia com um homem de um partido da oposição». Perante novas perguntas suscitadas, importa esclarecer que a frase do ministro é falsa, como aliás foi comunicado à Entidade Reguladora da Comunicação Social e ao provedor dos leitores do PÚBLICO. A Direcção Editorial reitera a total confiança na competência profissional de Maria José Oliveira.»

Salvo melhor opinião, considero este «esclarecimento» um momento feio e triste na história do jornalismo português e um prémio dado a quem tenha referido ou ameaçado revelar um facto que é da absoluta esfera privada de uma jornalista. A coisas destas não se dá corda, confirmações ou desmentidos, dá-se desprezo e denúncia. Que a jornalista viva com um homem de um partido da oposição ou com um homem de um partido do governo ou viva sozinha é absolutamente irrelevante para o essencial do caso em questão. E que alguém do Público, com ou sem acordo da visada, tenha ido também esclarecer isto à ERC é, para mim, absolutamente chocante. Fosse eu membro da ERC e teria interrompido quem o estivesse a dizer para esclarecer que para a ERC a informação era completamente dispensável e alheia à matéria em inquirição. A única pessoa a quem reconheço que pudesse querer negar ou confirmar a insinuação ou afirmação sobre a suas relações afectivas era a jornalista Maria José Oliveira. Mas então devia fazê-lo pelo seu punho ou voz e não através da direcção editorial do Público.

Escrevo isto mas palpita-me que o faço por ser velho e por pertencer a uma escola antiga.


Porque hoje é sábado (274)

Charlie Winston

A sugestão musical de hoje é dedicado ao
cantor britânico

Charlie Winston.



25 maio 2012

E hoje a libanesa

Yasmine Hamdan


do seu novo álbum com o seu nome 

d

Notícia na «Sábado» sobre Relvas-secretas

[Aqui, Adenda de hoje ao post «o feliz casamento da água e do fogo»]


Os adjuntos são sempre os primeiros a cair



«Caso dos espiões

Notícia SÁBADO: 
Adjunto de Miguel Relvas demite-se

25-05-2012
Por António José Vilela


Nos telemóveis de Jorge Silva Carvalho, o Ministério Público (MP) encontrou mensagens trocadas com o ex-jornalista Adelino Cunha, adjunto do gabinete do ministro Miguel Relvas. Entre 8 e 15 de Setembro de 2011, o adjunto e o ex-espião combinam falar através de um telefone fixo, é referida uma ligação através dos telefones da Presidência do Conselho de Ministros e concordam em encontrar-se para beberem um café no Hotel Tivoli



Após ter sido questionado pela SÁBADO, o adjunto do ministro anunciou a demissão – “Apresentei o pedido de demissão, que o Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares aceitou”.

Já sobre as mensagens trocadas com o espião, o adjunto esclarece: “Conheci o Dr. Jorge Silva Carvalho antes de ter sido nomeado adjunto político do Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e mantive, por minha iniciativa, contactos durante o período em que exerci funções”.



Adelino Cunha especifica ainda porque é que falou e se encontrou com o ex-espião – “Em Setembro de 2011, o Dr. Jorge Silva Carvalho manifestou a sua indignação pelo facto de um envelope que lhe fora enviado pela Assembleia da República ter sido alegadamente violado. A título pessoal, contactei antigos colegas jornalistas alertando-os para esse facto. Informei-o também sobre os rumores que corriam na Assembleia da República sobre o alegado conteúdo dos documentos”.



E conclui: “Ao longo de 20 anos de carreira como jornalista e como historiador trabalhei por diversas vezes matérias relacionadas com Serviços de Informações e Defesa Nacional em artigos de jornais, revistas e nos livros que publiquei”.


O jantar do ministro
5 de Agosto, 20h 51m e 44s. Jorge Carvalho mandou um sms ao assessor de Imprensa da Ongoing, o ex-jornalista Ricardo Santos Ferreira. A confusão já estava instalada nas secretas com as primeiras notícias publicadas que o apontavam como suspeito na passagem de informações para o grupo empresarial de Nuno Vasconcellos. O assessor estaria preocupado e Jorge Carvalho recomendou-lhe tranquilidade, elogiou-o e mandou-o repousar. O conselho foi que ignorasse o que se dizia, pelo menos até ao dia seguinte quando saisse o jornal Expresso. 

Nessa altura, sim, se assim o decidisse Nuno Morais Sarmento, o ainda hoje seu advogado e ex-ministro da Presidência dos Governos de Durão Braroso e Santana Lopes. Nessa noite, não, porque o ex-espião dizia estar na Quinta do Lago, a jantar no restaurante Gigi. E Jorge Silva Carvalho gabou-se que estava a comer com Rafael Mora, o patrão e o número dois do grupo Ongoing, e ainda Miguel Relvas, que há cerca de mês e meio fora empossado ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares do actual Governo liderado por Pedro Passos Coelho.

Miguel Relvas já confirmou na Comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais ter recebido emails e sms de Jorge Silva Carvalho. “Conheci Jorge Silva Carvalho num acontecimento público em abril” (2010), disse e assegurou: “Nem ele me fez perguntas sobre o PSD, nem eu lhe fiz perguntas sobre os serviços secretos”. E garantiu que não voltou a falar com o ex-espião depois de ter assumido o cargo de ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares. 

A SÁBADO fez várias questões ao ministro Miguel Relvas, sobretudo sobre o alegado jantar na Quinta do Lago. A resposta foi sucinta: “Os esclarecimentos sobre este assunto foram oportunamente prestados na 1ª Comissão Parlamentar.Nessa altura afirmei que me tinha cruzado com o Dr. Jorge Silva Carvalho numa festa de aniversário, no Algarve, em Agosto de 2011”.

Já sobre a intervenção do seu adjunto, Miguel Relvas diz: “Quanto às sms’s do meu Adjunto, Dr. Adelino Cunha, nada mais tenho a acrescentar ao que foi dito pelo próprio”.

Para o Ministério Público (MP), a referência às relações entre Jorge Silva Carvalho e Miguel Relvas estão no processo crime para demonstrar que o espião se relacionava bem com novo poder político saído das eleições legislativas que derrotaram José Sócrates, a 5 de Junho de 2011 (a tomada de posse do novo Governo foi a 21 de Junho). E também para explicar que, depois de Jorge Silva Carvalho se demitir em Novembro de 2010 da direcção do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), sempre tivera a intenção de regressar aos serviços secretos como secretário-geral do Serviço de Informações da República Portuguesa (SIRP). E que, para isso, manteve uma teia de influência dentro e fora dos serviços secretos.

Na relação com Miguel Relvas, apesar de se tratarem com algum formalismo nas mensagens que trocaram, a relação do ex-espião com o actual ministro já seria bem anterior ao alegado jantar da Quinta do Lago. No processo constam também mensagens enviadas a Miguel Relvas a 10, 12 e 18 de Novembro de 2010, no mês em que o ainda superespião negociou com Nuno Vasconcellos a entrada como administrador no grupo Ongoing – no inquérito estão também várias respostas evasivas de Miguel Relvas. Um delas foi enviada a 16 de Abril de 2010, com o então braço direito de Passos Coelho no PSD a prometer ao espião a satisfação de um pedido (processo não diz qual). Já a 18 de Novembro, o tema do sms é o jornalista Nuno Simas – sem qualquer outra referência que permita perceber do que se tratava.

Mas se existia formalismo no trato entre Jorge Silva Carvalho e Miguel Relvas, também se percebe – sobretudo pelo tipo de mensagens enviadas por Silva Carvalho - que a relação entre ambos permitiu que o ex-espião lhe dissesse que deveria ser o futuro secretário-geral do SIRP. E, já agora, quem seriam os outros nomes que deveriam ocupar as direcções do SIED: João Bicho e a adjunta F.T (ex-PJ que fez a auditoria interna ao SIED, que consta no processo crime, e onde não ficou sequer provado quem nos serviços teria tido acesso à facturação telefónica do jornalista Nuno Simas). E do SIS: Luís Neves, ainda hoje director nacional-adjunto da PJ para a área do Terrorismo (Jorge Carvalho já convidara no passado para ser o seu número dois no SIED, mas Luís Neves recusou) e a espia P.M. A indicação foi dada a Miguel Relvas a 19 de Maio de 2011, às 21h 37m.

Nessa altura, Silva Carvalho também alertou Miguel Relvas, com alguma ironia à mistura, para as movimentações que estariam a acontecer por parte de Ângelo Correia, um militante histórico do PSD e ex-patrão de Pedro Passos Coelho no sector privado – Silva Carvalho revelou que Ângelo Correia estaria a manobrar nos bastidores para afastar do SIS um velho rival do superespião, o também espião G.V. 

Segundo Silva Carvalho, o rival já teria até o caminho traçado para o sector privado: seria colocado no Millenium BCP. A manobra de afastamento dos serviços era vista como necessária para o histórico do PSD colocar na liderança do SIS a mulher de G.V., a espia H.R. – qualificada como meia louca por Jorge Carvalho. 

Dias depois, a 6 de Junho, o espião repetiu tudo isto numa mensagem que enviou ao director nacional adjunto Luís Neves. O director nacional da PJ disse à SÁBADO que Silva Carvalho nunca lhe disse sequer que teria enviado o seu nome a Miguel Relvas sugerindo-o para a direcção do SIS. “A minha vontade é que manda: esse nunca foi o meu caminho”, diz peremptório. A SÁBADO ainda não conseguiu contactar Ângelo Correia. »

24 maio 2012

O caso Público - Relvas

Acredite quem
quiser ou o que não houve





Depois disto, quem acompanha este assunto ou acredita que três jornalistas do «Público» - Maria José Oliveira, Leonete Botelho e Bárbara Reis ( directora) - se mancomunaram e conspiraram infamemente para inventar a ameaça de Relvas de  divulgação de aspectos da vida privada da primeira ou então, como eu, acha que se nesta história tem entrado em cena um gravador, o que seria - sublinho - uma grave e indesejável quebra ética, a esta hora Miguel Relvas já não seria Ministro.

Dois nomes de um Festival

Fiona Monbet e Yusef Lateef