... atenção a certos factos !
Quem, por azar seu, acompanhar por alto ou por perto, o que escrevo há muitos e muitos anos reconhecerá certamente pelo menos duas coisas: uma é que não sou dado a tremendismos e outra que não dou nem um cêntimo para um recorrente peditório a favor da reabilitação do fascismo português.
Dito isto, creio não estar proibido, atenta até a experiência profissional que aqui evoquei, de achar, sentir ou pensar que estão em curso ideias e projectos no âmbito da legislação laboral que são um recuo mesmo em relação a regras e disposições legais vigentes antes do 25 de Abril de 1974, o que não pode deixar de constituir um acrescido motivo de indignação e raiva. Infelizmente, os tempos que correm e os habituais vícios de manipulação por parte de alguns obrigam-me a acrescentar que esta anotação não visa manifestar saudades de nada, não pretende estabelecer nenhuma comparação global entre o regime de hoje e o regime que, em boa hora, derrubámos em 25 de Abril de 1974. Visa sim, e isso assumida e frontalmente, salientar que isto tem um profundo significado histórico, que é uma revanche brutal sobre as aspirações e conquistas dos trabalhadores e que só pode estar em marcha por força de pessoas, concepções e culturas políticas que não entenderam nadinha de nada, ou entenderam bem de mais, o que revolução do 25 de Abril (e até certos pequenos avanços alcançados anteriormente) significaram na sociedade portuguesa.