01 maio 2025

Os anos 50 dos EUA voltaram

Um truque que
convem muito a Israel


Joseph McCarthy:
Então- O SUSTO VERMELHO
TODOS os simpatizantes da União Soviética  -
SÃO PERIGOSOS COMUNISTAS
Donald Trump:
Agora - O SUSTO vermelho, negro, branco e verde
TODOS os simpatizantes de GAZA
SÃO PERIGOSOS ANTISEMITAS

Travar o desvario

Contra o
rearmamento

Manuel Loff no «Público» de 30/4

(...) O Governo já formalizou junto do Conselho da União Europeia a intenção de “ativar a cláusula de escape nacional para aumentar o investimento no sector da defesa até 1,5% do PIB” (PÚBLICO, 29/4/2025). Dinheiro não vai faltar para o rearmamento. Como ele não cai do céu (como tantas vezes Passos e Costa nos gostavam de recordar), é revelador que o PS e a AD se preocupem em jurar que “o investimento não porá em causa o Estado Social e deve ter um efeito multiplicador do crescimento”. A AD quer “alcançar pelo menos 2% do PIB” antes de 2029 (o Chega tem mais pressa: até ao fim de 2026), o que significa duplicar o gasto atual.

O PS jura o mesmo (“aumentar o investimento em Defesa não pode significar enfraquecer o Estado Social”) e fá-lo porque o secretário-geral da NATO foi muito claro ao dizer no Parlamento Europeu que era exatamente o contrário  que era preciso fazer.[ver título do jornal norte-americano «Politico» na Adenda em baixo.]De tanto medo em se comprometer, o PS omite qualquer meta quantitativa porque “estas despesas, que Portugal deverá assumir no quadro das suas alianças internacionais” – como na troika, as alianças têm prioridade sobre a soberania popular na decisão sobre onde gastar os nossos recursos – “terão regras próprias no quadro da UE” pelo que “não é considerada no presente exercício, pela sua excecionalidade e imprevisibilidade.”  (...)

Neste clima de duplicidade moral no qual se levou ao extremo retórico o “Mal Absoluto” que Putin representa, enquanto o genocídio que Israel está a perpetrar em Gaza continua a ser descrito como um “conflito” com o Hamas, não é, pelos vistos, fácil ser-se claro sobre o que significa o rearmamento europeu. Essa vontade de Bruxelas de “preparar-se” para a guerra “para unir e estabelecer autoridade – inclusive através da construção de um inimigo – é um truque antigo” sustentado em “discursos simplistas e maniqueístas — marcados por uma russofobia circunstancial” (Anne-Cécile Robert, Le Monde Diplomatique – edição portuguesa, abril 202) Entre nós, só a CDU (e, em concreto, o PCP) fala explicitamente de “militarização da UE” e “escalada armamentista” e lembra que se prepara um “inaceitável desvio de vastos recursos, sistematicamente negados para resolver os problemas dos trabalhadores e do povo, para despesas militares e para a guerra”.

Adenda :
Titulo no jornal norte-americano «Politico»


30 abril 2025

Um grande acontecimento

 Há 50 anos, a vitória
 dos vietnamitas contra os E.U.A.

Celebrações na cidade de Ho Chi Minh
em 30 de abril de 2025.



Dia do Trabalhador

1º de Maio,
sempre com a CGTP

Lisboa - 14.30 hs. no Martim Moniz
Porto - 15 hs. na Av. dos Aliados

canta Bruce Springsteen

Mais uma contribuição de Eugénio Rosa

Decisões da União Europeia
e impactos para Portugal

Extracto do ultimo estudo de Eugénio Rosa


(...)«
B) Impactos concretos e específicos para Portugal das recentes decisões e orientações da União Europeia

• OE-2025 de Portugal 125.000 milhões €, 45% em despesas sociais + 10% pessoal afeto e 2,5% em investimento público.
 • Contribuição de Portugal (1,6%) que estimamos para custear os “planos da CE” (Plano Draghi +rearmamento da U.E. + financiamento da guerra na Ucrânia) daria mais 17,6 mil milhões €/ano que os portugueses teriam de suportar mais, ou seja, mais do que Estado transfere para o SNS.
• Para responder às exigências de Bruxelas Portugal teria de fazer : (a) Cortes brutais nas despesas sociais em saúde, educação e pensões, que seria gravíssimo ainda mais num país com salários baixos; (b) Redução do Investimento público em infraestrutura, atrasando ainda projetos de digitalização e energia; reduzindo drasticamente a Função Pública o que destruiria os serviços públicos já degradados o que provocaria uma forte resistência das populações
• Perda de fundos comunitários como subsídios agrícolas (Política Agrícola Comum) e fundos de coesão (apoio a regiões subdesenvolvidas) e redução significativa nos restantes. P
ortugal passaria de beneficiário líquido para contribuinte líquido

A ARMADILHA DE BRUXELAS DE NÃO CONSIDERAR PARA EFEITOS DO CÁLCULO DO DÉFICE AS DESPESAS MILITARES .

A proposta de Bruxelas de não contabilizar os gastos militares no cálculo do défice orçamental para efeitos das regras europeias é uma solução meramente contabilística, sem efeito real sobre a sustentabilidade financeira dos países. As despesas continuam a existir e, mesmo que formalmente "excluídas" para efeitos das regras de Maastricht ou do Pacto de Estabilidade, representam dívida real, empréstimos que terão de ser obtidos nos mercados financeiros , com juros reais, e que terá de ser pago pelos cidadãos no futuro. Aquilo que em Bruxelas se apresenta como uma "margem de manobra" é, na prática, um agravamento direto da dívida pública real. Isso terá consequências inevitáveis: (a) Aumento do serviço da dívida: à medida que as taxas de juros se mantêm ou aumentam, os países terão de gastar uma parcela ainda maior dos seus orçamentos anuais apenas para pagar juros da dívida passada; (b) Redução das margens orçamentais para políticas sociais e investimento público. Portanto haverá menos recursos disponíveis para saúde, educação, inovação civil, infraestrutura, transição energética, etc. Em outras palavras, a retórica de "investir para crescer" pode rapidamente converter-se numa espiral de estagnação, endividamento e austeridade disfarçada, agravando as desigualdades sociais e minando a coesão política interna da União.Se a UE persistir neste caminho, as consequências serão múltiplas: endividamento insustentável, pressão para austeridade futura, descontentamento social crescente . Em resumo: a obsessão em financiar simultaneamente a indústria de defesa e a guerra enfraquecerá a capacidade da Europa de sustentar um poder global a médio prazo, por falta de bases econômicas sólidas, e criará as condições ideais para aparecerem mais “trumpes” agora na própria Europa. ( Montenegro já pediu autorização a CE .(...

29 abril 2025

Mais cenas de Trump

 Adivinhe
quem é o criminoso

«Lembre-se: só um destes homens é um
criminoso condenado»


Mais um testemunho sobre a tragédia

 Gaza : uma dor infinita

A verdade que a AD esconde

As fantasias da AD
sobre a baixa do IRC

 Ricardo Pais Mamede no «Público»

«(...) O mesmo se pode dizer dos efeitos esperados da anunciada descida de IRC. De tão intuitiva, a ideia parece óbvia: se descermos os impostos sobre os lucros, mais empresas quererão investir no país. Mas a ideia esbarra em alguns dados. Primeiro, 40% das empresas portuguesas não pagam IRC. Segundo, 0,2% das empres as são responsáveis por mais de metade das receitas deste imposto.Terceiro, os grandes investimentos produtivos em Portugal são realizados ao abrigo de regimes contratuais com o Estado, que permitem às empresas em causa beneficiar de taxas reduzidas ou de isenção de impostos (a par de outros apoios financeiros e em espécie). Ou seja, esperar que uma descida de 20% para 17% na taxa de IRC, que recai essencialmente sobre um pequeno grupo de empresas e de investimentos, se traduza num crescimento do PIB duas vezes superior ao esperado, não é razoável.

Contra a hipocrisia dos poderosos

Uma voz italiana

Fabio Marcelli, jurista internacional
no jornal italiano «If Fatto Quotidiano»

(...) «  É sabido que a modéstia não convém à nossa terrível classe político-jornalística. E assim, descaradamente, como sempre, Meloni & Cia. estão imitando seus cabecilhas internacionais – Trump, von der Leyen e companhia – numa tentativa de neutralizar, distorcer e desnaturar a mensagem do Papa Francisco , o grande líder espiritual mundial que infelizmente nos deixou há poucos dias. No entanto, a mensagem de Francisco foi claríssima, condenando sem reservas o rearmamento, a devastação ambiental e o extermínio do povo palestino.

O compromisso de Francisco com os seres humanos, grandes vítimas do atual crepúsculo tempestuoso do Ocidente capitalista, o levou a tomar posições corajosas e claras sobre todas essas questões, a ponto de ser insultado por aqueles que não tiveram escrúpulos em chamá-lo de "putiniano" e "antissemita", categorias nas quais os terríveis formadores de opinião alojados vitaliciamente nos jornais e na TV tentam relegar qualquer um que expresse um pensamento crítico sobre os massacres e a devastação em curso. Hoje eles demonstram um luto artificial pela morte de Francisco, mas no fundo eles se alegram com o falecimento de um dos seus adversários mais temíveis.

(...)

Este grande líder nos conduziu na direção oposta e contrária àquela invocada pelos profetas do choque de civilizações e da supremacia do Ocidente ou de uma Europa armada até os dentes, que para recuperar seu lugar no mundo parece disposta a desencadear a Terceira e definitiva Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, ao afirmar a igualdade intrínseca entre os seres humanos e sua dignidade irreprimível, também invocada para os migrantes, ele atacou duramente a doutrina desumana dos racistas que não deixam de tentar evocar algum fundamento religioso para sua reivindicação de superioridade inconsistente.(...)