19 abril 2025

Uma certa forma de «cassete»

Uma obsessão
de Pacheco Pereira

Explicitamente a propósito do seu trabalho de organização de «uma grande exposição» sobre Sá Carneiro, Pacheco Pereira vem hoje no «Público» fustigar «o desprezo e o incómodo dos partidos políticos portugueses pela sua história » explicitando que isto é «válido para o PSD, PS e PCP.»

No que toca ao PCP, trata-se de uma velha campanha de Pacheco Pereira que resiste a todas as informações e esclarecimentos que, por mais de uma vez, o PCP já prestou.

Com efeito, Pacheco Pereira finge ignorar que o PCP, ao contrário do PSD e do PS, tem uma estrutura própria (o CES) que cuida do seu património arquivistico e corresponde a numerosos pedidos que lhe são feitos por historiadores, jornalistas, estudantes e universidades, que o PCP tem online toda a coleção dos Avantes! clandestinos e já editou numerosos livros sobre aspectos da história do PCP.

Adenda:

Do artigo de Pacheco Pereira no «Público» resulta claro que a citada exposição visa salientar  um visão mais «avançada» daquele líder partidário.

A este respeito só espero que Pacheco Pereira nela inclua uma referência ao papel de Sá Carneiro no chamado «golpe Palma Carlos» e outra referente a  um projecto de lei dos partidos levado por S.C. ao 1º governo provisório onde se estipulava a obrigação dos partidos entregarem às autoridades o ficheiro dos seus militantes.

E que, já agora, também inclua esta 1ª página do «Povo Livre».



Porque hoje é sábado ( )

Sarah Siskind

 

17 abril 2025

Este, apesar de tudo, sobreviveu, milhares náo tiveram essa sorte

Era uma vez
um menino de Gaza


«O prémio de Fotografia do Ano do concurso World Press Photo foi atribuído à imagem de um menino palestiniano de nove anos que perdeu ambos os braços durante um ataque israelita na Faixa de Gaza, anunciou esta quinta-feira a organização.

A imagem vencedora, um retrato de Mahmoud Ajjour, foi captada pela fotógrafa 'freelance' Samar Abu Elouf, para o jornal norte-americano The New York Times. Samar vive atualmente no mesmo complexo de apartamentos de Doha, no Qatar, onde se encontra o menino, em tratamento.

Natural da Faixa de Gaza, de onde foi evacuada em dezembro de 2023, a fotógrafa estabeleceu laços com as famílias locais e documentou alguns dos poucos feridos graves que conseguiram sair do território para receber tratamento, relata a organização do prémio.»(DN)

Outra viagem aos arquivos

 


Viagem aos arquivos

Há três anos

 

Dois cartoons

Funções públicas,
enriquecimento privado
Trump suspeito de ter manipulado a Bolsa
- "Make a minha conta bancária great again"

Desabafo de um
habitante de Gaza

Macron pensa reconhecer o
Estado palestiniano em Junho
 - "Será demasiado tarde, há
meses que não se reconhece nada "

15 abril 2025

Guardar o descontentamento para 18 de Maio

Reembolsos do IRS:
 um grande sarilho
para o governo

A trapaça política do IRS

Publicado no DN em 15 Abr 2025,«Se o Governo PSD/CDS soubesse o que sabe hoje nunca teria feito a manobra que fez com a retenção na fonte do IRS.

Não é que o Governo reconheça o erro que cometeu. O Governo só está arrependido porque os portugueses descobriram que se tratou de uma trapaça política, estão zangados e a zanga cai mesmo em cima das eleições legislativas.

Enredado no jogo de sombras das suas posições políticas e das contradições que elas arrastam, o Governo PSD/CDS esperava conseguir a quadratura do círculo. Por um lado, queria poder dizer que estava a combater o aumento do custo de vida mas não queria atacar a subida dos preços para não melindrar os grupos económicos que têm multiplicado lucros por essa via. Por outro lado, queria poder dizer ao povo que estava a aumentar salários e rendimentos sem mexer uma palha para que eles aumentassem efectivamente. Por outro lado ainda, o Governo queria dar a ideia de que a descida de impostos era para todos, apesar de descerem de forma significativa apenas para uma minoria. A fechar os lados ao quadrado, era preciso que toda essa encenação fosse feita a tempo da discussão do Orçamento do Estado para 2025, de forma a sustentar o discurso de que o Governo até estava a preocupar-se com o povo e a melhorar as suas condições de vida para, assim, tornar mais difícil o chumbo do orçamento.

Foi assim que surgiu, em Agosto do ano passado, a decisão de reduzir as taxas de retenção na fonte do IRS, incluindo os seus efeitos retroactivos.

Retendo menos imposto todos os meses, o salário ou a pensão disponível aumentava. Aumentando o salário ou a pensão disponível, o custo de vida parecia um bocadinho mais suportável. E até parecia que a redução dos impostos tocava mesmo a todos.

Durante alguns meses a manobra do Governo surtiu o efeito pretendido pela propaganda governamental mas já se sabia que, quando chegasse o momento da liquidação anual do IRS, ficaria à vista a trapaça política com o IRS.

E ficou!

Quem habitualmente recebia devoluções significativas de IRS vê agora o seu montante reduzir-se. Quem recebia devoluções mais curtas vê-as agora desaparecer ou tem mesmo de pagar.

O povo está zangado, pois claro que está. E, para mal do Governo, está zangado a pouco tempo de eleições legislativas.

Tivesse o Governo aliviado os impostos sobre o trabalho e aumentado os que recaem sobre os grandes lucros e as fortunas, tivesse tomado medidas para aumentar os salários e as pensões, tivesse contido os preços para que o custo de vida não aumentasse e não estaria agora a esbracejar como os náufragos, repetindo em desespero justificações esfarrapadas que ninguém toma como sérias e de que ninguém quer saber.

Essas medidas continuam, hoje como há um ano, a ser urgentes e necessárias. Não para salvar o Governo PSD/CDS do naufrágio mas para dar ao povo as bóias de salvação de que precisa para que não se afundem as suas condições de vida.

Eurodeputado