13 abril 2023

Alimentos

 Se não me engano, o IVA
 zero vai ser um flop

«Mas a verdade é que, mês após mês, os preços não deixaram ainda de registar uma tendência constante de subida e isso é particularmente evidente no que diz respeito aos bens alimentares.» («Público»)

                                   ( Jornal de Negócios)

Agulha no palheiro

 Encontrei um contentinho
 com a actual situação: é da UGT

Caso «assédio»

 O «Público» pior
 que o «Correio da Manhã»

11 abril 2023

Sobre uma tese de Fernando Rosas

 Com atraso, um ajuste
de contas necessário

Em várias obras do historiador Fernando Rosas há muitas vezes uma ostensiva desvalorização do papel do PCP na luta contra a guerra colonial. O mesmo acontece no seu ensaio integrado na obra colectiva «O Século XX português» onde se afirma que
«A primeira é a do anticolonialismo tardio do antifascismo português. O PCP só em 1957, na esteira do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), adopta uma posição de claro reconhecimento do direito à autodeterminação e independência dos povos das colónias. E mesmo assim essencialmente retórica, para não comprometer a sua politica de aliança com a oposição liberal. São a esquerda radical e a resistência católica que trazem a luta contra o colonialismo e a guerra para o centro da luta política antifascista em Portugal no inicio dos anos 70.»
Embora com considerável atraso, julgo ser chegado o tempo de pôr os pontos nos is em relação a esta perversa tese. Assim:
1. É um facto que só em 1957, no seu V Congresso, o PCP proclamou explicitamente o direito dos povos coloniais à independência mas é compreensível que o não tivesse feito antes quando ainda não existia nas colónias um significativo escol de naturais já em luta contra a situação colonial. De qualquer modo, o «só em 1957» tem de ser equilibrado com o facto indiscutível de que, entre 1921 e 1957, nunca o PCP assumiu posições colonialistas. Basta dizer que, por exemplo,nas suas Bases Orgânicas aprovadas em 1921, já o PCP defendia «a preparação e promoção da emancipação completa dos povos indígenas das colónias.» (ver mais aqui). Acresce que só por impenitente preconceito pode F. Rosas classificar como  «eminentemente retóricas» todas as actividades do PCP de propaganda anti-guerra colonial, os seus apoios à organização de deserções colectivas e os seus esforços para dotar o Partido de uma organização dentro das Forças Armadas. Ao menos seria de esperar que F. Rosas por exemplo não considerasse «eminentemente retórica» a destruição de 28 aeronaves pela acção da ARA em Março de 1971 na Base de Tancos.

2. Igualmente sem qualquer fundamento é a tese de F. Rosas de que o PCP seria apenas «retórico» em relação à guerra colonial «para não comprometer a sua politica de aliança com a oposição liberalNa verdade é preciso compreender que os entendimentos do PCP com outros sectores antifascistas se verificavam sobretudo nos períodos de farsas eleitorais que representam uma pequeníssima parte da duração do fascismo português. E que, fora desses períodos o PCP sempre manteve a sua coerente atitude contra a guerra e o colonialismo. Aliás no período da guerra colonial (1961-1974) houve quatro farsas eleitorais e em duas delas (1969 e 1973) os comunistas integraram comissões democráticas eleitorais (CDE)com uma firme e combativa orientação anticolonial. 

3. Pelo exposto anteriormente facilmente se percebe como é infundada a tese de Rosas de que  «são a esquerda radical e a resistência católica que trazem a luta contra o colonialismo e a guerra para o centro da luta política antifascista em Portugal no inicio dos anos 70.» Eu não desvalorizo designadamente as acções e iniciativas da resistência católica contra a guerra colonial mas deveria caber a F. Rosas explicar porque é que não classifica de «retóricas» as posições das duas correntes políticas que invoca.

08 abril 2023

Bons negócios

 440.000 euros para o Covões


»A Câmara de Coimbra vai votar, na próxima terça-feira, a atribuição de um apoio financeiro no valor de 440 mil euros à Everything is New, a promotora responsável pela realização de quatro concertos dos Coldplay na cidade dos estudantes.» (Público)

07 abril 2023

Privada e pública

 Ora bem


TAP, TAP, TAP

 A preço de saldo

«Reparem que, à direita não interessa nada que os portugueses se concentrem. Este ruído de sucessivas revoltas por isto, e mais tarde por aquilo, é muito mais conveniente. Tudo o que conserve a aura de escândalo e de ruína por causa do maldito socialismo. É este défice de atenção tuga que permite à direita não ser consistente: querem que se saiba tudo sobre a TAP, mas não no período em que havia um governo de direita; querem a privatização, mas declaram e reiteram que a empresa é um buraco. Pobre TAP. Vai para os privados e a preço de saldo.» (Carmo Afonso no «Público»)

05 abril 2023

Maravilhas da saúde privada

 Afinal...

«No primeiro trimestre do ano, foram dirigidas às entidades de saúde públicas e privadas quase 1.300 reclamações, um crescimento na ordem dos 62% face a 2019, revela uma análise do Portal da Queixa ao setor da Saúde. Problemas no atendimento, tratamento clínico indevido, dificuldades no agendamento, cobrança indevida e falta de informação estão entre os principais motivos de reclamação dos utentes. Os prestadores de saúde privados são os que absorvem mais queixas, registando uma subida na ordem de 220%, em relação a 2019. 

Relativamente ao sistema privado, a motivar a insatisfação sobre os prestadores de cuidados de saúde estão sobretudo queixas por cobrança indevida (20,1%); a demora no atendimento (19,1%); a falta de informação (12,1%) e o tratamento clínico indevido a recolher 9,1% das reclamações geradas no primeiro trimestre.  

De acordo com os dados referentes aos serviços prestados por hospitais públicos e privados, centros de saúde e clínicas médicas, verificou-se que o sistema privado é o mais visado, ao ser alvo de 480 reclamações durante o primeiro trimestre, registando uma variação de crescimento de 220%, em relação ao mesmo período de 2019, onde registou apenas 150 queixas. No sistema público, observa-se a mesma tendência, com uma subida na ordem dos 28,41%. Foram 352 reclamações em 2019 e, 452 queixas este ano.»