02 maio 2021

Mais um estudo de Eugénio Rosa

 "Um país de
 salários mínimos"

«O quadro 2, com dados do Eurostat, mostra a diferença de rendimento médio mensal auferido pelos trabalhadores em Portugal de acordo com o seu nível de escolaridade e um país de baixíssimos salários a perderem poder de compra, com exceção do SMN, pois a inflação aumentou 10,2% entre 2011 e 2019

Uma primeira conclusão importante que se tira dos dados do Eurostat do quadro 2 é que, no período 2011/2019, as remunerações médias que aumentaram mais foram as dos trabalhadores de baixa escolaridade (ensino básico ou menos), que tiveram uma subida de 12,3% (+69€), enquanto as remunerações dos trabalhadores com maior escolaridade (ensino superior) sofreram uma redução de 7,3% (-85€). É por isso que Portugal está-se a transformar num país de salários mínimos. Não é possível assim reter os trabalhadores com qualificações elevadas e desenvolver uma economia baseada em média-alta e alta tecnologia e no conhecimento. Não é por acaso que os trabalhadores mais qualificados têm emigrado para o estrangeiro.

Uma segunda conclusão importante é que, apesar de tudo, diferenças de escolaridade determinam diferenças grandes nas remunerações recebidas pelos trabalhadores. Em 2019, segundo o Eurostat, um trabalhador com o ensino secundário ganhava no nosso país em média mais 20% do que um trabalhador com o ensino básico, e um trabalhador com o ensino superior ganhava mais 71,4% que um trabalhador com o ensino básico. A remuneração de um trabalhador com o ensino superior era, em média, superior em 42,9% à do trabalhador com o ensino secundário. Mesmo com as baixas remunerações pagas em Portugal, as diferenças de remunerações determinadas pelos níveis de escolaridade são muito grandes»

estudo de Eugénio Rosa aqui

Jazz para o seu domingo

 Charles Langford



Tony Adamo

30 abril 2021

A mentira mil vezes repetida

 Henrique Monteiro
gostosamente prisioneiro de
 uma velha falsificação

Numa crónica de Henrique Monteiro hoje no «Expresso» (muito dedicada a «vender» a versão soarista sobre o 1º de Maio de 1975 ( sempre ocultando que foi Mário Soares que, desrespeitando compromissos prévios, decidiu fazer um desfile à parte), pode ler-se o seguinte:«A chegada de Cunhal [à Portela] já fora encenada de forma a assemelhar-se à de Lenine à estação de São Petersburgo. O líder do PCP subiu para uma chaimite (carro de combate) e ladeou-se de um soldado e de um marinheiro».

Um leitor que pesquise neste blog pela palavra «chaimite»encontrará todas as vezes que já aqui desfiz esta monumental mentira. 

Mas para não gastar muita cera com tão ruim defunto aqui fica apenas esta de 13 de Março de 2013 :

(clicar para ler melhor)

29 abril 2021

Descriminalização do CONSUMO de drogas

 Recordando o que
 já está esquecido 

(clicar para ler melhor)
«Largo consenso nacional» mas  «Não imediatamente» - escreveu e muito bem Daniel Oliveira no «Expresso». A tal ponto assim foi que, além da direita ter reclamado um referendo manhoso, vale a pena acrescentar que a página 497 do Diário da Assembleia da República de 20.10.2000 regista o seguinte:


28 abril 2021

Inadmissível !!!

 O INE anda a brincar com
 coisas terrivelmente sérias  ?

Um livro aberto

Uma significativa
 reescrita da história


(clicar para ler melhor)
Henrique Raposo no «Expresso»

Estas afirmações de um direitoso como Henrique Raposo falam com um livro aberto sobre como eram pobres e limitadas as aspirações "democráticas" da direita no dia 25 de Abril de 1974.
Na verdade:
1. Esquecem que se é certo que os spinolistas eram uma componente do movimento dos capitães, estavam entretanto longe de terem um papel e posição determinantes como rapidamente se viu nos desenvolvimentos subsequentes  ao «golpe» de 25 de Abril de 1974) (eu prefiro sempre dizer o "levantamento militar"), designadamente no chamado «golpe Palma Carlos».
2.São no entanto coerentes com a atitude assumida nos primeiros dias a seguir ao 25 de Abril por um destacado membro da Ala Liberal. Com efeito, basta lembrar que ainda estávamos só a 28 de Abril e já Sá Carneiro fazia no Porto uma declaração muito inquieto e preocupadocom o povo nas ruas.
3. São uma confissão claríssima de que estes sectores «liberais» detestam a revolução democrática e a ascensão dos trabalhadores e do povo ao primeiro plano da cena política nacional extraordináriamente consegrada no 1º de Maio de 1974. Eles apenas desejavam uma transição moderadíssima de regime que não tocasse nas estruturas fundamentais do fascismo e para isso alimentaram o projecto de eleger Spinola Presidente da República antes de eleições para a Constituinte.
4. Quanto ao «desgaste» causado pela «Ala Liberal= (apoucando a contribuição determinantes dos comunistas (e de outros democratas para o isolamento do fascismo), o que  Henrique Raposo nos vem dizer é que Marcelo Caetano foi um tonto pois em vez de andar a mandar prender e torturar comunistas devia era ter mandado prender Sá carneiro, Balsemão e Cª.
5.Apagam que não foi a «Ala Liberal» que organizou o 3º Congresso da Oposição Democrática em Abril de 1973 que tanta infkûencia exerceu sobre os redactores do Programa do Movimento das Forças Armadas. 

27 abril 2021

Na mouche !

 Sejam bem-vindos
 à lucidez

«Quando Marcelo nos pede para não “[exigir] aos que viveram esse passado que pudessem antecipar valores (...) agora tidos por evidentes, intemporais e universais”, persiste num dos mais velhos erros metodológicos da leitura reacionária do passado: o de inventar um tempo em que os valores dominantes seriam tão consensuais que nenhuns outros teriam sido enunciados. Em todas as épocas os valores dominantes tiveram alternativas; todas as ordens tiveram resistência; todas as verdades do tempo tiveram quem as denunciasse».

Quem puder que não deixe de ler hoje no «Público» o magnifico artigo de Manuel Loff.

Chama-se a isto ter razão antes de tempo

 Duas manchetes de
hoje e um post de há 10 anos


aqui em 17.9.2011