19 fevereiro 2021

Voto contra do PS

 Na hora da verdade
 a direita abstém-se

«O PCP, contrapondo a proposta do Governo de atribuir um apoio único no valor de um Indexante dos Apoios Sociais (IAS) — 438,81 euros — aos trabalhadores das artes afectados pela covid-19, sugeria um apoio mensal de 658,21 euros (1,5 vezes o IAS), a manter enquanto durassem as medidas excepcionais de resposta à pandemia, mas esse projecto de lei também foi chumbado. »

«Os projectos de lei do Bloco de Esquerda (BE), do PAN, do PCP e da deputada não-inscrita Cristina Rodrigues com medidas de apoio aos trabalhadores das artes e aos espaços culturais afectados pelo cenário de crise que o segundo confinamento veio agravar foram rejeitados no plenário desta quinta-feira, na Assembleia da República. O grupo parlamentar do PS votou contra todas as propostas; o projecto de lei do BE teve duas abstenções (PSD e CDS), os do PAN e do PCP três (PSD, CDS e Iniciativa Liberal) ».(«Público online»)


18 fevereiro 2021

Um artigo interessante

 Sobre o fascismo digital

«Eventualmente, dada a revolução digital, o fascismo clássico teve que se transformar em fascismo digital. Assim como o capitalismo, o fascismo não é um sistema definido de uma vez por todas. Muda com o tempo. Nem o capitalismo nem o fascismo são um fato consumado. Não são casos encerrados. O fim da história sem sentido não está à vista.

Assim como o fascismo clássico fez há cem anos, o fascismo digital usa as novas tecnologias a seu favor. Quando surgiram imagens em movimento, o fascismo italiano as usou, assim como o nazismo alemão. O fascismo clássico contava com uma nova máquina: rádio. Hoje, sua prole conta com computadores, tablets, iPads e celulares.»

em inglês aqui

17 fevereiro 2021

Um artigo de LUISA TIAGO DE OLIVEIRA

 Uma resposta bem dada


Extracto do artigo, intitulado «Uma falsa questão» de Luísa Tiago de Oliveira no Público de hoje em resposta ao artigo (título acima) de Duncan Simpson no Público de 14,2.2o21 :
«Ao querer chamar bombasticamente a atenção do leitor através de um absurdo lógico (como se alguma vez um povo pudesse ser todo ele cúmplice de uma polícia política), o autor poderia apenas estar a arranjar um título apelativo.
No entanto, a dicotomia “vítimas” e “cúmplices” é reforçada quando se opõe a minoria de opositores ao vasto “resto da população”, o que resulta em sugerir que uma grande maioria de portugueses aderiu e até manipulava a PIDE. As “vítimas” seriam os poucos que se teriam oposto ao Estado Novo; os “cúmplices” a grande maioria da população: esta é a visão de Duncan Simpson. Trata-se, no mínimo, de uma visão cor-de-rosa do Estado Novo.»

A totalidade do artigo está disponível na página do Facebook de Luísa Tiago de Oliveira. Por mim, só quero acrescentar acessoriamente que Duncan Simpson atribui relevante importância às 526 cartas que encontrou de cidadãos a fazer denúncias à PIDE cabendo-me a mim lembrar que muitos mais foram os democratas signatários de abaixos-assinados contra a ditadura, imensamente mais os 50 mil portugueses que assinaram as chamadas «listas do MUD» ou a centena de milhar que acolheu Humberto Delgado no Porto. E permito-rematar ainda que à pergunta de Dincan Simpson os portugueses responderam «Vítimas !» n0 1º de Maio de 1974 por todo o país.


A 100%

 Cronologia
de uma boa medida

em 21 de Janeiro

Hoje
Público

16 fevereiro 2021

Um imenso adeus

 Aquela voz.
Carmen Dolores
1924-2021


Da sua brilhante carreira cada um recordará momentos e passos (conformes à sua idade e experiência) desta extraordinária actriz e desta voz sublime que nos fez tanta companhia. Mas eu recordo sobretudo a magnifica mas reprimida aventura do Teatro Moderno de Lisboa e aquela palestra que, em meados dos anos 6o, a Secção Cultural da União Desportiva Vilafranquense organizou sobre a obra de José Gomes Ferreira em que leu poemas ao lado do Fernando Assis Pacheco. Apenas duas coisas que também dizem muito sobre o sólido compromisso cívico desta mulher que agora nos deixou.

O que muitos esqueceram

 A extrema direita
de Salvini voltou
ao governo de Itália

Itália: Draghi branqueia Salvini,
e os media entusiasmam-se

«Os jornais que ontem diabolizavam a Liga de Matteo Salvini saúdam hoje o governo Draghi, onde o o partido de extrema-direita contará com três ministros. Em nome de que lógica ?»


Em francês aqui

15 fevereiro 2021

Não transformar o passado em presente

 Não havia necessidade

Até porque suponho que o PR não foi ao funeral de nenhum dos militares de Abril que já faleceram durante o seu mandato e a quem devemos o que nem as mais altas condecorações pagariam.
E, para evitar interpretações erradas, esclareço que este post não é nada incompatível com o respeito que é devido ao quase milhão de jovens portugueses que foram obrigados a participar nas guerras coloniais.

13 fevereiro 2021

Um devoto de Draghi

 A alta velocidade
de Rui Tavares

Num artigo no «Público» (de dia 12) de comovente deslumbramento com a formação do novo governo de salada italiana presidido por Mário Draghi, Rui Tavares refere quase a terminar que « a administração Biden incluiu no seu portfólio de transportes o projeto de comboio “hyperloop” que permitiria fazer mais de 400 quilómetros em meia hora — imagine-se, se possível, Porto-Lisboa em 20 minutos). »

Ora diz-me o que aprendi na primária que fazer 400 Km em meia hora exige uma velocidade de 800 km. por hora, o que a este conservador, falho de ambição e não especialista em ferrovia me parece um pouco estonteante e nada urgente. E, por isso, temo que se Draghi seguir as ambições ferroviárias de Tavares acabe por se estampar.