A direita, nervosa, vai
ao baralho e tira uma
carta mais que gasta
Comecemos por registar que muito contente com a aquisição deve estar o «Público» tantas as vezes que faz chamadas de primeira página para os artigos do seu novo colunista da área do CDS Francisco Mendes da Silva.
Registemos depois que este escreveu hoje que « a verdade é que à direita nenhuma outra pessoa tem hoje a autoridade inequívoca e o apelo transversal que Passos tem. É por isso que foi ouvido e debatido, por admiradores e opositores, como se permanecesse vividamente no activo. Isto não é matéria de opinião ou desejo; é matéria de facto. Goste-se ou não, Pedro Passos Coelho não é uma figura do passado: é, ainda, o líder natural da direita portuguesa.»
Azar dos azares, acontece que mais à frente o articulista logo nos explica que «é preciso um projecto que reinvente este spaço político [da direita] e recupere o eleitorado perdido em 2015».
Como o leitor já terá intuído, as duas citações não jogam bem. Pela simples razão de que o eleitorado perdido em 2015 (pequeno pormenor: foram 700 mil votos) foi perdido com «o líder natural da direita portuguesa» Passos Coelho ao leme de um chaço chamado PAF.
Podem-me dizer que a memória dos povos é curta mas, ainda assim, penso que neste caso o novo D. Sebastião da direita, embora vivo, já teve o seu Alcácer Quibir.