24 abril 2020

Seria terrível

Do que o 25 de Abril
de 1974 nos livrou

Só por causa das confusões esclareça-se que na notícia o primeiro-ministro rejeita as formas mais perigosas de controlo à distância.

23 abril 2020

Últimos cartuchos de uma polémica

A senhora ensandeceu ?


A senhora da «suspensão da democracia por seis meses». ou seja a dra. Manuela Ferreira Leite brindou-nos ontem na TVI24 como uma originalíssima solução alternativa para as celebrações do 25 de Abril na AR. Nem mais nem menos, expressamente inspirada pela cena do Papa sozinho a celebrar a Páscoa, perante uma Praça de S. Pedro vazia, propôs que o Presidente da República discursasse perante um plenário da AR vazio. 
Cansado da gastar cera com tão ruins defuntos, observo apenas que a República Portuguesa não é a Igreja Católica, que Marcelo Rebelo de Sousa não é o nosso Papa nem o nosso papá, que no Vaticano não há deputados e que a sua proposta seria um golpe profundo e de tremendas consequências na imagem do que é a democracia portuguesa. 
Tudo visto, recomendo apenas à dra. Manuela Ferreira Leite que passe a usar o champô H&S que, segundo a sua publicidade, «mantém a cabeça limpa».


Este post assenta que
 nem uma luva à senhora que
escreve isto no Expresso online



22 abril 2020

Vem aí um novo disco rachado

E, pronto, já cansados
da polémica sobre o
25 de Abril, agora
 voltam-se para o 1º de Maio

Quem assim escreve fala do que não sabe e prefere a especulação à informação responsável e fidedigna. E sobretudo omite que a CGTP já declarou em 14 de Abril o seguinte : «Esta Jornada Nacional de Luta terá um vasto conjunto de componentes de informação, denúncia e reivindicação, nos locais de trabalho e nas ruas, com muito ampla divulgação digitalE, não sendo possível realizar as manifestações e concentrações que juntariam muitos milhares de trabalhadores em todo o País, iremos dar expressão à indignação, protesto e reivindicações dos trabalhadores nas mais diversas formas. Estaremos na rua, garantindo as necessárias medidas de protecção e distanciamento.» E, em 19 de Abril, explicitou mesmo que «Como dissemos na nossa Declaração de 14 de Abril sobre o 1º de Maio, a CGTP-IN não irá realizar as manifestações, concentrações e desfiles.»
E não é preciso ser muito criativo para imaginar que tipo de acções poderá a CGTP organizar que respeitem aquele seu compromisso solene e que certamente serão em concreto divulgadas até ao 1º de maio já que ainda faltam oito dias. Não se afobem nem enervem.

21 abril 2020

Está tudo bem assim

A pandemia secou a
 criatividade dos publicitários


Novo slogan do Pingo Doce
Slogan da campanha 
de Luís Montenegro no PSD

20 abril 2020

Mais sobre o 25 de Abril na AR

Tão criativos que eles são !

(...)

(...)
- André Lamas Leite no «Público»
Como se vê, entre os que fazem campanha contra a celebração do 25 de Abril na AR, há os que sentem a necessidade de oferecer soluções alternativas debaixo daquele principio de que há que ser criativo e que a situação da pandemia é a mais indicada (?) para isso.

Curioso é que todos o façam sem nunca se darem ao trabalho de contestarem de forma fundamentada e séria a evidência de que o modelo proposto para este ano garante perfeitamente regras de contenção e distanciamento (*). E sem que nos expliquem porque é que a AR pode reunir para decretar estados de emergência ou discutir projectos de lei sobre a pandemia e já não pode reunir para homenagear o 25 de Abril.

Nesse âmbito, vem agora por exemplo André Lamas Leite defender o modelo alternativo da salinha televisionada (não o Plenário) em que só usariam da palavra o PR e o Presidente da AR. Por mim, sentencio que as soluções ditas «criativas» raramente são inocentes. É que a AR é muito mais que o seu Presidente, é a representação nacional, por isso é plural e sobre o 25 de Abril há visões plurais pelo que impedir os discursos dos partidos seria uma intolerável amputação e deturpação. 

Dito isto, não ignoro que. no essencial, nesta polémica sobre o 25 de Abril na AR o filme está feito com  emoções e embirrações (fruto do longo confinamento ?) a prevalecerem sobre uma argumentação que, apelando à racionalidade, apela sobretudo ao respeito pelo lugar que o 25 de Abril deve ocupar na vida das instituições, do povo e do país.

(*) Deputados e convidados estarão a uma distância entre si porventura superior a que têm, nos seus locais de trabalho e transporte, as centenas de milhar de portugueses que vão trabalhar todos os dias.

19 abril 2020

Para o seu domingo...



... a música mais inadequada
 aos tempos que vivemos


A resposta é negativa

"O novelista Douglas Kennedy denuncia a gestão de Trump neste “crepúsculo virulógico dos deuses» e vaticina  um pesadelo para milhões de norte-americanos"


«(...) Desde las reaganomics de los ochenta [la política económica de inspiración neoliberal del entonces presidente], la otrora próspera y estable clase media americana ha sido destruida. Manhattan, mi isla natal, estuvo habitada en su día por familias de clase obrera. En mi familia éramos cuatro y vivíamos en un apartamento de 60 metros cuadrados. Ahora mismo, Manhattan solo es accesible para los ricos. Hoy, para vivir como un joven artista en cualquier ciudad importante de América, tienes que vivir de rentas o tener dos o tres trabajos a la vez. Y, en lo más profundo de Estados Unidos, la lucha por la supervivencia económica es dura en el contexto del monocultivo hipermercantil. ¿Se derrumbará el capitalismo estadounidense como un castillo de naipes cuando sea atenuado el Covid-19? Mis amigos de la izquierda estadounidense ven una esperanza en la inminente carnicería; la esperanza que puede provocar un cambio radical, un New Deal para sacar al país de una inmensa depresión. Por supuesto, a mí también me encantaría ver semejante cambio de rumbo a nivel nacional, igual que vi con consternación cómo la mayoría republicana en el Senado trató de torcer el plan de rescate de las grandes multinacionales a expensas de los trabajadores que ahora están en plena caída libre económica. (...) »

ler artigo integral aqui no «El País»

18 abril 2020

Atenção aos factos

Sobre
o 25 de Abril na AR
Não, não venho dizer que toda a contestação que por aí vai à celebração do 25 de Abril na AR seja fruto de ódio ao 25 de Abril pela simples razão de que infelizmente já encontrei nas redes sociais muitos democratas a partilharem dessa hostilidade à celebração.

Prefiro antes pensar que estamos perante um daqueles casos um pouco inexplicáveis de fuga aos factos.

Porque a verdade é que, no dia 25 de Abril, tirando os cravos e um número muito limitado de convidados, a AR vai estar exactamente como tem estado nos dias em que tem reunido ou, para ser mais exemplificativo, quando decidiu os estados de emergência, sem que ninguém tivesse contestado o seu funcionamento nos novos moldes.

Os oponentes da celebração só têm duas hipóteses: ou contestam com fundamentos a verdade do parágrafo anterior ou, não a contestando, reconhecem que a sua oposição não tem nenhuma justificação. Assobiar para o lado é que não 
vale.

E, neste contexto que ponho à honesta consideração de todos os oponentes da celebração, só venho dizer que feio sinal seria que a AR não comemorasse o 25 de Abril data maior e incomparável da nossa vida como povo e nação.

Adenda : as comemorações do 25 de Abril serão mais pobres este ano ? Sem dúvida que serão ! Mas não é porque a AR vai estar meio vazia, é porque, dadas as circunstâncias, não vai haver os desfiles populares que são uma incomparável marca de água das raízes poderosas do 25 de Abril no imaginário colectivo. É deles que vou sentir falta.


Já agora. reparem no 
desplante deste mercenário

Há uma coisa que estes novembristas nunca fizeram nem fazem : convocar uma manifestação no 25 de Novembro. Por alguma razão.

Porque hoje é sábado ( )

Benjamin Deschamps

A sugestão musical deste sábado vai para o
saxofonista canadiano
Benjamin Deschamps

17 abril 2020

1º de Maio

Ler é o melhor remédio

De Paulo Portas na TVI, armado em grande epidemiologista, a não sei quantos maduros nas redes sociais não falta quem ande a levantar fantasmas e suspeições sobre a CGTP e o 1º de Maio. Mas bastava ler o comunicado da CGTP para concluirem que era melhor ficarem quietos e calados :

«É nesse sentido que a CGTP-IN apela à mobilização dos trabalhadores para uma grande Jornada Nacional de Luta, com o lema: DEFENDER A SAÚDE E OS DIREITOS DOS TRABALHADORES – GARANTIR EMPREGO / SALÁRIOS / SERVIÇOS PÚBLICOS.
Esta Jornada Nacional de Luta terá um vasto conjunto de componentes de informação, denúncia e reivindicação, nos locais de trabalho e nas ruas, com muito ampla divulgação digital.
E, não sendo possível realizar as manifestações e concentrações que juntariam muitos milhares de trabalhadores em todo o País, iremos dar expressão à indignação, protesto e reivindicações dos trabalhadores nas mais diversas formas. Estaremos na rua, garantindo as necessárias medidas de protecção e distanciamento.»