18 janeiro 2018

Já 188.000 assinaturas

Manifesto Eleição
sem Lula é fraude


Aqui :«A tentativa de marcar em tempo recorde para o dia 24 de janeiro a data do julgamento em segunda instância do processo de Lula nada tem de legalidade. Trata-se de um puro ato de perseguição da liderança política mais popular do país. O recurso de recorrer ao expediente espúrio de intervir no processo eleitoral sucede porque o golpe do Impeachment de Dilma não gerou um regime político de estabilidade conservadora por longos anos.
O plano estratégico em curso, depois de afastar Dilma da Presidência da República, retira os direitos dos trabalhadores, ameaça a previdência pública, privatiza a Petrobras, a Eletrobras e os bancos públicos, além de abandonar a política externa ativa e altiva.
A reforma trabalhista e o teto de gastos não atraíram os investimentos externos prometidos, que poderiam sustentar a campanha em 2018 de um governo alinhado ao neoliberalismo. Diante da impopularidade, esses setores não conseguiram construir, até o momento, uma candidatura viável à presidência.
Lula cresce nas pesquisas em todos os cenários de primeiro e segundo turno e até pode ganhar em primeiro turno. O cenário de vitória consagradora de Lula significaria o fracasso do golpe, possibilitaria a abertura de um novo ciclo político.
Por isso, a trama de impedir a candidatura do Lula vale tudo: condenação no tribunal de Porto Alegre, instituição do semiparlamentarismo e até adiar as eleições. Nenhuma das ações elencadas está fora de cogitação. Compõem o arsenal de maldades de forças políticas que não prezam a democracia.
Uma perseguição totalmente política, que só será derrotada no terreno da política. Mais que um problema tático ou eleitoral, vitória ou derrota nessa luta terá consequências estratégicas e de longo prazo.
O Brasil vive um momento de encruzilhada: ou restauramos os direitos sociais e o Estado Democrático de Direito ou seremos derrotados e assistiremos a definitiva implantação de uma sociedade de capitalismo sem regulações, baseada na superexploração dos trabalhadores. Este tipo de sociedade requer um Estado dotado de instrumentos de Exceção para reprimir as universidades, os intelectuais, os trabalhadores, as mulheres, a juventude, os pobres, os negros. Enfim, todos os explorados e oprimidos que se levantarem contra o novo sistema.
Assim, a questão da perseguição a Lula não diz respeito somente ao PT e à esquerda, mas a todos os cidadãos brasileiros. Como nunca antes em nossa geração de lutadores, o que se encontra em jogo é o futuro da democracia».

 
Ler no «Público» de hoje
artigo da Prof. Syl
via Debossan
Mo
retzsohn

Para quem se interessar por estes temas

O cinema e a «revolução
cultural» chinesa






clicar para aumentar
download do ensaio em PDF aqui

15 janeiro 2018

Uma declaração de Manuela F. Leite

Alvo compreensível
mas fraca ambição



É certo que, durante a campanha interna, Rui Rio já havia anunciado, com não poucos estilhaços polémicos, a orientação estratégica de, não sendo o PSD o partido mais votado ou não dispondo de uma maioria absoluta com o CDS, iabilizar um governo minoritário do PS com o assumido objectivo de o libertar da necessidade de compromissos com o PCP, o BE e o PEv.

Mas, apesar disso, não deixa de ser por demais significativo que, dois dias depois da eleição de Rio, venha logo puxar essa orientação para primeiro plano, ao declarar que « Da mesma forma que o Bloco de Esquerda e o PCP têm vendido a alma ao diabo, exclusivamente com o objetivo de pôr a direita na rua, eu acho que ao PSD lhe fica muito bem se vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua”, afirmou Manuela Ferreira Leite, em entrevista à TSF».

Anotando-se de passagem o lugar cativo que o Diabo continua a ter no discurso de personalidades do PSD é pois de registar o que realmente rala o PSD e como é fraca a sua ambição política para as próximas legislativas embora o seu alvo principal seja compreensível porque confirma o que mais lhes dói, a saber, o peso ou influência da esquerda junto do governo minoritário do PS que o PSD pretende atrair para compromissos alternativos consigo.

Se assim é, é preciso lutar até Outubro de 2019 para que, à esquerda, ninguém duvide de qual é a opção eleitoral que melhor torna invvel esta perigosa manobra.

P.S.: Escrevendo sobre esta matéria no «Público» de hoje, Rui Tavares volta pela enésima vez a reescrever a história ao debitar a seguinte falsificação: «Muito lamentei eu que, durante anos, a esquerda se tivesse recusado a tirar disso consequências e não aceitasse entender que de cada vez que enjeitava trabalhar com o PS estava a atirar a política portuguesa para os braços da direita (sim: não só o próprio PS mas toda a política portuguesa para os braços da direita, enviesada que ela ficava pelo facto de não haver nunca convergências à esquerda).» E é apenas porque tenho o jantar ao lume que, para ilustração de Rui Tavares, não trago aqui uma breve mas grave lista das infinitas «bondades» (políticas, medidas, decisões, recusas de entendimentos, etc. ) dos anteriores governos do PS.