25 abril 2017

O «slogan» é antigo mas gostamos muito dele





O fascismo não deixou que eu e muitos outros vivessem esse dia luminoso, mágico, arrebatador e carregado de futuro. Mas. de verdade, isso não tem importância nenhuma. A partir da uma da manhã de dia 27, todos desaguámos na maré popular que, durante quase dois  anos, construiu com extraordinária dedicação, imensa criatividade e uma bela paixão colectiva a sempre gloriosa Revolução  de Abril.
Já passaram 43 anos mas os seus valores e realizações ainda estão na nossa pele, no nosso coração e na nossa alma  e ainda estão sempre a inspirar as nossas lutas de hoje.

24 abril 2017

Cada terra com o seu uso

Eles devem estar habituados
mas a mim faz-me confusão



secção de voto em Estrasburgo em 23 de Abril

Já tinha reparado nisto aquando das últimas legislativas em França. Lá não existe um boletim de voto com todos os candidatos mas sim um boletim para cada candidato. E os eleitores escolhem o boletim do seu candidato à vista de toda a gente.

Já agora sobre o drama dos mal inscritos ou não inscritos ler aqui

votantes da 1ª volta

Sociologia eleitoral
(estudo à boca das urnas)                                                      

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23 abril 2017

1ª volta das presidenciais francesas




Et maintenant, vitória de Emmanuel Macron,um neo-liberal de quatro costados sobre a neo-fascista  Marine Le Pen (mais 4 pontos que em 2012) que seguramente perderá na 2ª volta para Macron.  Resultado muito honroso para Melenchon, o candidato que o PCF apoiou (sobe 8 pontos em relação à presidencial de 2012). François Fillon alcança  um resultado que é um dos mais baixos da direita francesa desde 1968. Severíssima humilhação para o  PS, cujo candidato - B. Hamon - obtém cerca de 6%, ou seja, um resultado parecido com a célebre catástrofe de Gaston Deferre em 1969 (5,01%). Pela primeira vez, nenhum dos candidatos das duas principais forças políticas - direita (agora Republicanos) e PS - passa à segunda volta.
Muitíssimo mais do que quem ganha à segunda volta, todas as interrogações - e mais do que justificadas - vão centrar-se nas legislativas de Junho e na forma como o sismo de hoje se reflecte nessa batalha eleitoral (com um íniquo sistema eleitoral maioritário a duas voltas) .

Transferências de votos para
a 2ª volta segundo uma sondagem
antes da
votação de hoje

 a cinzento - abstenção

1ª página de «L'Humanité»
de amanhã





No «El País» de ontem

Os limpíssimos métodos
do governo Temer



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22 abril 2017

Porque hoje é sábado ( )

Evan Parker


A sugestão musical deste sábado vai para o 
saxofonista britânico Evan Parker.


Imperdível !

Regresso a um
relatório da OCDE de 1996
( com um obrigado ao Manuel Jorge veloso)
«Conseils aux gouvernants du Sud et du Nord pour affaiblir le syndicalisme
“ Si les salariés des entreprises parapubliques sont bien organisés, ils peuvent s’opposer efficacement à la décision du gouvernement (de privatiser ou de licencier massivement, NDR). Toute politique qui affaiblirait ces corporatismes (à noter que Morrisson utilise le terme “ corporatisme ” pour désigner manifestement le mouvement syndical, NDR) serait souhaitable : d’un point de vue économique, cela éliminerait des entraves à la croissance et, politiquement, le gouvernement gagnerait une liberté d’action qui peut lui être précieuse en période d’ajustement. On objectera que cette politique soulèvera des résistances mais il vaut mieux que le gouvernement livre ce combat dans une conjoncture économique satisfaisante qu’en cas de crise lorsqu’il est affaibli. Cette politique peut prendre diverses formes : garantie d’un service minimum, formation d’un personnel qualifié complémentaire, privatisation ou division en plusieurs entreprises concurrentes lorsque cela est possible. ” (ibidem, p. 23).

na íntegra aqui

Rede bombista de 1975 e 1976

Não esquecemos
e não perdoamos !


21 abril 2017

Notícias pouco claras

 A ver se nos entendemos

DN
Sobre isto, apenas quatro esclarecimentos:

Goste-se ou não, a verdade é que o Programa de Estabilidade e Plano Nacional de Reformas não têm que ser votados no Parlamento.

 O que o CDS (que, tal como PSD, tinha era todas as razões para votar este PEC) apresentou foi um projecto de resolução mas convém lembrar que os projectos de resolução, mesmo que aprovados, podem ter significado e impacto político mas não obrigam juridicamente nenhum governo a respeitá-los.

Este projecto de resolução do CDS não tem nada que ver com convicções, antes é inteiramente do domínio da chicana e do mais desbragado tacticismo.

Além do mais, por maior que seja a oposição, e é, do PCP ao «Programa de Estabilidade 2017-2021», creio ser inteiramente compreensível que o PCP nunca podia votar favoravelmente um projecto de resolução que reclamava a adopção e "intensificação" pelo actual governo «das reformas estruturais [é favor acrescentar aspas] adotadas pelo anterior governo» que bem sabemos o desastre que despejaram sobre os portugueses e o país.

Não adianta assobiar para o lado

Não, não é um
economista comunista



«(...) Por conseguinte, dado esse contexto e essa estratégia apresentada aos portugueses, parece ser um lapso o Programa de Estabilidade 2017-2021 apresentado a 13 de Abril pelo Governo.
Isto porque o Programa de Estabilidade 2017-2021 abandona a estratégia inicial e vai muito para além do exigível pelo Tratado Orçamental, apresentando uma trajectória de consolidação orçamental ambiciosa, com o saldo orçamental global e primário (antes da despesa com juros) a atingir 1,3% e 4,9% do PIB em 2021, respectivamente.

Por um lado, o objectivo de médio prazo definido pela Comissão Europeia (CE) em 2015 para o período até 2018, de um saldo orçamental de +0,25% do produto potencial é discricionário, questionável, não mensurável e, curiosamente, o segundo valor mais elevado imposto a qualquer país membro da zona euro (não era conhecido o objectivo para a Grécia). Afigura-se, por isso, que não faz sentido que o Governo defina objectivos tão ambiciosos para o saldo orçamental em 2019, 2020 e 2021 uma vez que a CE fará a revisão dos objectivos de médio prazo em 2018.

Por outro lado, considerando que a execução orçamental de outros países membros é muito pior do que a portuguesa e considerando ainda os processos eleitorais em curso em vários países membros, o objectivo definido para o saldo orçamental pela CE até 2019 dificilmente será respeitado por todos, pelo que seria razoável que o Governo apresentasse uma proposta de base o mais afastada possível da posição da Comissão Europeia para que, do processo negocial, resultassem objectivos para a consolidação orçamental menos ambiciosos, na continuação da estratégia orçamental adoptada pelo Governo nas negociações do OE2016.
Acresce que a melhoria do saldo estrutural em 2018, 2019 e 2020 de 0,6 ou 0,5 pontos percentuais do PIB, apresentadas no Programa de Estabilidade 2017-2021 é superior à proposta no Orçamento de 2017 e às registadas em 2016 e 2015.
Por último, o Programa de Estabilidade 2017-2021 inclui uma simulação a 20 anos da trajetória da dívida pública com base no saldo primário que se projecta para 2021 (+4,9% do PIB) dando a entender que seria essa a estratégia do Governo após 2021. Se assim fosse, o Governo português iria muito para além do que poderia ser a interpretação mais restritiva das regras do Tratado Orçamental.
Ou seja, o Governo presta-se a ser acusado, como o Governo anterior, de querer ser um “bom aluno” e de querer ir muito além da troika.
O Programa de Estabilidade 2017-2021 não aproveita a folga que existe, em larga medida determinada por condições externas extraordinariamente favoráveis, para inverter a estagnação que se arrasta há já quase duas décadas. A procura interna somente em 2016 atingiu o nível de 1999, em termos reais! Toda uma geração alterou as suas expectativas, acomodando-se a baixas expectativas, aceitando pensar que um salário de 1000 euros é o melhor a que pode aspirar na vida; que os seus filhos terão sorte se viverem tão bem como os pais, porque o mais provável é viverem pior.
Os portugueses mereciam, por conseguinte, que o (Governo) PS mantivesse a promessa que fez, enquanto o PS era oposição, de uma política orçamental (e de um Programa de Estabilidade) mais ambicioso e visionário.»

Quem tiver acesso, pode ler aqui
a crónica integral no Público