21 abril 2016

Deserções e guerra colonial

Uma indispensável rectificação


Público dedica hoje, e muito bem, duas páginas, à edição do livro «Exílios-Testemunhos  de Exilados e desertores Portugueses na Europa (1961-1974». E devo registar com satisfação que, ao contrário do que já aconteceu no passado,  em nenhum dos depoimentos prestados para esta peça encontro qualquer pretensão de superiodade ou de «mais coragem» em relação às centenas de milhar de jovens portugueses que foram forçados a fazer as guerras coloniais.

Encontro porém uma falsificação ou ignorância a que uma historiadora parece dar aval. É a seguinte:

Face a isto, é imperioso esclarecer que é completamente falsa a asserção de que o PCP só defendia a deserção já no teatros de guerra pois, como  se pode demonstrar, entre muitos outros exemplos, pelas duas passagens abaixo assinaladas a vermelho, uma das quais diz expressamente que «a deserção é um acto de protesto contra a política colonial do fascismo. Os jovens não se apresentem à inspecção, abandonem os quartéis, recusem-se a embarcar.»


aqui
E, por fim, por causa de velhas e persistentes deturpações em torno desta matéria aqui deixo a Resolução do Comité Central de Julho de 1967 que, tendo como destinatários os militantes do Partido, afinou uma orientação já muitíssimo anterior :
Avante! nº 382 de Setembro de 1967)


Sem pingo de vergonha

Pura demagogia,
aldrabice contumaz

No Público de hoje, João Miguel Tavares, o engraçadinho contratado para a última página do jornal, consegue, sem tibutear, alinhavar esta patente aldrabice embrulhada na mais descarada demagogia reaccionária:

É isso mesmo: aventesmas como JMT obrigam assim um pacato cidadão como eu a salientar o que devia já ser cristalino, a saber designadamente :

Excluindo os que recebem pequenas pensões que não estão associadas a carreiras contributivas, todos os pensionistas ou reformados recebem pensões ou reformas não como dádivas do Estado ou dos governos mas sim em relação directa com os descontos que eles e as suas entidades patronais fizeram ao longo de toda uma vida de trabalho;
Os trabalhadores da função pública recebem salários não por privilégio estatal mas pelo seu trabalho, exactamente, embora certamente menos, como JMT recebe do Público e do Governo Sombra»;


O subsídio de desemprego e outras prestações sociais são pagas pelo Orçamento da Segurança Social, cujas receitas já descrevemos e não directamente pelos nossos impostos.

E pronto, conversa acabada porque a desonestidade política e intelectual não merecem a honra de mais chibatadas.

Adenda: No Facebook, João Ramos de Almeida alerta com oportunidade :  «Atenção, trata-se de um erro comum: Não há 3,6 milhões de pensionistas; há 3,6 milhões de pensões! A Segurança Social apenas fornece estatísticas sobre o números de pensões, quando há pensionistas que acumulam, por exemplo, uma pensão de velhice com outra de sobrevivência por morte do cônjuge."


18 abril 2016

Que felizes que eles devem estar

A tradição ainda é o que era




Há 52 anos

Não explica tudo...

... mas isto anda tudo
ligado, como dizia o poeta




O trailer de promoção deste programa na Globo começa assim : «Em que é que você pensa quando se fala em Miami ? Compras, claro !»

Brasil agora

Às 00.40 de hoje este célebre 
querubim já tinha votado pelo
impeachment



«A carreira de [Paulo] Maluf é marcada por seguidas acusações por corrupção[67] [68] [69] [70] , entretanto contra ele não figura nenhuma condenação por prática de crimes na modalidade dolosa - onde há intenção de praticar delito - ou enriquecimento ilícito, o que o permite continuar disputando eleições, na visão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e do Tribunal Superior Eleitoral[71] [72] No ano de 2005 foi preso preventivamente[67] , acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, sendo posteriormente inocentado pelo Supremo Tribunal Federal por não haver base legal ou jurídica no processo.[73] Em 2010, foi inserido na lista de procurados pela Interpol [74] em razão de mandado expedido pela promotoria de Nova Iorque, que o acusa de movimentar ilicitamente milhões de dólares no sistema financeiro internacional sem justificativa fundamentada[75] . Em virtude dessa ação, Maluf decidiu processar o promotor norte-americano Robert Morgenthau, por considerar que o alerta vermelho do órgão foi emitido de maneira ilegal.[76]
Preso em 2005 pelo delegado de polícia Protógenes Queirós, acusado de intimidar uma testemunha, permaneceu na cárcere sede da Polícia Federal de São Paulo de 10 de setembro a 20 de outubro de 2005 (totalizando 40 dias). Este episódio ocorreu após as graves denúncias de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha,corrupção e crime contra o sistema financeiro (evasão fiscal). O STF julgou que a prisão de Paulo Maluf era juridicamente ilegal, pois sua saúde seria frágil para permanecer preso, autorizando assim a sua saída da prisão.[77] Os jornais denunciaram à época que apesar da saúde "frágil", Maluf no dia seguinte foi encontrado comendo pastéis e tomando chope em Campos do Jordão.[78] Atualmente, Paulo Maluf é deputado federal.
Superior Tribunal de Justiça condenou em 2006 Paulo Maluf a pagar uma multa de R$1,2 milhão pela contratação irregular da TV Globo para cobrir a Maratona de São Paulo.[79]
A Justiça brasileira possui uma série de documentos que indicam uma movimentação de US$ 446 milhões em contas em nome de Paulo Maluf no exterior. Tendo, inclusive, seu genro admitido à Justiça que movimentou recursos ilegais nestas contas.[80]
No momento, uma única sentença condenatória transitada em julgado, de Direito Civil, pesa sobre Maluf: o político e cinco co-réus foram condenados a restituir ao Estado de São Paulo o montante perdido pelo episódio Paulipetro, em ação popular movida pelo hoje desembargador Walter do Amaral. Em valores de 2008, a parte que cabia a Maluf era de 716 milhões de reais. Embora não caiba mais apelação ou recurso, a execução da dívida - nos termos do processo 00.0245122-0 junto à décima-sexta vara federal do Rio de Janeiro, impetrado por Amaral - se encontra sujeita a vários agravos e medidas cautelares, e a própria condenação ainda pode ser esvaziada de efeito em função de uma ação rescisória (AR 4206) junto à primeira turma do STJ, no momento sob a relatoria do ministro Arnaldo Esteves Lima. O valor envolvido é mais de dezoito vezes o patrimônio declarado de Paulo Maluf em 2010, segundo a Transparência Brasil.» (Wikipédia)