04 dezembro 2015

Quando quero, faço de bom samaritano

Melhorando caridosamente
a cultura política de Vasco Pulido Valente


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Na sua crónica no Público de hoje, Vasco Pulido Valente resolveu introduzir uma variante na campanha anticomunista em curso desde 4 de Outubro, bolsando as habituais caricaturas, deturpações e incompreensões sobre as regras de funcionamento interno do PCP (infelizmente não tenho à mão uma crónica minha de há muitos anos no «Semanário» em que demonstrava que essas ditas nefandas regras, mais coisa menos coisa, também existiam nos Estatutos de outros partidos).

Ora, o que VPV manifestamente ou não sabe ou não lhe convém saber é que, não interessando agora nada saber se o aplicam muito ou pouco, Congresso após Congresso, continua em vigor no PSD um Regulamento de Disciplina que, para além das que estão na imagem acima, considera graves infracções disciplinares as seguintes:


e) defesa pública de posições contrárias aos princípios da social-democracia e do programa partidário; 

f) manifesto desrespeito pelas deliberações emitidas pelos órgãos competentes do Partido, designadamente através dos órgãos de comunicação social; 

h) inscrição em qualquer associação política não filiada no Partido, sem conhecimento do Conselho Nacional

i) participação, sem autorização da Comissão Política ou da Comissão Permanente Nacional, em qualquer actividade de natureza susceptível de contrariar as directrizes dos competentes órgãos do Partido;

 j) candidatar-se a qualquer lugar electivo do Estado ou de Autarquias Locais sem autorização do competente órgão do Partido;


n) estabelecer polémica com outros membros do Partido, fora dos quadros ou órgãos partidários desde que a discussão incida sobre deliberações dos respectivos orgãos estatutários e seja susceptível de pôr em causa a eficácia daquelas directrizes. (...)».

Estamos, pois, conversados.

Uma entrevista a Steve Keen



02 dezembro 2015

Acontece muitas vezes

Um cartoon que, sem dificuldade,
adivinhou mais uma tragédia




A outra face da moeda

Desvendando a parte que
eles desonestamente não dizem


Como todos estamos fartos de ver e ouvir, Passos Coelho, Paulo Portas e outros dirigentes ou deputados do PSD e CDS e toda mais uma vasta legião de comentadores desembainharam as espadas e partiram em cruzada contra as políticas de aumento do consumo interno pela melhoria dos rendimentos de parte da população.

Mas eles nunca contam qual é o reverso do que dizem. Ou seja, não nos contam que, reflexamente, estão sim a defender a manutenção da sua prolongada e insuportável política de  salários baixos, em absoluto desprezo pelos sofrimentos e dificuldades que isso trouxe e ainda traz a milhões de portugueses.

Há muito que cheira a bafio...

... mas eles não largam o vinil 
ou, vá lá, o CD riscadíssimos


Para além da estrepitosa invenção de um «governo socialista e comunista», ouço na televisão o deputado do PSD, Marco António Costa, repetir pela milésima vez que a PAF, por ter sido a força mais votada, ganhou as eleições  e logo o imperativo direito a governar. 

E, sobre isto, também me repetindo pela centésima vez, só posso dizer duas coisas:

- a primeira é que esta rapaziada, em puro estado de negação a carecer de tratamento especializado, se esquece sistemáticamente que PSD e CDS foram abandonados por 738.000 eleitores, como já disse, 13 Estádios da Luz à pinha.

- a segunda é que, por detrás desta ideia de que a PAF ganhou o direito a governar, está a ideia absolutamente absurda e profundamente antidemocrática de que o dever da 2ª força mais votada seria viabilizar, apoiar ou ser muleta de um governo PSD-CDS, mandando para o lixo os seus próprios compromissos eleitorais.

Não vão ao médico, não.

Por decreto divino ?

Os EUA como donos do Universo


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