Há dois dias, fazendo inovadoramente rodar a roufenha cassete que tantos outros tem debitado, escrevia o incontornável António Barreto no DN que «Não é novidade que o PC e o Bloco desprezem a independência dos deputados. Mas custa ver o PS alinhar pela mesma medida. Este desprezo pode ir a extremos inéditos: Costa está pronto a fazer governo, baseado num acordo que ninguém viu, nem Presidente nem deputados. Nem o PS! Muito menos o povo.»
Este tema merece duas relativamnente curtas observações:
- a primeira é que eu não vi ( e Barreto também não) PSD e CDS (cuja apresentação perante a AR Barreto defende) apresentarem qualquer acordo de base de apoio maioritária ao Presidente, aos deputados, aos seus próprios partidos e muito menos ao povo;
- segunda é que era preciso que o PS, o PCP, o BE e os Verdes fossem patinhos tótós para cairem na esparrela óbvia de divulgarem já ou agora o seu acordo; de facto, isso seria muito vantajoso para o PSD e o CDS que, em época de apresentação do seu programa de governo (que vai ser, por aflição, muito «embelezado»), poderiam dele desviar as atenções, (graças à vasta corte canina de que dispõem na comunicação social) para as reais ou alegadas cedências entre os seus opositores ou para os supostos custos desse acordo.
Sim, queridos, mordam aqui !