Nisto ninguém
bate o Público...
... mas o i também
fica bem no retrato
25 março 2015
24 março 2015
(1930-2015)
Herberto Hélder -
cala-se a voz, fica a sublime poesia
cala-se a voz, fica a sublime poesia
Há cidades cor de pérola onde as mulheres |
V Há cidades cor de pérola onde as mulheres existem velozmente. Onde às vezes param, e são morosas por dentro. Há cidades absolutas, trabalhadas interiormente pelo pensamento das mulheres. Lugares límpidos e depois nocturnos, vistos ao alto como um fogo antigo, ou como um fogo juvenil. Vistos fixamente abaixados nas águas celestes. Há lugares de um esplendor virgem, com mulheres puras cujas mãos estremecem. Mulheres que imaginam num supremo silêncio, elevando-se sobre as pancadas da minha arte interior. Há cidades esquecidas pelas semanas fora. Emoções onde vivo sem orelhas nem dedos. Onde consumo uma amizade bárbara. Um amor levitante. Zona que se refere aos meus dons desconhecidos. Há fervorosas e leves cidades sob os arcos pensadores. Para que algumas mulheres sejam cândidas. Para que alguém bata em mim no alto da noite e me diga o terror de semanas desaparecidas. Eu durmo no ar dessas cidades femininas cujos espinhos e sangues me inspiram o fundo da vida. Nelas queimo o mês que me pertence. o minha loucura, escada sobre escada. MuIheres que eu amo com um des- espero .fulminante, a quem beijo os pés supostos entre pensamento e movimento. Cujo nome belo e sufocante digo com terror, com alegria. Em que toco levemente Imente a boca brutal. Há mulheres que colocam cidades doces e formidáveis no espaço, dentro de ténues pérolas. Que racham a luz de alto a baixo e criam uma insondável ilusão. Dentro de minha idade, desde a treva, de crime em crime - espero a felicidade de loucas delicadas mulheres. Uma cidade voltada para dentro do génio, aberta como uma boca em cima do som. Com estrelas secas. Parada. Subo as mulheres aos degraus. Seus pedregulhos perante Deus. É a vida futura tocando o sangue de um amargo delírio. Olho de cima a beleza genial de sua cabeça ardente: - E as altas cidades desenvolvem-se no meu pensamento quente. Herberto Helder Lugar Poesia Toda Assírio & Alvim 1979 |
É obra !
Katrina vanden Heuven apresenta assim o número especial do 150 anos de The Nation.
Dear Friend of the Nation,
The year 2015 marks The Nation's 150th anniversary. This week, to celebrate the occasion, we're publishing a tremendous and tremendously exciting special anniversary issue.
This 268-page issue, which I co-edited with D.D. Guttenplan, our London correspondent, weaves together voices from The Nation’s rich history with a stunning collection of contemporary contributors writing about the current cultural and political moment. In three sections of archival excerpts, each representing five decades of the magazine’s history, we reprint some of the best that was thought and said in our pages—much of it inspiring and eerily prescient, some of it shocking. We have also included a few selections that turned out to be less than prophetic—testimony to the magazine's willingness to take intellectual risks.
Interspersed with these archival excerpts are three sections of entirely new material. In the first, “The Nation and the Nation,” writers explore the magazine’s outsized influence on everything from poetry to feminism, radicalism to right-wing conservatism, Cuba to coverage of the arts. In “Fierce Urgencies,” contributors consider topics like the politics of fear, from anticommunism in the 1950s to Islamophobia today, and the relationship of the left to power—in movements, in electoral politics and in government. Finally, in“Radical Futures,” writers and activists map out new strategies for radicals, progressives and liberals seeking to expand the terms of our public discussion and look beyond the present moment.
Change is inevitable, but the one constant in The Nation’s history has been a faith—not in political parties or policies, but in what can happen when you tell people the truth. This belief has sustained The Nation since its founding: that and the idea that there are always alternatives—in history, in politics, in life—that would make our country and the world a more humane, just and secure place.
Our very first issue described “the conflict of the ages, the great strife between the few and the many, between privilege and equality, between law and power, between opinion and the sword.” This anniversary issue is a record of the last 150 years of that conflict—and a promise to the future that as long as The Nation is around, that fight will go on. With your help, we'll be fighting for another 150 years and beyond!
Warmly,
Katrina vanden Heuvel
23 março 2015
Andaluzia ou...
... como se faz uma
grande vencedora
grande vencedora
Lendo a generalidade da imprensa espanhola e também da nacional, o tom dominante é o de que Susana Diaz, do PSOE, é uma grande vencedora.
O grande fundamento para esta onda parece ser o facto de ter voltado a ser o partido mais votado, de obter os mesmos 47 deputados que em 2012 e de ter visto o PP - mais votado em 2012- perder 14 pontos percentuais.
Ora acontece que o PSOE perdeu 4 pontos e 127.000 votos e só mantém os 47 deputados pelos efeitos do mét0do de Hondt. E acontece também que, antes de Susana Diaz ter provocado as eleições antecipadas, o PSOE tinha um governo relativamente estável graças à complicado acordo de governo com a Esquerda Unida e agora é muito duvidoso que o consigo, pois a Esquerda Unida não quer e também não lhe chega e o Ciutadans e o Podemos, só se forem doidos, é que com eleições nacionais à vista, se vão coligar com o PSOE na Andaluzia. Mas, pronto, é uma grande vencedora...
P.S.: falando de efeitos do método de Hondt que, insisto, é rigorosamente um método de redução da proporcionalidade e reforço da «governabilidade», é importante dizer o que nenhum jornal dirá: é que cada deputado do PSOE custou 29.960 votos e cada deputado da Esquerda Unida custou 54.778.
22 março 2015
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