22 outubro 2014
21 outubro 2014
Uma bela ideia
Novos significados
para velhas palavras
para velhas palavras
No último Babelia de El País «uma vintena de autores redefinem conceitos clássicos-chave a pedido de Babelia. Crise, ética, amor ou democracia ganham novas acepções com pretexto no livro-relato Barbarismos do escritor argentino Andrés Neuman.»
Alguns saborosos exemplos, em tradução para português:
Crise. 1. Período tragicamente fértil. 2. económica - excelente negócio de uns quantos.
Amor. 1. Afortunada sugestão mediante a qual um crê firmemente que o outro é melhor pessoa. 2. Cortês - arte de adorar enquanto o outro fica calado.
Bem-estar. 1. Diz-se de estar mal, aliviado por não estar pior. 2. Estado de - troca de uma pilha de votos por castelo de cartas.
Democracia . 1. Heresia igualitarista milenária. Mantem que as avós, os os ministros e os empregados de quarto têm a mesma capacidade de discernir o justo do injusto.2. Em Espanha - Regime criado do nada por titãs políticos numa época heróica chamada Transição. 3. Desde 2011, doutrina de populistas antisistema que enchem as praças e se recusam a participar nas instituições. 4. Desde 2014, doutrina de populistas antisistema que aspiram a particpar nas instituições.
Governo. 1. Se é de «direitas», deixar que as coisas sigam igual. Se é de «esquerdas» (leia-se do centro)mudar algo para que as coisas sigam igual. 2. Acção que frequentemenete ocorre muito longe dos Conselhos de Ministros.
Maternidade. 1. Arte de amamentar ao futuro misógino. 2. Momento de plenitude de uma trabalhadora antes de ser despedida.
Valores. Presumida substância moral da conduta de que todo o bom nihilista não deixa de falar. É imprescindível lamentar-se da sua perda nos disursos públicos e há que prometer a sua recuperação se se quer fazer carreira política. Os seus protótipos encontram-se depositados na Bolsa de Valores e a sua cotação sai diariamente na imprensa.
20 outubro 2014
Para Marina Costa Lobo e J. Santana Pereira
Peço muitíssima desculpa
mas isto não é sério
Por fim, ainda uma observação que me perece relevar do simples bom-senso e espírito democrático. Segundo o jornal, sustentam os autores do estudo que «parte dos deputados de cada círculo seriam eleitos de acordo com as preferências dos dos eleitores, os outros deputados de acordo com a lista ordenada pelo partido". Mas «nesta lista os deputados mais escolhidos pelos eleitores passam à frente e são os primeiros a ganhar mandato». E que «na contagem dos votos» se siga o exemplo holandês de utilização da quota de Hare. E explicam que «assim, todos os candidatos que ultrapassem 25% da quota de Hare considerar-se-iam eleitos, e os restantes entrariam pela ordem da lista.»
E eu, que não sou politólogo mas me prezo de alguma cultura democrática, limito-me a perguntar: mas porque raio é que candidatos que receberam a preferência de 25% dos eleitores (ou da quota de Hare) hão-de passar à frente da concordância dada por 75% dos eleitores à ordenação proposta pelo partido ?
mas isto não é sério
"Caso a proposta venha a ser aceite,
o futuro boletim de voto teria um aspecto semelhante a este»
o futuro boletim de voto teria um aspecto semelhante a este»
É isto que se pode ver e ler num texto hoje publicado pelo Público onde se dá conta que os politólogos Marina Costa Lobo e José Santana Pereira estão preparar para apresentação aos partidos de um modelo do chamado «voto preferencial».
Deixando agora de parte outras questões que o «voto preferencial» levanta e que já abordei neste blogue, por hoje só quero chamar a atenção, do ângulo dos problemas de literacia eleitoral, para que a imagem formecida pelos politólogos ao Público está interesseiramente simplificada.
Com efeito, considero não ser objectivamente sério adiantar uma imagem de boletim de voto assim, sem ter em conta, por exemplo:
- que, nas últimas legislativas, concorreram não 4 partidos,como a imagem exemplifica, mas 17 o que implicaria uma largura do boletim pelo menos quatro vezes maior !;
- que, como não é crivel que se tivesse a audácia de identificar um candidato só por António A. daí também viria mais uma nova e nada discipienda contribuição para a largura do boletim de voto;
- que, como o círculo de Lisboa tem 48 candidatos, neste caso a altura do boletim de voto teria de ser pelo menos 6 vezes maior do que a que nos é apresentado.
- que, como não é crivel que se tivesse a audácia de identificar um candidato só por António A. daí também viria mais uma nova e nada discipienda contribuição para a largura do boletim de voto;
- que, como o círculo de Lisboa tem 48 candidatos, neste caso a altura do boletim de voto teria de ser pelo menos 6 vezes maior do que a que nos é apresentado.
Por fim, ainda uma observação que me perece relevar do simples bom-senso e espírito democrático. Segundo o jornal, sustentam os autores do estudo que «parte dos deputados de cada círculo seriam eleitos de acordo com as preferências dos dos eleitores, os outros deputados de acordo com a lista ordenada pelo partido". Mas «nesta lista os deputados mais escolhidos pelos eleitores passam à frente e são os primeiros a ganhar mandato». E que «na contagem dos votos» se siga o exemplo holandês de utilização da quota de Hare. E explicam que «assim, todos os candidatos que ultrapassem 25% da quota de Hare considerar-se-iam eleitos, e os restantes entrariam pela ordem da lista.»
E eu, que não sou politólogo mas me prezo de alguma cultura democrática, limito-me a perguntar: mas porque raio é que candidatos que receberam a preferência de 25% dos eleitores (ou da quota de Hare) hão-de passar à frente da concordância dada por 75% dos eleitores à ordenação proposta pelo partido ?
19 outubro 2014
18 outubro 2014
17 outubro 2014
Enviado especial das «cerejas»
Eça escreve sobre a guerra no Afganistão
- Eça de Queiroz, in Cartas de Inglaterra,
Volume IX da Edição do Centenário,
Lello & Irmãos Editores, 1949
Volume IX da Edição do Centenário,
Lello & Irmãos Editores, 1949
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