17 agosto 2014

No dia da sua morte

Reconstituição de uma minha
antiga evocação de Pires Veloso


Na desaparecida e perdida 1ª série de «o tempo das cerejas» publiquei há uns anos uma evocação sobre o meu conhecimento pessoal do general Pires Veloso. Fi-lo então sem qualquer ideia de ajustes de contas e sobretudo apenas porque, com mais algumas personalidades, ele era uma das melhores ilustrações que eu conhecia de como o 25 de Abril modificou algumas pessoas.

Na verdade, quem apenas tenha conhecido a intervenção pública e política de Pires Veloso depois do 25 de Abril não pode deixar de ter a ideia de um militar impulsivo, espalha-brasas, algo destemperado.

E foi por isso que eu decidi contar que o Major Pires Veloso, quando foi meu chefe na secção de Oficiais do Quadro Permanente da Repartição de Oficiais do Ministério do Exército, era um militar de que se dizia não estar bem visto para os lados da Secretaria-Geral da Defesa Nacional e era sobretudo um homem de trato cordial e suave mas muito tímido, inseguro e muito assustadiço face ao temivel chefe de Repartição, o coronel Delgado (um baixinho que usava tacão alto e tinha ligações à Torralta).

De cada vez que este o chamava pelo telefone, Pires Veloso tremia e não poucas vezes foi aqui o então alferes Dias que lhe procurava incutir alguma serenidade e fornecer a argumentação que devia usar em relação a certas questões em concreto sobre as quais ele ia ser chateado.

E também nunca esquecerei do dia em que entrei de serviço de manhã e lá do fundo da sala vazia (só se trabalhava à tarde), logo o Pires Veloso me gritou «ó Dias, ó Dias, chegue aqui, venha ver isto». O «isto» era nem mais nem menos a primeira página do Diário de Notícias toda ela ocupada com o atentado da ARA em Tancos. E eu, embaraçado até ao pescoço e com vontade de celebrar, só lhe disse «pois é, meu major, que grande bronca». E zarpei dali o mais depressa que pude pois, sobre aquele assunto, não tinha mesmo mais conversa para fazer com Pires Veloso.

Para o seu domingo

O concerto dos Nickel Creek
no Festival de Newport
2014


O caso que abala os EUA

Imagens do protesto em
Washington contra a violência
policial em Ferguson


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16 agosto 2014

Porque hoje é sábado (410)

Rachel Lauren


A sugestão musical de hoje é dedicada
à cantora de jazz norte-ameicana
Rachel Lauren e ao seu novo álbum

There's no Black or White



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Diz o roto ao nú...

O sujeito tem cá uma autoridade 
política  e moral para falar disto


DN
Evidentemente que esta foto até já enjoa de tanto ter sido publicada no blogosfera mas como evitar a sua repetição se ela é o melhor comentário ao cinismo de Passos Coelho ?.