07 junho 2014

"Estou contigo, Pedro, avança !"

Quando o bluff tem
direito a manchete


Diálogo interceptado pelo SIS

Pedro Passos Coelho: Boa tarde, senhor Presidente, vinha só informá-lo que, aproveitando a barafunda no PS, decidimos soprar para a imprensa que, se houver novos cortes, podemos provocar eleições antecipadas.

Cavaco Silva: Mas, ó Pedro, você sabe que eu sou contra isso, acabo mesmo de declarar que não me deixo pressionar por ninguém e, além do mais, vocês não viram a última sondagem do Expresso ?

Passos Coelho: Senhor Presidente, é claro que vimos e é claro que sabemos que o senhor é contra eleições antecipadas, é mesmo por isso que avançamos com  a ameaça...

Cavaco Silva: Ah bom, já percebi e, se houver alguma coisa que não tiver percebido, logo falo com  a Maria.

Passos Coelho: Então estamos entendidos, senhor Presidente, um bom fim de semana.

Adenda em 8/4: sem grande espanto da minha parte, afinal é um dos sinais dos tempos, a generalidade dos participantes no «Eixo do Mal» desta madrugada levou a sério esta ameaça, proclamou para aí 10 vezes que «não há oposição» e continuou a discorrer como se a formação de um futuro governo dependesse unicamente de saber qual é a força mais votada, esquecendo o elemento essencial que é o haver ou não uma maioria parlamentar absoluta de aprovação ou rejeição do programa de governo. Para que não se pense que é tudo mau, fique aqui um registo muito valorativo para a lúcida e arrasadora demonstração feita por Daniel Oliveira de que as primárias convocadas para o PS são uma patente ilegalidade estatutária.

Porque hoje é sábado (398)

Sturgill  Simpson



A sugestão musical deste sábado leva-vos-
 até ao músico de country norte-americano
Sturgill Simpson









06 junho 2014

A ultima sondagem do «Expresso»

Já que eles não contam, conto eu



Porque o PS, de uma sondagem para outra, desce de 38% para 33% (resultado próximo do das europeias), o Expresso berra que o «PS cai a pique». Mas o Expresso, mais uma vez, não se dá ao trabalho de explicar aos leitores que o resultado atribuído ao PSD representaria o seu segundo pior resultado em todas aas legislativas até hoje realizadas e que o resultado atribuído ao CDS representaria o seu terceiro pior resultado para o mesmo conjunto de eleições. E antes que até pessoas que se consideram à esquerda do PS venham choramingar o «fraco resultado» do PS e antes também do «Eixo de Mal» de amanhã, eu só quero lembrar que, estando o PSD e o CDS provavelmente no osso, se querem que o PS tenha mais ou muito mais então olhem para a imagem de cima e contem-nos quem é que então terá de passar a ter menos. Desculpem lá a impertinência, mas se isto for areia demais, aluguem uma camioneta.

Há 70 anos

O desembarque
na Normandia

 



 ver aqui
É certo que naquela data sete milhões de soldados soviéticos já tinham morrido e que só na decisiva batalha de Kursk ( que, com a de Stalinegrado, é que mudou o curso da guerra) o Exército Vermelho perdeu 178 mil homens enquanto o desembarque na Normandia custou 30 mil vidas às forças aliadas ocidentais. Mas isso não pode apagar a  homenagem devida à coragem e heroismo dos que desembarcaram nas praias na Normandia em 6 de Junho de 1944 numa operação militar de extraordinária complexidade. E, por um momento, guardemos um particular respeito por aqueles que embarcaram para o combate depois de ouvirem um seu comandante lhes dizer na parada, em «táctica de choque» como relata Anthony Beevor na página 49 de «El Día D - La Batalla de Normandía»: «Olhem à vossa direita e à vossa esquerda.  Só um de vós continuará vivo depois da primeira semana na Normandia». Ocasião também para lembrar  os 2o mil civis franceses vítimas dos bombardeamentos aliados (é o lado feio  de todas as epopeias) e para não deixar que fique na sombra a útil e sacrificada contribuição (que não pode ser medida em termos estritamente operacionais) que a Resistência francesa deu para o êxito desta operação, com destaque naquela região para os FTP (Franc-Tireurs Partisans).

Aqui em L'Humanité de hoje
P.S.: O papel dos EUA  e do desembarque na Normandia na libertação da Europa continuam naturalmente a ser objecto de acesa discussão nos meios políticos e académicos: a este propósito, e exclusivamente a título de informação, é útil conhecer o artigo de Annie Lacroix-Riz «Le débarquement du 6 juin 1944 du mythe d’aujourd’hui à la réalité historique»





Entretanto, o Prémio da Reescrita
da História vai para o «DN»

Paul Anka canta «The Longest Day»

05 junho 2014

Polivalência é para os trabalhadores

Eles só sabem fazer isto



                                                            Diário Económico

... e a seguir vem a «tabela única» para a função pública.

A Europa social ou ...

... um vídeo talvez
cruel mas imperdível



(via Marianne , via  BlogdeNico )
     (Atenção a Hollande aos 2.40 m)

«De Mitterrand lors des premières élections européennes de 1979, à Hollande et Martin Schulz lors de ces élections 2014, en passant par Delors et sa charte sociale de 1989, retour rapide sur 35 ans de promesses d'Europe sociale par les ténors du PS. Le même montage serait malheureusement possible sur l'Europe de l'emploi ou l'Europe démocratique.»

E não se demite nem é demitido ?

Talvez com notáveis licenciados
e prestigiados Profs. à moda de
Miguel Relvas



Descoberta de Pasos Coelho depois de o PSD andar deade há 31 anos a escolher e eleger juízes para o Tribunal Contitucional !

Um livro estrangeiro por semana ( )

Protest and Propaganda:
W. E. B. Du Bois, the CRISIS,
and American History


de Amy Helene Kirschke  e Phillip Luke Sinitiere,
edição da  University of Missouri, $ 4o.88

Apresentação do editor: «In looking back on his editorship of Crisis magazine, W. E. B. Du Bois said, “We condensed more news about Negroes and their problems in a month than most colored papers before this had published in a year.” Since its founding by Du Bois in 1910, Crisis has been the primary published voice of the NAACP. Born in an age of Jim Crow racism, often strapped for funds, the magazine struggled and endured, all the while providing a forum for people of color to document their inherent dignity and proclaim their definitive worth as human beings.
As the magazine’s editor from 1910 until 1934, Du Bois guided the content and the aim of Crisis with a decisive hand. He ensured that each issue argued for civil rights, economic justice, and social equality, always framing America’s intractable color line in an international perspective. Du Bois benefited from a deep pool of black literary and artistic genius, whether by commissioning the visual creativity of Harlem Renaissance artists for Crisis covers or by publishing poems and short stories from New Negro writers. From North to South, from East to West, and even reaching across the globe, Crisis circulated its ideas and marshaled its impact far and wide.
Building on the solid foundation Du Bois laid, subsequent editors and contributors covered issues vital to communities of color, such as access to resources during the New Deal era, educational opportunities related to the historic Brown decision, the realization of basic civil rights at midcentury, American aid to Africa and Caribbean nations, and the persistent economic inequalities of today’s global era.
Despite its importance, little has been written about the historical and cultural significance of this seminal magazine. By exploring how Crisis responded to critical issues, the essays in Protest and Propaganda provide the first well-rounded, in-depth look at the magazine's role and influence. The authors show how the essays, columns, and visuals published in Crisis changed conversations, perceptions, and even laws in the United States, thereby calling a fractured nation to more fully live up to its democratic creed. They explain how the magazine survived tremendous odds, document how the voices of justice rose above the clamor of injustice, and demonstrate how relevant such literary, journalistic, and artistic postures remain in a twenty-first-century world still in crisis.»
 
sobre W.E.B. du Bois
ler aqui

 Dr. W. E. B. Du Bois Joins Communist Party at 93
ler aqui

04 junho 2014

Aqui estou eu a dar ...

... três respostas para uma
pergunta viciada e viciosa



Por ordem de eficácia:

1. O governo demite-se e são convocadas eleições antecipadas que possam dar origem a um governo que respeite a Constituição em vez de permanentemente a afrontar;

2. O Tribunal Contitucional, indo mais longe do que as «dicas» que, a meu ver, já tem erradamente dado ao governo, elabora um manual de sobrevivência do governo com 485 páginas;

3. Os juízes do TC passam a exercer  em part-time funções de assessoria no Ministério das Finanças.

Nem mais uma palavra

800 mil crianças !




relatório aqui

Foto na 1ª página do Público de hoje
confirmando aquilo que eu nunca
contestaria: ou seja, que gostam todos
muito de crianças, as suas políticas
é que nem por isso
.