13 maio 2014

PCP no Parlamento Europeu

230 páginas de
prestação de contas


Disponível aqui e certamente de grande interesse e utilidade sobretudo para todos os que promovem (ou dão como boa) a campanha generalizadora sobre os vícios do sistema político e sobre a geral falta de prestação de contas por parte dos eleitos dos partidos.

Democratas da mais fina cepa

Mas, para ele, se a Venezuela
não tivesse a sua CNE, já seria
um escândalo de bradar aos céus!


Isso é que era!

No dia 17, o que o governo
devia anunciar e jurar é
que
nada disto é preciso !


DN

12 maio 2014

Eurobarómetro especial divulgado hoje

Inquiridos portugueses:
85% não confia no governo,
70% não confia na União Europeia,

50% em desacordo com o euro


confiança ou não no governo nacional


Portugal: a quarta maior desconfiança

confiança ou não na União Europeia


Portugal: a terceira maior desconfiança

Quelle est votre opinion sur chacune des propositions suivantes ?
Veuillez me dire, pour chaque proposition,
si vous êtes pour ou si vous étez contre
a) Une union économique et monétaire
européenne
avec une seule monnaie,
l' euro
(sondagem integral aqui)

Uma vida a escrever para o boneco

A mesma parvoíce de
há oito ou dezoito anos !


na 1ª página do DN



No passado sábado, a propósito da visita do primeiro-ministro e respectiva comitiva a Angola, o Expresso ostentava em 1ª página o título “Angola – Sócrates leva 1/3 do PIB” e, similarmente, o PÚBLICO, embora com a discrição de uma página interior, também oferecia aos seus leitores o título “Sócrates leva um terço do PIB a Angola”.
Partindo do princípio de que, apesar do prometido e bem-aventurado “choque tecnológico”, nas redacções dos jornais ainda não haverá nenhuma máquina que converta expeditamente um certo número de grandes empresários em fatias do Produto Interno Bruto, não é arriscado prever que a conversão apresentada em simultâneo nos títulos dos dois jornais tenha partido de informações do gabinete do primeiro-ministro ou da “central de comunicação” do Governo (esperando-se que, a esta hora, Santana Lopes já tenha percebido que os espertos fazem as coisas e não se põem a legislar sobre elas).
Passando ao lado de memoráveis simplificações jornalísticas (do género “a construção civil portuguesa passará igualmente a próxima semana em Angola”) que se seguiram à inicial conversão, por fontes governamentais, de 77 grandes empresários em 1/3 do PIB nacional, cumpre agora sublinhar que uma tal concepção ou critério significa pensar, sentenciar ou instituir que os grandes empresários são os únicos que contribuem para o PIB de Portugal.
E que, em consequência, em termos de contribuição para o PIB, não passam de meros verbos de encher, para não dizer coisa pior, as operárias, os agricultores, as empregadas de escritório, os trabalhadores dos serviços, as secretárias, os engenheiros, as juristas, os economistas e por aí fora, enfim todas aquelas variadas profissões e actividades que representam esforço e trabalho humanos e que, até aqui e pelos vistos erradamente, se supunha participarem, directa ou indirectamente, na criação da riqueza nacional.
Se assim é, há então um conjunto de propostas, de inquietações e de interrogações a que honestamente não me posso furtar.
Em primeiro lugar, creio que deveria merecer séria ponderação se não se justificaria uma revisão constitucional (a oitava!) para que, um pouco como se faz com as viagens do Presidente da República ao estrangeiro, a Assembleia da República tivesse de autorizar prévia e expressamente o primeiro-ministro a levar partes do PIB a viajar lá fora, sempre que não se tratar de actividades exportadoras.
Em segundo lugar, sabendo-se como os ciúmes podem envenenar relações e provocar ralações, o Governo do PS, se ainda não o fez, devia dar uma rápida garantia pública ao segundo terço do PIB de que será levado pelo primeiro-ministro à América Latina e que ao último terço caberá ser transportado aos “países emergentes” da Ásia, com regresso pelo Pacífico e escala em Aspen, na Disneylândia e, para disfarçar, em Silicon Valley (um dia em cada sítio). 
Em terceiro lugar, se 77 empresários é igual a 1/3 do PIB, isso significa que, durante os quatro dias da sua visita a Angola, o PIB criado nesse período em Portugal descerá um terço em relação ao que seria normal, e não só não vejo como é que isso contribui para a tão ansiada e anunciada “retoma” como acho mesmo tratar-se de uma atitude absolutamente irresponsável.
Em quarto lugar, porque com a saúde da nossa economia não se brinca, só espero que o dr. Correia de Campos se tenha lembrado de mandar o tal 1/3 do PIB à prudente vacinação no Instituto de Higiene e Medicina Tropical.
E, em quinto e último lugar, não sendo Portugal um país produtor de diamantes, se um terço do nosso PIB cabe num avião então a crise está para durar e lavar e vão ter de ser revistas em enorme baixa todas as previsões da UE, da OCDE, do FMI e do Banco de Portugal, cujo isento Governador, de passagem o refiro, apesar de estarmos em Abril, e ao contrário do que sucedeu o ano passado, ainda não divulgou nenhum estudo quantificando o défice orçamental que se vai registar em 31 de Dezembro próximo.
Alguns peritos numa disciplina que se poderia chamar a aborrecida “previsibilidade” do “discurso” de pessoas com a minha colocação política e ideológica devem estar a pensar que, fatal como o destino, a seguir virá certamente a acusação de que, também nesta matéria, o PS copia os partidos da direita e ainda alguma evocação ou citação de Marx e da sua obra, seja na modalidade da terrível “vulgata”, seja em termos mais complexos e elaborados e, por isso mesmo, mais defendidos da crítica de primarismo ou esquematismo.
Lamento sinceramente a surpresa que possa causar, mas a verdade é que nem uma coisa nem outra são apropriadas, úteis ou necessárias neste contexto de uma despretensiosa reflexão sobre a viagem de 1/3 do PIB a Angola pela mão firme, embora algo abusadora, do primeiro-ministro.
Com efeito, seria muito injusto acusar o Governo do PS de, ao “vender” esta concepção ou ideia de que grandes empresários igual a PIB ponto final parágrafo, estar a copiar o PSD ou o CDS-PP, pela simples razão de que, neste campo e em outros, o PS tem o seu próprio património de dislates e enormidades.
Na verdade, o que as fontes governamentais, certamente próximas do primeiro-ministro, fizeram foi apenas copiar declarações públicas do então primeiro-ministro António Guterres, na sua visita ao Brasil em fins de Abril de 1996, que – além desse “must” que são as clássicas referências à “nata” empresarial -  também veicularam a ideia de que a comitiva de grandes empresários que o acompanhava representava 40% do PIB, o que já na altura me pareceu uma atitude muito pouco católica.
E, por fim, é altura de explicar que evocar ou citar Karl Marx a respeito deste assunto seria quase o mesmo que pedir a Einstein que participasse numa discussão sobre erros de arbitragem em jogos de futebol da Super Liga portuguesa.

É muito mais apropriado, embora pessoalmente deveras doloroso, concluir esta digressão afirmando que, por comparação com as concepções que inspiram estas identificações exclusivas dos grandes empresários com o PIB, até a encíclica papal Rerum Novarum, publicada há 115 anos por Leão XIII, faz figura de documento bastante progressista e avançado.
É, sem dúvida, um triste e inquietante sinal dos tempos que o tenha de escrever quando corre o sexto ano do terceiro milénio.

Apelo aos eleitores

Rede europeia de economistas
progressistas apela a um voto

que não seja nem no «centro-direita»
nem no «centro-esquerda»



Apelo integral aqui

11 maio 2014

No "DN" de hoje, um péssimo sinal

Fita métrica e
«critérios jornalísticos»


Acreditem os leitores que li e ouvi centenas de vezes ao longo de quase três décadas, responsáveis de órgãos de comunicação social  responderem a certas queixas sobre pluralismo afirmando que este não podia ser avaliado com fita métrica ou cronómetro e que o que devia contar eram os «critérios jornalísticos» baseados sobretudo na importância relativa dos acontecimentos ou iniciativas a noticiar.

Por falta de scanner, reparem agora os leitores nesta minha tosca tentativa de reconstituição gráfica das páginas 10 e 11 do Diário de Notícias de hoje :


Temos assim que, para o DN, os seus famosos «critérios jornalísticos», o levam a dar a um comício da CDU num Coliseu cheio metade do espaço concedido a uma ida de Rangel a uma feira e a uma passseata de Assis por Trás-os-Montes. E o pior é que afinal assim se prova que quem usa fita métrica viciada é o DN e que se deve preparar para, durante toda a campanha, assassinando os critérios jornalísticos, criar na cobertura das campanhas uma Primeira Liga reduzida a dois concorrentes (e viva a costumeira «bipolarização») , uma II Liga e ainda talvez uma III Liga.

10 maio 2014

Arranque da campanha CDU no Coliseu

Convicção, energia e audácia



Intervenção de João Ferreira
«Cheios de cinismos dizem querer homenagear os portugueses. Pois convidamo-los a virem fazer essa homenagem numa urgência de hospital com espera interminável, numa das filas para a sopa dos pobres, ou no desespero duma fila do centro de emprego.
Não há limpeza nenhuma senão a dos bolsos dos portugueses e a dos direitos que a Constituição consagra.
Mas também não há “saída” nenhuma. A mentira infame dos que vendem o país, dos que traem os interesses nacionais, chega a invocar um novo 1640.
Fazem-no para escondem uma outra data. Pelo menos até 2038, de acordo com os compromissos assumidos entre troikas, nacional e estrangeira, Portugal estará sob a chamada “vigilância reforçada” do FMI e da UE, com inspecções regulares e sujeito a sanções.
Alguns relógios que por aí andam, com a contagem decrescente para a saída da troika, têm de ser atrasado quase um quarto de século.
Mas mesmo que a troika saísse de vez, cá ficariam os violentos condicionamentos do euro e do seu Pacto de Estabilidade (que anda há uma década e meia a semear instabilidade), cá ficariam o Tratado Orçamental e todas as outras regulamentações decididas ao nível da União Europeia (como a governação económica e o semestre europeu), cá ficaria tudo isso a vigiar e a garantir o prosseguimento da austeridade. Pelo menos mais vinte anos dizem eles! Mais 20 anos de exploração, de liquidação de direitos e de saque dos salários e das reformas, ao sabor dos interesses dos especuladores.»

- intervenção de Jerónimo de Sousa

«(...)
Mas, caros amigos e camaradas, esta pré-campanha eleitoral está marcada também por outros factos significativos, desde logo, pela intensificação das manobras de mistificação e mentira para alijar responsabilidades próprias da parte do PSD, do CDS e do PS na grave situação que o País enfrenta e iludir os reais objectivos das suas opções e da sua política em relação ao futuro.

Nunca se mistificou e mentiu tanto, em tão curto espaço de tempo!
Se a mentira e a mistificação pagassem impostos, estes partidos iam à falência.
Da parte do governo e da sua Aliança eleitoral, assistimos a uma campanha de propaganda, um colossal embuste, tentando criar a ilusão de uma mudança da sua política para o futuro e tentar levar ao engano outra vez os portugueses.
Veem anunciar novas promessas que vão ao arrepio das suas verdadeiras intenções.
Tal como no passado, prometem agora fazer o contrário do que têm feito e pretendem continuar fazer.
Proclamam aos sete ventos que a concretização do Pacto de Agressão foi um êxito, passando por cima das muitas e muitas vidas destruídas, dos dramas escusados, infligidos de forma deliberada a centenas de milhares de portugueses.
Querem riscar uma realidade que tornou o País ainda mais frágil e que hipotecou o seu futuro! (...)

É por tudo isto que o voto na CDU é a atitude mais coerente de todos aqueles que não se resignam e lutam para derrotar este governo e a política de direita.
É por tudo isto que o voto na CDU é o contributo fundamental para derrotar aqueles que como Rangel dizem que a nossa Constituição da República é letra morta e é fundamental para não termos mais do mesmo como propõe o PS ao afirmarem que isto só lá vai com mais federalismo!
Dar mais força à CDU é dar mais força à luta dos trabalhadores e do povo. É dar força à ideia que é possível e está ao nosso alcance uma real alternativa sustentada numa política patriótica e de esquerda capaz de assegurar a elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo e defender os interesses, a soberania e a independência de Portugal.
Dar mais força à CDU é afirmar que com a força do povo, é possível um Portugal com futuro, numa Europa dos trabalhadores e dos povos.
Vamos para o combate que aí está. Vamos à luta com confiança!»


Para além do mais

Vamos bem - menos 40 mil
empregos igual a menos receitas
para a segurança social, menos
impostos, menos força produtiva