25 abril 2014

Reparem bem: 40-anos-40 depois !

Em Lisboa, uma
manifestação com uma
dimensão e convicção históricas !



Um desfile de mais de três horas
e que só terminou às 18,5o hs.

E espera-se que não venha nenhum  órgão de informação ou comentador dissolver estas manifestações populares de promoção unitária designadamente em Lisboa e Porto (mas não só) no panorama geral de comemorações. Porque é uma evidência que toda a gente conhece que, desde que foram criadas para aí, salvo erro, em 1978/79, estas manifestações são um território de preciso e singular significado e conteúdo políticos. E espero que me esteja a fazer entender. Em qualquer caso, para Passos Coelho e o pessoal do governo, posso sempre fazer um boneco.

Entretanto, Passos Coelho
resolveu meter a colher no dia
com esta tirada insolente que
revela bem o que lhe vai nas
meninges feitas de serradura
e reaccionarismo


Ficam portanto os portugueses a saber que, para o totó que é primeiro.ministro de Portugal, quem não for novo é bafio. De passagem, talvez convenha que Passos Coelho fique a saber que, nas manifestações de hoje, havia muitíssimos mais jovens do que alguma vez haverá na manifestação que nunca convocará de apoio ao seu governo. 


Adenda em 26/4 ou «les beaux esprits...»: Pacheco Pereira hoje no Público no final do seu artigo  «O  que cheirou a bafio no 25 de Abril»: «(...) Perderam a rua não porque o desejassem, - tenho a certeza que se pudessem fazer uma grande manifestação, ou mesmo uma pequena manifestação de apoio ao governo, certamente que a fariam. Mas não podem. Hoje, os partidos do poder não conseguiam mobilizar para uma rua qualquer nem quinhentas pessoas, puxando por todos os cordelinhos e os fundos largos à sua disposição».

Um honroso compromisso de vida

Hoje é o dia para, celebrando a
vitória de há 40 anos, afirmarmos
que continuaremos a lutar
pelas vitórias futuras


Entre muitas outras, esta é uma das fotos do 25 de Abril de que mais gosto. Foi muitas vezes utilizada em materiais do PCP e, se bem me lembro, no original era a cores e foi tirada da contracapa de uma revista italiana.


Quem já viu centenas de vezes esta imagem desta faixa «Liberdade» na manifestação do 1º de Maio de 1974 pode pensar que foi feita nas vésperas para esse dia histórico. Não é assim: já tinha sido usada na «campanha eleitoral» da CDE de Lisboa em Outubro de 1973 e foi seu autor um artista democrata, salvo erro residente em Campolide, chamado Kempf.

23 abril 2014

E mais não digo

Olhe que não, olhe que não,
estimado António Guerreiro


«As comemorações dos quarenta anos do 25 de Abril, as oficiais e as não oficiais, as da esquerda, as do centro e as da direita, são completamente inócuas, politicamente anestesiadas, de um conformismo idiota que serve sem a mínima reserva a reificação do passado. Por elas, não passa nem uma ligeira brisa de pensamento. Tudo desertou, ficou apenas o palco vazio de uma ideia.»- António Guerreiro no Ipsilon de  18 de Abril.

A este respeito, eu podia lembrar que, há 20 anos, eu senti a necessidade de escrever no Avante! um longo artigo espadeirando contra a campanha então surgida (e até bastante animada pelo então PR) contra a alegada «rotina» e os alegados «rituais» das comemorações do 25 de Abril que, segundo alguns então diziam, estavam à beira de se aproximar das comemorações e romagens do 5 de Outubro sob o fascismo. E hoje, olhando o panorama geral das comemorações e sobretudo as linhas de força que importante parte delas expressam, não sinto apesar de tudo essa necessidade.

Eu podia lembrar que a Itália em 1945 também teve o seu 25 de Abril, ou seja a Libertação e uma libertação amassada em dezenas de milhares de antifascistas fuzilados e centenas de milhar em armas e, em 1985, as comemorações daquela grande data naquele país já não tinham metade da expressão que os 40 anos do nosso 25 de Abril estão a ter e vão ter.

Enfim, podia lembrar e argumentar muita coisa. Mas prefiro só deixar registado que aquela frase de António Guerreiro só pode ter sido escrita num ambiente momentâneo de torre de marfim e que é particularmente injusta para com aqueles muitíssimos milhares de portugueses e centenas de entidades que vão comemorar os 40 anos do 25 de Abril, não como uma «reificação do passado» mas como um corpo vivo de valores, ideais, esperanças e energias insubmissas e combativas para, assumidamente pela esquerda, ultrapassar a dramática situação do país.



Tempo de lembrar a verdade

Esta imprensa
sensacionalista é muito ingrata


Francamente, já não há paciência para esta imprensa sensacionalista e demagógica que faz manchetes por causa de uns tostões e se esquece sempre que foi graças aos dois submarinos, sob o comando do Almirante Portas, que em Maio de 2011, ao largo das Berlengas, Portugal derrotou a Armada do FMI que pretendia ocupar e subjugar a nossa ditosa Pátria.