03 abril 2014

Um duelo de trafulhas

O Público transformado em
tribuna eleitoral de Rangel e Assis




Depois disto, e talvez como fosse de esperar de cavalheiros assim, na sua página de hoje no Público, Francisco Assis polemiza directamente com Paulo Rangel e o jornal até parece gostar da situação pois ilustra o artigo com uma enorme foto de Rangel. Entretanto, lá para o final insiste numa patacoada desonesta ao afirmar que «por vontade explícita e amplamente apregoada dos partidos políticos europeus, os cidadãos da União Europeia vão escolher, no próximo dia 25 de Maio, simultaneamente os seus representantes parlamentares e o próximo Presidente da Comissão».

E é quanto basta para que eu volte a publicar o que já escrevi aqui sobre essa treta :



02 abril 2014

Concorde-se ou não com tudo

Uma entrevista 
muito interessante


aqui em Marianne

Há 75 anos

O grande exílio dos
republicanos espanhóis


(...)

a ler aqui

Em Fevereiro de 1939, sob o governo Daladier (Partido Radical Socialista), dois meses antes da vitória final de Franco,  são celebrados  «Les accords Bérard-Jordana, conclus entre la France et l'Espagne à Burgos, siège du gouvernement nationaliste, le , concernent, officiellement, une déclaration de bon voisinage. Diplomatiquement, cet accord est signé afin d'obtenir la neutralité espagnole, en échange de la reconnaissance et de la légitimité de Franco sur l'Espagne(Wikipedia)

Nota: tal como toda a política chamada de «não-intervenção», o tratamento dado pelo governo francês aos refugiados espanhóis constitui uma das páginas mais vergonhosas da história europeia na primeira metade do século XX. Apesar disso, milhares de homens e mulheres, combatentes republicanos, que estiveram sujeitos à fome, à doença e ao desamparo nos campos de «acolhimento» franceses (alguns dos quais instalados em praias), empenharam-se depois corajosamente e com um alto preço pago em vidas na resistência francesa. Largos sectores de opinião franceses nunca gostaram de falar disso, mas a verdade é que, no desfile da vitória em Paris, a maioria dos resistentes armados que desfilaram eram espanhóis.

01 abril 2014

A falta de chá e a questão do pluralismo

Paulo Rangel, o Público,
a fama de uns e o proveito de outros



Como muitos leitores saberão, a coluna semanal de Paulo Rangel no Público tem um destaque gráfico de «sim» e «não», sendo que o «não» de hoje é, em manhosa adaptação gráfica, a que se segue:


Aqui chegados, escusado será dizer que Paulo Rangel aproveita com nenhuma elegância a coluna que tem à sua disposição para, repetindo aliás um soundbyte que já havia debitado, atacar a lista de outro colunista semanal do Público, a saber, Francisco Assis, sendo que o facto de o Público os identificar a ambos como candidatos ao PE para mim não altera nada  a perversidade e mesquinhez de tudo isto.

Por causa das confusões, devo entretanto esclarecer que não sou nada favorável a que as direcções dos jornais possam ou tentem interferir no conteúdo de artigos de opinião e, em principio,  também  não acho  que devam ser suspensas as  colunas de colaboradores de jornais só porque, em determinado momento, são candidatos a alguma coisa, isto no pressuposto, agora de novo desmentido,    de que os seus autores tenham um módico de bom senso, elegância e razoabilidade.  Não, hoje como desde há trinta e tal anos, o meu problema  nuclear ou nodal continua a ser sim a garantia de um real pluralismo de opiniões,  território em que atravessamos um período particularmente sombrio como se pode atestar pelo facto de nos principais jornais não haver praticamente um único colunista comunista.

É claro que na história do Público são às carradas os exemplos anteriores de dualidades de critérios mas ao ver este «não» de Paulo Rangel não me posso esquecer que, em épocas diferentes, tanto o Luís Sá como eu fomos despachados de colunistas do Público ao fim de um ano de colaboração com o argumento explicitado ou indiciado (mas de facto indemonstrável) de que faziamos ostensivo proselitismo partidário.

(Nota absolutamente acessória: os meus artigos no Público entre Março de 2006 e Fevereiro de 2007 estão todos aqui  e oferecem-se de peito aberto para quaisquer comparações com outros autores quanto a proselitismos partidários)

Assim também eu

Com os portugueses totalmente
esmifrados ou o país deserto
alcançaremos o défice zero !



Muito em breve, a não perder

Atenção a ARGVS
o novo álbum de Luísa Amaro





"Desideri";Poema de Constantino Kavafis, Música de Luisa Amaro. Voz: Kyriacoula Constantinou, Piano: Enrico Bindocci; Clarinete baixo: Gonçalo Lopes.Video de Pedro Carvalho.

31 março 2014

A direita ganha as municipais e...

... a resposta de Hollande é 
«direita, volver» no governo

(Le Monde)

Há 50 anos, neste dia, no Brasil começava



Apesar do tom cinicamente "neutral" bem revelado neste texto
 
tem interesse informativo e assinalável qualidade gráfica este dossiê de A Folha de S. Paulo sobre os 50 anos do golpe.

A este respeito ler aqui





 
e ainda o apoio ao golpe de
dois grandes jornais brasileiros


 

e agora compare as capas das edições
de hoje
  de jornais como o Metro
e O Estado de S. Paulo

(em O Globo)
15 canções contra a ditadura
(aqui)



Cálice, de Chico Buarque e Gilberto Gil :«A música, composta em 1973, só pode ser lançada cinco anos depois, devido à forte censura. Fazia um inteligentíssimo jogo de palavras entre “cálice” e “cale-se”. Além disso, faz claras referências ao regime da época em versos fortíssimos como “quero cheirar fumaça de óleo diesel”, onde faz alusão à prática de tortura onde o preso era submetido ao processo de inalar fumaça de óleo diesel.»