Muito durou a chamada
«doutrina Monroe»(1823)
(«A América [continente]
para os americanos [EUA]»)
aqui em A Folha de S. Paulo
Kennedy cogitou ação
armada para depor João Goulart
Atualizado em 07/01/2014 às 09h59.
«Semanas antes de ser assassinado no Texas, em novembro de 1963, o
presidente americano John Kennedy indagou em reunião na Casa Branca se
os Estados Unidos poderiam "intervir militarmente" no Brasil para depor o
presidente João Goulart (1919-1976).
A pergunta de Kennedy, feita ao embaixador americano no país, Lincoln
Gordon, é reveladora de como os EUA cogitavam uma ação armada para
ajudar os golpistas a derrubar o presidente brasileiro.
A ação, contudo, acabou sendo desnecessária: bastou o apoio diplomático
norte-americano para tornar bem-sucedida a conspiração que derrubou o
governo de João Goulart entre 31 de março e 1º de abril de 1964,
instaurando uma ditadura militar que duraria 21 anos.
A indagação de Kennedy, documentada em uma gravação realizada pelo
próprio americano, foi revelada nesta segunda-feira (6) pelo site "Arquivos da Ditadura", que foi ao ar com documentos sobre o período reunidos ao longo de décadas pelo jornalista Elio Gaspari, colunista da Folha.
A informação é uma das novidades da reedição de "A Ditadura
Envergonhada", primeiro volume da série de Gaspari. Ao contrário do que
muitos pensavam, a posição americana em relação ao golpe brasileiro foi
definida por Kennedy, e não por seu sucessor, Lyndon Johnson, que
prontamente reconheceu o governo golpista em 1964.
Em reunião realizada na Casa Branca nos dias 7 e 8 de outubro de 1963,
John Kennedy e seus principais assessores discutiram o futuro de Brasil e
Vietnã. Sobre a mesa, a possibilidade de golpes de Estado nos dois
países. No dia 7, Kennedy conversou longamente sobre a situação
brasileira com o embaixador Lincoln Gordon, que servia no Brasil desde
1961 e era um frequente interlocutor dos conspiradores».(aqui)