07 janeiro 2014

A vida de um blogger não está fácil

Eu sei que é um
bocadinho óbvio e fácil...



... mas ao ver esta foto do temporal no Norte, além de me lembrar do susto do faroleiro (se lá estava), imaginei que o farol era Portugal e as águas selvagens e impetuosas eram a política do governo e da troika. E olhem que eu até sou daqueles que acham que só às vezes é que uma imagem vale mais que mil palavras e que às vezes também há palavras que valem mais que mil imagens.

Pois, é a desigualdade na distribuição do Q.I. !

A ler aqui em Slate.com

[A afirmação d conservador  Boris Johnson, numa das conferências anuais sobre M. Tatcher, foi a seguinte:«Whatever you may think of the value of IQ tests, it is surely relevant to a conversation about equality that as many as 16 per cent of our species have an IQ below 85, while about 2 per cent have an IQ above 130. The harder you shake the pack, the easier it will be for some cornflakes to get to the top.
And for one reason or another – boardroom greed or, as I am assured, the natural and god-given talent of boardroom inhabitants – the income gap between the top cornflakes and the bottom cornflakes is getting wider than ever. I stress: I don’t believe that economic equality is possible; indeed, some measure of inequality is essential for the spirit of envy and keeping up with the Joneses that is, like greed, a valuable spur to economic activity.»

06 janeiro 2014

Graças a «El País»

Ouça High Hopes -
o novo álbum de Bruce Springsteen





Está na hora de mais umas lágrimas de crocodilo

Bastaria isto para
condenar toda uma política


a ler aqui em El País


ver melhor aqui

Haja senso

Há dias em que é maior
a obrigação de medir as palavras


Eu sei que, numa situação emocional em que naturalmente há uma enxurrada de declarações, é quase uma certeza matemática que, aqui ou ali, saia disparate, palermice ou falta de ponderação sobre a oportunidade de certas frases. Mas, embora eu nem seja daquelas pessoas de esquerda que gosta de tomar Assunção Esteves como alvo (reparem que nem coloco ai em cima a sua foto), não posso deixar de registar a extrema infelicidade da sua referência aos «elevados custos» de uma provável trasladação do corpo de Eusébio para o Panteão Nacional e à sua peregrina ideia de, para o efeito, se recorrer ao mecenato. E só a circunstância do dia e o respeito pelo morto fazem com que não estampe aqui um inventado grafismo em que a Sagres anunciasse o seu patrocínio a essa trasladação.

05 janeiro 2014

Uma justa tristeza nacional

Um adeus a Eusébio





Neste dia cinzento e triste, morreu Eusébio da Silva Ferreira, um génio do futebol,  um homem bom e uma inapagável referência da juventude muitos de nós. Overdoses mediáticas à parte, verão curto os que não forem capazes de perceber que a vida dos povos e dos países precisa de figuras assim.


O golo de Eusébio aos 18 m. da final europeia com o Milão, em Wembley, em 1963.

Para o seu domingo, os brasileiros do

Minas Ensemble
(Orlando Haddad e Patricia King)



      

atenção: scroll ao lado do «buy»

04 janeiro 2014

Responda quem souber

A pergunta que me persegue


Em artigo ontem perpetrado no Público com a patente missão de insuflar optimismo na comunidade nacional,  como se vê pelo respectivo título «O mundo não está assim tão mal, e Portugal também não», José Manuel Fernandes, para chegar onde pretende pratica uma série de truques argumentativos que vão desde o citar  algumas afirmações pessimistas mais excessivas ou menos ponderadas para depois poder concluir que afinal ainda não estamos no Terceiro Mundo até à gritante desonestidade de jurar, por exemplo, que «os "cortes" [é ele que aqui usa aspas!] salariais e nas pensões afectaram sobretudo em Portugal os rendimentos médios ou mais elevados, o que fez diminuir o rendimento disponível mas não afectou de forma dramática os rendimentos mais baixos. De resto, basta lembramo-nos que os cortes salariais e os cortes nas pensões foram progressivos e que, no caso dos reformados, mais de quatro em cada cinco, os mais pobres, não  viram sequer o seu rendimento afectado (...)».Ao vender-nos estas ideias, como é óbvio, José Manuel Fernandes esquece-se deliberadamente de várias coisas, desde o facto de aquilo  a que em Portugal muitos colunistas chamam rendimentos médios»  serem de facto baixos rendimentos até ao facto de o rendimento dos mais pobres ter sido realmente afectado pelo aumento de impostos e eplos aumentos de preços de bens e serviços essenciais  (com destaque dramático em muitos reformados para o aumento dasrtendasde casa !). E isto para já não falar em todos aqueles milhares que perderam o remdimento social de inserção ou nos 400 mil desempregados que não recebem qualquer subsídio.

E, pronto, devo confessar que sempre me recuso a julgar automaticamente as opiniões que alguém    emite pelo seu estatuto social, padrão de vida ou de rendimentos. Mas também confesso que, cada vez que leio artigos como este de J. M. Fernandes, me vem sempre à cabeça uma pergunta : porque é que nos jornais, nas rádios e nas televisões nunca encontro nenhum cidadão ou cidadã que ganhe menos de mil euros a dizer que as coisas não estão assim tão más ?